Christmas lights

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Louis batia o calcanhar no chão de forma ritmada. Ansiedade pura correndo em suas veias.

-Mitch, já não está na hora de ir para o aeroporto? - perguntou ao motorista pela quinta vez.

Com toda a paciência do mundo, Mitch apoiou o café que Lilian havia preparado para si e respondeu calmamente:

-O voo do senhor Styles acabou de sair, senhor Louis. Ele só chega daqui cinco horas.

Louis fez uma careta. Não era possível, Harry com todo aquele dinheiro não ter um super jato supersônico que o trouxesse de volta à Los Angeles em no máximo uma hora.

Restava a Louis pegar Gucci no colo e deitar no sofá, fingir que não se importa com o tempo para que passasse mais rápido, enquanto remoía os últimos acontecimentos.

Sim, ele já tinha percebido como as coisas entre Harry e ele estavam avançando. Ele não tinha certeza para onde exatamente. Quer dizer, na semana anterior eles estavam agindo como um perfeito casal, enquanto Harry estava fora eles se ligavam todos os dias, como se precisassem se falar sem falta. Que porra estava acontecendo? Harry ficará fora de contato por algumas horas e Louis já estava nervoso, não era normal.

Uma hora pensando nisso incessantemente, Louis chegou à conclusão que toda essa "dependência" era causada pela proximidade forçada, óbvio. Foram muitos dias convivendo intensamente, seria normal, então Louis ficar um pouquinho apegado. Não tinha nada a ver com ele apreciar a companhia de Harry ou dele ter descobertos coisas sobre o CEO que o agitavam seus batimentos cardíacos, claro que não.

-Seu pai vai me enlouquecer, Gucci - cochichou para o gato - Sim, pois é. Por que ninguém me disse antes que ele é um cavalheiro, misterioso e atencioso, hm? Uma dona de casa vestido de ternos caros que escondem montanhas de músculos? Sabe o quanto isso é injusto, gatinho? Claro que sabe, ele também cuida de você e te pega no colo.

O gato miou para Louis, na tradução, chamando-o de louco.

Louis bufou exausto de tanto pensar. Odiava quando entrava nesses espirais de tentar achar explicação para coisas inexplicáveis. A relação dele com Harry havia mudado drasticamente, e agora se conhecendo melhor, ele queria estar mais perto de Harry e ponto. Era apenas isso, não deveria ser tão difícil de aceitar.

Por fim, a única decisão tomada é que ele iria pensar nisso somente quando Harry estivesse lá.

(...)

Harry mexia no celular resolvendo as últimas pendências que Nova York deixou para si. Parecia que o trabalho era infinito.

-Chegamos, senhor Styles - Mitch avisa do banco da frente.

Desperta da transe vendo o prédio branco à sua direita. O quão distraído ele estava?

-Obrigado, Mitch. Não se esqueça de subir e pegar a cesta de Natal. Louis me mata se vocês não receberem - comentou com seriedade, fazendo o motorista rir.

Mitch concordou e o CEO se despediu, desejando boas festas à ele, Sarah, sua esposa e ao filhinho deles.

Fez o caminho de sempre até seu apartamento, os olhos ainda presos ao celular, vendo as notificações descerem de diversos sócios ao mesmo tempo. A concentração era tanta, que não percebeu Louis voando em sua direção quando ele passou pela porta.

-Uff - reclamou do peso que foi jogado contra si.

-Você voltou, Tigrão - sussurrou contra o pescoço de Harry, apertando as pernas ao redor de sua cintura para não cair.

De forma desajeitada, Harry tentou dar um jeito de segurar Louis, seu celular e suas malas de viagem, tentando sair completamente do elevador e não derrubar nada - nem ninguém.

The Blue Crime • {l.s}Onde histórias criam vida. Descubra agora