Full moon

Unique

O dia estava calmo.

Ártemis estava sentada em sua cabana localizada no acampamento das caçadoras. O local não era muito distante do ponto central do olimpo. Sua última missão foi concluída três dias atrás e agora ela analisava suas novas flechas. Seus olhos percorriam o novo material que sua irmã artesã havia lhe preparado. Ártemis era muito conhecida por ser exigente quanto ao seu trabalho e não aceitava nada menos que a perfeição. Algo que suas caçadoras entendiam bem.

— Milady?

Ártemis tirou sua atenção das flechas e ergueu os olhos vendo sua general curvar-se em respeito.

— Sim?

— Sua presença foi convocada no salão principal.

Ártemis não conteve a pequena ansiedade crescente em seu peito. Ela sabia que ao solicitarem sua presença no grande salão significava uma nova missão. Ergueu-se e, depois de dispensar a caçadora, seguiu em direção ao olimpo. Seus passos eram rápidos e ritmados e de fato estava ansiosa por finalmente voltar a caçar. A sensação da corrida, da caça, da adrenalina e de percorrer o mundo sempre lhe davam um certo alívio.

Alguns deuses menores a cumprimentavam pelo caminho. Isso fez com que demorasse alguns minutos, mas finalmente chegou ao grande corredor que levava ao salão onde Zeus a esperava. No entanto, escutou seu nome ser chamado. Parou ao reconhecer a voz e virou-se para receber seu irmão gêmeo.

— Apolo.

Ele a rodeou com os grandes e fortes braços a abraçando apertado. Ártemis deu alguns tapinhas em seu ombro.

— Irmã! Há quanto tempo não a vejo.

Apolo finalmente soltou a irmã e ela jogou parte do cabelo sobre o ombro arrumando a postura.

— Sim, realmente tem tempo que não o encontrava — Afirmou — Como está?

— Estou muito bem, obrigado por perguntar. E você?

— Estou bem, Apolo.

Ártemis viu o rosto dele se contorcer um pouco em uma careta engraçada.

— Esse nome é tão ultrapassado — Reclamou ele colocando as mãos na cintura em uma pose dramática — Prefiro que me chame de Key.

Ártemis rolou os olhos.

— Há milênios que você se chama Apolo, por que trocar agora? — Perguntou ela genuinamente curiosa.

De fato, Ártemis sabia que havia uns bons anos que ele insistia para que o chamasse assim agora. E como se não bastasse, ainda havia sugerido a ideia dos demais deuses mudarem também.

— Eu acho bem mais bonito! E fala sério, não parece um nome de artista famoso internacionalmente?

Ártemis realmente esperava uma resposta séria do irmão e o conhecendo bem deveria saber que seria esse o tipo de coisa que ele diria.

— Acho que sim — diz apenas para concordar e fugir de uma possível explicação por parte dele.

A deusa da caça realmente não entendia o que ele via de tão interessante no mundo mortal.

— Bom, eu preciso ir. O dia já está terminando e preciso deixar tudo pronto para você.

A de cabelos prateados, quase cinza, acenou positivamente para o deus.

— Até mais — despediu-se.

Viu Key se afastar alguns passos e ainda de costas erguer a mão acenando para si.