Observo o pingente enquanto desço as escadas. Apesar de ser pequeno, o livrinho tem páginas de papel, o que torna possível que eu escrevesse. Sorrio e o coloco no pescoço. Chego na cozinha desejando que esteja vazia, para que eu pudesse pensar um pouco, vejo, porém, uma cabeleira preta sentada à mesa, juntamente com Molly, que estava preparando o jantar.
- Sirius! – exclamo.
Ele se vira ao som da minha voz, também sorrindo. – Lis! – diz, vindo até mim para me dar um abraço.
- Oi de novo, sra. Weasley! – sorrio para ela.
- Oi, Liana querida.
- Veio para o aniversário de Harry? – pergunto para Sirius, me sentando ao seu lado na mesa.
- Sim – ele responde – Não ia ficar, mas ontem foi uma noite de grandes acontecimentos, preferi dormir aqui do que voltar para minha casa.
Depois que Voldemort ressurgiu, a história verdadeira da morte de Lily e James veio à tona e Sirius foi inocentado. Por esse motivo, agora está morando em uma casa à apenas alguns quilômetros da Toca.
- Eu soube – digo – Aquele véio é muito confuso.
Sirius sorri – Uma vez Remo se passou por ele, sabia?
- Mentira – eu exclamo – O Remo?!
Até Molly parece surpresa.
- Por que o choque? – pergunta Sirius, olhando de mim para Molly.
- Ah – começo – É que o Remo sempre me pareceu o certinho do grupo, sabe?
Sirius começa a gargalhar – Vocês precisam saber de umas coisas...
Mas ele é interrompido quando Molly ofega e olha para a porta, preocupada, demoro um segundo para entender que alguém acabou de aparatar. Nós seguramos a respiração ao ouvirmos o som das dobradiças da porta, que é aberta justamente por Remo, Tonks e Sollaria, para minha surpresa.
Eu, Sirius e Molly respiramos aliviados.
- Sol! – exclamo, me levantando e indo até ela – Tudo bem?
- Sim, melhor agora – ela diz – Não sabia que estaria aqui.
- Tentei vir assim que completei dezessete – digo – Agora, presta atenção, você vai rir muito.
Sol sorriu – Já quero rir.
- Aluado! – Sirius exclama – O assunto chegou! Meu amigo, se junte a nós e conte-nos sua maravilhosa aventura ao se passar por Dumbledore!
- Que história é essa, Remo? – pergunta Tonks, sorrindo.
- Pai?! – Sol exclama, completamente embasbacada, me fazendo rir.
- Eu ainda nem cheguei, Almofadinhas – Remo encara Sirius.
- Estamos todos te vendo, não? - interpõe Sirius.
- O senhor vai se sentar aqui e nos explicar essa história agora, rapazinho – diz Sol, com as mãos na cintura, sorrindo.
Remo abre a boca para retrucar, mas é interrompido por Harry, Rony, Hermione e Gina.
- Ouvimos vozes e risadas – começa Gina – E me perguntei o que era tão engraçado, sendo que eu não estava aqui.
Os presentes riem e Sol abraça a amiga ao vê-la.
- Ah, Sol! – Gina exclama – Que saudade que eu tava de você!
Observo cada um deles, que começaram a se acomodar para participar da conversa. Todos pareciam confortáveis e felizes, pela primeira vez desde que Dumbledore morrera, aquela ansiedade parecia ter deixado todos, pelo menos por alguns minutos. Olhei para Harry e ele estava sorrindo, interessado em saber mais sobre as histórias dos melhores amigos de seu pai. Sorri, de repente muito feliz.
Fred e Jorge se juntam aos outros nesse instante.
- Voltem a rir, pessoal – começa Fred.
- Os caras chegaram! – termina Jorge.
- Você dois vão amar essa história – diz Sirius, com um sorriso travesso que iluminava seu rosto - Estávamos entediados e como sempre, James teve uma brilhante ideia. Por semanas, preparamos uma Poção Polissuco e, numa manhã de quadribol, Remo foi até as cadeiras dos professores no Salão Principal e pegou fios de cabelos da McGonagall, do Slughorn e do Dumbledore. Nem tínhamos decidido quem seria quem, Remo escolheu primeiro.
- Ah, eu bem que merecia ser Dumbledore né? – diz Remo.
- Era Halloween, então todos estavam na festa e aproveitamos para fazer essa pegadinha. – Sirius continua - Os alunos ficaram muito confusos quando viram aqueles três dançando juntos, com taças de uísque de fogo.
Todos caíram na gargalhada.
- E até hoje, nenhum deles descobriu – finaliza Remo, com um sorriso triunfante.
- Não esperava menos dos criadores do Mapa do Maroto! – exclama Jorge.
- Nunca tivemos a oportunidade de agradecer... – diz Fred.
Harry ri – Vocês têm que nos contar como fizeram aquela genialidade.
- Isso é história para outro momento – diz Sirius.
- Ele está certo! – exclama Molly – Arthur deve chegar a qualquer momento e o jantar já vai ser servido.
O sr. Weasley chega alguns minutos depois e todos nós comemos juntos. Remo e Sirius contam histórias de sua época na escola e eu rio tanto que quase me engasgo algumas vezes. Ver os dois conversando sobre os velhos tempos era cativante, eles tinham um brilho que aparecia apenas quando falavam sobre sua época em Hogwarts.
Depois que todos terminam de comer e ajudam a limpar tudo, cada um sobe para seu quarto. Remo decidiu ficar para a noite, então Sol vai dormir junto de Hermione e eu.
- Sol, eu acho que consigo duplicar esse colchão – digo – Mas não lembro o feitiço...
- Nós aprendemos ano passado... – Hermione diz, tentando se lembrar.
- Ah! – exclamo – Geminio! – aponto a varinha para o colchão, que imediatamente se duplica. – Sempre amei esse feitiço.
- Arrasou – exclama Sol.
– Wingardium Leviosa! – Hermione aponta a varinha para o colchão duplicado e o coloca perto da parede - Você vai ficar confortável? – pergunta.
Antes que ela pudesse responder, a porta se abre e um colchão flutuando entra, seguido por Gina.
- Que? – pergunta – Não vou ficar sozinha, enquanto vocês ficam conversando aí – ela aponta para nós três, enquanto coloca seu colchão do lado do de Sollaria.
- Não seja ciumenta, Eclipse – Sol diz, sorrindo para ela.
- Eclipse? – pergunta Mione.
- Ah, é uma coisa nossa – explica Sol – Eu sou o Sol, naturalmente... Luna é a Lua e Gina é o Eclipse.
- Você são tudo! – diz Mione.
- Não sou ciumenta – diz Gina, encarando Sol com um olhar travesso antes de jogar um travesseiro em sua cara.
- AH! – exclamo – Eu não deixava!
- Isso significa guerra! – exclama Sol, enquanto Mione cai na gargalhada.
As duas começam a se bater com os travesseiros, até que eu e Mione também somos atingidas. Um segundo depois, nós duas entramos na briga.
A guerra só acaba quando estamos com muito sono para continuar revidando. Antes de adormecer, sorrio, observando o teto da Toca e agradecendo por, mesmo em meio a tanta dor, pudéssemos continuar sendo luz uns para os outros.
VOCÊ ESTÁ LENDO
when I nearly lost you
FanficLiana Bessa e Harry Potter são os típicos melhores amigos que descobrem que se amam de outra forma. Um tanto clichê, na verdade. Um obstáculo, porém, fará com que eles se separem, mas isso não significa que os sentimentos que sentem um pelo outro ac...