GIZELLY
Acordei na manhã seguinte de segunda-feira, sentindo falta de Rafaella na cama. Peguei em meu telefone celular e as horas apontavam para às oito e meia da manhã. Franzi o cenho estranhando sua ausência tão cedo e então encarei o monitor da babá eletrônica, buscando por ela no quarto onde nossos filhos estão. Porém não a encontrei. Nem ela e nem Theo. Sofia ainda dormia feito pedra.
Levantei com calma e fui até o banheiro, levando o rosto, e fazendo minhas necessidades fisiológicas. Em seguida voltei para o quarto procurando por uma camiseta, a qual achei e vesti saindo casa à fora, a procura dos dois. Os encontrei na cozinha, no lado de dentro, atrás no balcão. Rafa segurava Theo em seu colo, de lado, enquanto fazia algumas coisas. Me aproximei e reparei nela apenas de calcinha e sutiã. Da forma a qual ela gosta de ficar em casa, à vontade e confortável.
Senti falta dessa sensação de estar em casa outra vez. E saí do meu transe quando ela se virou de frente, com um prato repleto de pão de queijo.
- Meu Deus, Gizelly! Não tem outra forma de chegar não?- Soltei uma risada com sua cara de espanto. - E o que faz acordada?-
- Queria que eu entrasse em coma?- Brinquei e ela riu, depositando o prato sobre a bandeja arrumada.
- Ia levar essas coisas no quarto e te acordar.-
- Ia levar? Com ele no colo?- Perguntei com um riso na fala, e ela logo me passou nosso filho.
- Ele acordou agora pouco. Mas já que estamos aqui, vamos comer! Ou quer ir para o quarto?-
- Pode ser aqui mesmo! Ta bonito isso aqui.-
- Ta? Só estou esperando seu café ficar pronto.-
Assenti em resposta e enquanto ela voltou a caminhar pela cozinha, virei minha atenção para Theo. Peguei um pãozinho de queijo e dei em sua mãozinha. Ele logo enfiou na boca. Na bandeja havia algumas coisas as quais lembro de ter comprado no mercado. Sucrilhos, leite, iogurte, salada de frutas picadinhas, queijo, presunto, pão de forma, torradas e entre outros... Tudo perfeitamente organizado.
Me peguei sorrindo boba olhando aquilo.
- Que foi?- Rafaella perguntou curiosa, enquanto oferecia a mamadeira para o nosso bebê.
- Esse capricho todo é por que? Quem tem que te mimar essa semana sou eu. Quem vai fazer aniversário é você.-
- Mas eu quis mimar você, uai.- Ela deu de ombros com um sorriso amistoso. Logo voltou até a pia, terminando de passar o café. - Cê quer que põe na garrafa térmica, ou quer beber direto da chaleira?-
- Pode deixar aí mesmo. Depois eu passo pra garrafa.-
- Eu passo agora!- Disse de forma doce, e então transferiu o café do bule para a garrafa.
Minutos depois ela depositou a garrafa sobre o balcão e deu a volta. Mas antes de se sentar, segurou meu rosto, deixando um selinho carinhoso de bom dia em meus lábios. Logo despejou a água fervente em sua xícara, contendo um sachê de chá, e nos servimos.
Começamos a comer entre uma conversa amena, fazendo planos para o nosso dia. Sofia ainda dormia, mas sua mamadeira e seu pãozinho de mel estava preparado, esperando por ela. Em um dado momento, senti sua mão deslizar suavemente por meu antebraço. Esse, que estava com alguns arranhões desde a noite passada.
- Fui eu?- Sua pergunta assustada e seus olhos arregalados me fez rir.
- Você perde a noção. Esteve igual uma felina maravilhosa, como sempre.- Brinquei e ela riu revirando os olhos. O que me fez mais uma vez, finalizando meu café na xícara.