Cupido e tragado

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Me mantive aceso durante a madrugada enquanto ela me tragava.
Me mascava como tabaco para me cuspir no vaso mais próximo.
Me diluía, transformava em fumaça para que eu pudesse, sem a limitação corpórea, entrar por suas frestas e fechaduras.

Para que a sufocasse.

Resolvi parar em seus pulmões. Queimei sua traqueia e saqueei suas cidades na tentativa de me vingar pelo mal templo que era o seu corpo e pela falta da santa seita.
   Fui fraco, então, mais uma vez atearam fogo em mim.

Laranjas Podres na FruteiraOnde histórias criam vida. Descubra agora