Domingo, dia 14.
Eu tinha demorado muito para dormir, meus pensamentos não se acalmavam, nem sei em que horas peguei no sono. Olhei no celular e já eram quase 11h da manhã. Me levantei e fui ao banheiro. Encontrei o Rafael dormindo na sala. Talvez ele também tenha demorado para dormir. O chamei e fui preparar um café. Ele levantou me deu um bom dia sorridente, deixou o celular encima do balcão da cozinha e foi para o banheiro.
Eu já sabia o que eu queria: queria tentar, dar uma chance ao que quer que estivesse acontecendo entre nós dois. Acendi um cigarro e me sentei na bancada, esperando o café ficar pronto.
O smartphone do Rafael começou a tocar, o peguei a fim de desligar o toque e o coloquei no balcão novamente. Logo que a ligação foi finalizada, ele começou a receber várias mensagens, eu me irritei com o barulho das notificações e peguei o aparelho novamente para silenciá-lo de vez, mas perdi o ar por alguns segundos quando vi as mensagens que apareciam na tela. Elas vinham de um grupo e as pessoas ali, todas homens, perguntavam se o Rafael ia aparecer hoje no clube ou se ele ia ficar comendo a vadia nova.
Meu sangue ferveu e eu desbloqueei o aparelho acessando todas as mensagens daquele grupo. Ele havia contado quase tudo o que havíamos feito, invertendo as posições e omitindo o que não era possível inverter, falava de mim como a vadia da vez. Em determinados pontos eles perguntavam se o Rafael já havia me comido de quatro e ele respondeu falando que ia fazer isso em breve.
Eu senti exatamente o que eu senti quando descobri a traição do Shane e sabia exatamente que sentimento era aquele: raiva, fúria e ódio.
Respirei fundo e decidi que aquele lixo não merecia nem a minha irritação, não merecia meu ódio, apenas meu desprezo.
Logo depois o Rafael apareceu na cozinha de toalha, achou estranho que eu não fui ao banheiro quando ele havia acabado de tomar banho. Antes que ele dissesse qualquer coisa eu falei com total indiferença.
— Vai se vestir, pega suas coisas e vai embora.
— Mas... como assim? - Ele não estava entendendo nada.
Respirei fundo e repeti, sem nem olhar pra ele:
— Se veste, pega suas coisas e sai da minha casa. Você tem 5 minutos para fazer isso.
— Eu não vou sair. Não vou a lugar nenhum! O que é que está acontecendo? - Tinha desespero em sua voz e eu tava cagando para isso.
— Vou te explicar. - O encarei com raiva. - Seu tempo aqui acabou! Não quero mais olhar na sua cara! - Peguei meu celular e mostrei enquanto apagava os vídeos e todas as fotos. - Pronto! Você está livre! Não tenho mais nada contra você! Vai embora!
— Lê, por favor não faça isso! Eu não quero ir embora, quero ficar aqui. - Ele se ajoelhou na minha frente. - Não sei o que aconteceu mas me desculpa, eu.. eu...
Me levantei do banco e sai de perto dele.
— Seu tempo tá passando! - Peguei meu celular e disquei para o Erick.
— Pra quem você está...
— Erick, desculpa te incomodar, mas preciso que você me ajude a tirar o lixo. - Desliguei na sequência.
Ele me encarou descrente.
— É bom você se vestir, o Erick não vai ligar de te pôr pra fora pelado.
Ele abaixou a cabeça levando as mãos ao rosto. Respirou fundo e foi para o quarto. Quando o Erick chegou ele já havia se vestido e recolhia suas coisas. Sinalizei para que o Erik o aguardasse e ele foi em direção a porta, derrotado.
— Ah! - Ele se virou esperançoso - Não esquece de contar para seus amigos como foi comer a vadia de quatro! - Ele parou me olhando em choque, seu rosto ficou branco.
Sinalizei para o Erick e ele colocou a mão no ombro do Rafael o fazendo se mexer.
— É melhor você ir embora antes que eu acabe com você! - O Erick não estava para brincadeiras.
— Lê, por favor.. - Ele tentou mais uma vez, mas o Erick o empurrou para fora do meu apartamento e fechou a porta.
Passados dois segundos eu desabei. Peguei o cinzeiro em cima do balcão e o joguei com força na parede gritando de raiva, tentei fazer o mesmo com o banco mas não tive forças, comecei a chorar e me sentei no chão.
Eu acreditei nele! Eu confiei nele! Eu cometi o mesmo erro de novo!
Abracei meus joelhos e deixei que as lágrimas fluíssem, meu corpo todo se comprimia e a dor tomou conta de mim. Sentia raiva dele, raiva de mim... estava decepcionada e mais uma vez me sentia traída. Eu não queria ver o Rafael nunca mais! Queria bater nele até arrancar sangue e queria que ele voltasse e me abraçasse.
Passei o domingo todo na cama, não tive forças para fazer mais nada além de chorar e fumar um cigarro atrás do outro. Hora torcia com todas as minhas forças para que o Rafael aparecesse na porta do quarto, hora queria ligar para o Erick para que ele acabasse com a sua raça.
Dormi de exaustão.
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Nota da Escritora:
Olá queridxs, muito obrigada por estar aqui, vivendo comigo essa história.
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Beijos no Popoti!
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Meus planos para você - Livro 1
ChickLitDark Romance Sadomasoquista. De um lado a Domme Letícia e do outro lado, Rafael. Ambos colegas de trabalho que competiam pelo mesmo cargo. A disputa de personalidades fortes dentro do escritório toma outro rumo quando Letícia é promovida a Diretora...