The Bitch and Boss

Peróxido de hidrogênio

Rio havia sumido já tinha um mês e meio e eu estava mais uma vez sem dinheiro e pra piorar o Dean tinha colocado a guarda das crianças na justiça.
Eu estava enrolada no sofá chorando enquanto Annie e Ruby que estavam do meu lado falavam coisas aleatórias sobre como ganharmos dinheiro

- Que tal roubarmos um carro forte?

Annie fala jogando seus pensamentos no ar

- Tá louca? E sermos pegas quando dobrarmos a esquina?

Ruby retruca me fazendo rir, elas duas nunca concordavam.

- Que tal trabalho honesto?

- Meu trabalho na papelaria mal da para comprar a comida.

Retruco a Ruby. Nesse um mês eu tinha arrumado um trabalho numa papelaria, Annie tinha arrumado como manobrista de um restaurante e Ruby como manicure em um salão.

- Pois é. E você ainda tem os remédios da sua filha.

Annie é quem fala dessa vez.
Eu me estico no sofá ainda enrolada na minha coberta, para pegar meu copo que estava na mesinha de centro, viro o líquido de uma vez.

- Que tal nós mesmas fazermos o dinheiro falso?

As meninas arregalam os olhos

- Não é tão fácil assim bebê.

Ruby fala e minha cabeça começa a pensar milhões de formas de fazer o dinheiro falso.

- Na verdade é. Só precisamos de removedor de esmalte, peróxido de hidrogênio e alvejante.

Falo me levantando e indo até a gaveta de uma estante, procuro lá no fundo uma nota que tinha feito há uns dias atrás.

- E claro, uma boa impressora e um bom design também.

Entrego a nota para as meninas elas me olham espantadas e olham a nota.

- Parece amador.

- Claro. Eu imprimi na impressora do Dean.

Bebo mais do meu bourbon, devia parar com a bebida. Nos últimos dias eu ficava tonta com facilidade e perdia o equilíbrio, deixo meu copo de lado e decido parar de beber.

- Nossa, irmãzinha. Você tem uma mente criminosa.

Minha irmã diz e eu jogo a almofada nela. Eu explico tudo o que eu fiz para as meninas e por fim elas foram embora e eu fui dormir. Minha casa parecia grande demais sem meus filhos, a solidão e o silêncio eram péssimas companhia.
Ao me deitar na cama penso em Rio mais uma vez, em como em uma noite estávamos nos beijando e na outra ele desaparece do mapa. Deixei várias mensagens e ligações e nada dele me responder ou retornar.
E se ele tivesse morrido? Caio no sono enquanto segurava meu celular.

Acordo as 6:09 tomo um bom banho quente me  arrumo, tomo café e vou para a papelaria.

- Bom dia Lucy.

Digo para minha colega de trabalho, guardo minha bolsa, checo a organização de algumas coisas, e vou atender alguns clientes.

- Lucy o que há de errado com esse?

Pergunto vendo ela amassar mais um papel que estava perfeito e jogar no lixo.

- O S.

A olho incrédula, estava perfeito. Do nada me surgiu a ideia de pedir pra ela fazer o design do dinheiro falso, mas como lhe convenceria?
O dia passa rápido e minha mente não para, me levanto da cadeira onde eu estava, acho que levantei rápido de mais porque fiquei tonta no segundo seguinte, minhas pernas bambeiam e sinto alguém me segurar pra não cair. Coloco minha mão na testa e fecho meus olhos esperando que a tontura passe. Por fim abro meus olhos procurando por quem me segurou.