Capítulo 39

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                                                                                         Christian


— Falo sério desta vez. Eu tenho que ir para casa. Já se passaram das quatro; meus gatos devem estar morrendo de fome, os pobrezinhos. Além disso, é dia de lavar roupa. — Evitando minha mão estendida, Anastasia rola para fora da cama e corre para a pilha de roupas na cadeira no canto, suas roupas limpas e dobradas que Geoffrey trouxe para cima enquanto comíamos. Agarrando- as, ela desaparece no banheiro e eu me sento na cama, reprimindo uma maldição frustrada.

Não é que eu queira transar com ela de novo, bem eu quero, meu pau tendo decidido que tenho quinze anos novamente é que eu odeio a ideia de ela partir. Isso, junto com minha fome incessante por suas curvas suaves, é por isso que eu a tenho arrastado de volta à cama e a fodido sem piedade toda vez que ela tenta ir para casa depois do brunch.

Malditos gatos.

Eu preciso dela mais do que eles.

Beira a patologia, eu sei, mas agora que a tenho na minha casa, quero mantê-la aqui. Os mesmos instintos primitivos que exigiam que eu a reivindicasse, estilo homem das cavernas, agora me fazem querer acorrentá-la à minha cama e jogar fora a chave ou, se falhar, algemá-la a mim. Em parte, é porque ainda estou chateado por conta da Flórida, tanto pelo fato de que ela está indo, quanto que ela não me quer lá. Significa que eu não a verei de quarta a domingo, e saber isso me incomoda, aguçando meu desejo até parecer uma lâmina cortando minhas entranhas.

Eu a quero com uma violência que me assusta, e isso não parece estar diminuindo nem um pouco. Se o meu desejo por ela fosse puramente sexual, eu poderia ter lidado com isso. Ninguém nunca morreu de bolas azuis, tanto quanto eu posso dizer. Mas eu estou começando a querer ela, toda ela, não apenas seu pequeno corpo delicioso. Adormecer com Anastasia em meus braços na noite passada me deu um prazer diferente de qualquer outro, uma sensação de contentamento profundo, uma certeza de que tudo está bem no meu mundo.

Não me lembro da última vez que me senti assim.

Talvez eu nunca tenha. Quando eu era criança, estávamos sempre a poucos dias do despejo, um pote de maionese de uma geladeira vazia. Eu nunca sabia a que horas minha mãe bêbada tropeçaria à noite, e que tipo de babaca ela traria. Mesmo quando fiquei mais velho e usei os ganhos dos meus empregos de meio período para suavizar os limites mais profundos de nossa existência abaixo da linha de pobreza, o medo do futuro incerto nunca desapareceu.

Ficou comigo quando fiz meu primeiro milhão, depois, meu primeiro bilhão. Ainda está comigo quando fecho meus olhos e durmo à noite. Exceto a noite passada. Ontem à noite, me senti seguro. Como se o pequeno e quente corpo em meus braços fosse tudo que eu precisava... Tudo que eu sempre precisei. Como se eu estivesse em casa finalmente. E agora ela quer partir.

Foda-se isso. Eu não estou pronto para deixá-la ir.

— Eu vou com você — anuncio quando ela sai do banheiro totalmente vestida.

E ignorando seu olhar de choque, eu me levanto e caminho até o meu armário para pegar algumas roupas.

O Titã De Wall StreetOnde histórias criam vida. Descubra agora