◽ CAPITOLO DODICI

30 4 0
                                    

◽ Joe Salvatore

Mattia me encara durante um tempo antes de perguntar:

— Como ela está?

Encosto a porta do quarto. Meus músculos estão rígidos, de tanto que segurar minha impulsividade.

— Passou dos limites, mas ficará bem. No máximo uma dor de cabeça, nada demais.

Ferrari concorda.

— Bom, eu vim aqui porque quero deixar claro que o que tive com Violleta, ficou no passado.

Concordo, inspecionando seus movimentos.

— Então não nega que tiveram um envolvimento.

— Não, não nego.

Concordo, apreciando suas palavras.

— Mas não sou o homem que você supõe. Violleta Moretti é minha amiga e faço o possível para deixá-la em segurança sempre. Ela é minha responsabilidade. — ele diz, calmo. — Não precisa se preocupar em relação a existir algo a mais.

Mattia olha no relógio.

— Se me der licença.

Ele se vira, partindo em retirada.

— Espere, Mattia. — ele para. — O que aconteceu com Valentina Moretti?

— O carro onde estava capotou a caminho de Roma, causando a morte de todos.

Um suposto acidente.

— Quantas pessoas? — pergunto, intrigado.

— Além da senhorita e do bebê que ela esperava, o  motorista e uma senhora, que criou as irmãs Moretti.

Ela estava grávida, droga.

— Acha que isso pode ter sido planejado? — Mattia fica calado, pensando. — Um acidente assim em solo seco, em uma rodovia tão tranquila?

— Ainda não sabemos, senhor Salvatore, mas parece que foi um acidente um tanto esquisito. As causas não batem.

— Me informe sobre qualquer novidade, por favor.

— Como quiser. — ele se vira.

— Mais uma coisa, Mattia. — ele me encara. — Muito obrigada.

Ele sorri.

— Não precisa agradecer, Salvatore. A família Moretti já fez muito por mim, nada do que eu faça por eles será o suficiente.

E então ele some no corredor. Nesse momento, ouço um grito alto vindo do  quarto.
  Entro às pressas e vejo minha noiva se mexendo inquieta, enquanto chama pela irmã.

— Não... Não. — ela grita, perdida no pesadelo. — Não pode ir, não pode!

— Violleta. — balanço seus ombros na tentativa de fazê-la acordar. — Acorde, meu amor.

Violleta se remexe, tentando se livrar de algo que parece a perseguir.

— Valentina…

— Acorde. — ela abre os olhos, me encarando.

Violleta se afasta um pouco, depois pisca, voltando a realidade. As lágrimas brotando nos olhos.

— Que horas são?

Olho no meu relógio.

— Quase cinco. — me deito na cama, limpando suas lágrimas — Venha dormir. —  puxo ela para ficar de conchinha.

— Por que está assim,  Joe? — ela pergunta com a voz rouca. Não respondo.  — É porque está com pena?

A aperto contra mim.

LA MÁFIA [VOL.1 OBSESSÕES] Onde histórias criam vida. Descubra agora