Uma Humana azarada

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Aquilo não foi sonho, viu com seus próprios olhos uma figura feminina levitar dois homens do chão. Noite passada nem conseguiu dormir direito de tão assustada que estava. Seria difícil concentrar-se na aula, mas ela tentaria.

— Ei, vocês duas já tomaram café da manhã? –Yizhuo ajoelhou-se aos pés da mesa, animada como um cãozinho. Só faltou as orelhas e o rabinho.

— Eu já. – respondeu Aeri, tendo sua cadeira encostada ao lado de Jimin.

— E você?

Como a mais velha moveu a cabeça negativamente, a chinesa levantou de supentão puxando-a consigo.

— Venha comigo para a cantina, então.

— Estou com preguiça.

— Vamos logo ou você pode desmaiar na hora da aula!

Não pôde protestar, pois já estava sendo levada para fora da sala. Ao chegarem em seu destino, ela percebeu que estava realmente com fome. Bastou ver as mais variadas guloseimas, sua amiga não estava diferente. Escolheram pão de pizza e leite.

— Deu 3.000 wons. – avisou o moço.

Devido ao silêncio que Yoo prontamente estranhou, percebeu o rosto ansioso próximo ao seu.

— Deu 3.000 wons. – repetiu a mais nova.

— E? – rolou os olhos, tocando-se da armadilha em que se meteu. — Eu não vou pagar pra você!

— Só hoje, por favor! Vêm cá, eu sei onde guarda sua carteira.

Yizhuo pegou o objeto em questão do bolso de seu casaco, não dando-lhe tempo de reagir. Apenas abriu a boca em espanto pela atitude folgada. No fim, deu uma pequena risada, não ficaria chateada com aquilo, ambas eram amigas à muito tempo.

Por reflexo vagou sua atenção pelas mesas no ambiente, até parar em uma na qual fez seus olhos arregalarem-se, ela sentiu sua pernas fraquejarem e caiu sentada no chão. Seu coração poderia sair da caixa torácica naquele minuto de tanto medo.

— Para que o drama? São só 3.000 wons. – ouviu sua acompanhante brincar. Ela ergueu lentamente seu dedo indicador na direção onde olhava, para que a outra também encarasse. — Qual o problema, se apaixonou?

Na mesa em questão, via-se uma garota solitária concentrada em algum livro. Nem sequer piscava, exceto no momento que teve de devolver-lhe o olhar rapidamente, que ao contrário do seu, era sério. Um pouco sombrio, de acréscimo. Era ela.

— Q-quem é ela?

— Hum... Kim Minjeong, era da Classe 4. Mas foi transferida para nossa hoje mesmo.

— Como é?! Do nada?!

— Ora, ela deve ter resolvido isso no fim de semana. Não estou entendendo essa sua cara, parece ter visto uma assombração. Vamos, levante! Está me fazendo passar vergonha!

Com o começo das primeiras aulas, se permitiu esquecer da aluna cinistra da qual sentava perto da penúltima janela. Embora de vez em quando seus olhos vacilassem na direção dela. Um frio na espinha lhe subia sempre. Ousou questionar um de seus professores de onde teria vindo aquela garota, não obteve uma resposta convicente.

Na aula de culinária, aconteceu algo inacreditável. A estranha havia feito um bolo confeitado em poucos minutos e ninguém suspeitou de nada, nem mesmo a professora.

— Como pode ter feito isso tão rápido? É praticamente impossível! – observou o bolo de perto.

— Isso importa? Está uma delícia! – elogiou a professora.

The Witch Store Reopens (Winrina)Onde histórias criam vida. Descubra agora