– Tá me olhando por quê? Tem algo no meu rosto? – Ele tocou o próprio rosto, e eu neguei rapidamente.
– Não, não tem nada, Sunghoon. – Levantei-me, observando-o começar a procurar algo no quarto. – Vamos...
– Eu não posso te deixar ir sozinha. Meu motorista vai levar a gente.
– Não, Sunghoon, é muito arriscado! Fica você aqui, pelo menos.
– Relaxa, eu sei o que tô fazendo.
– Se você diz... – Aceitei, com um pouco de receio, e desci as escadas, finalmente saindo da casa de Sunghoon.
– Ainda não me respondeu por que ficou me olhando quando eu voltei.
– Hum? Eu nem percebi que tava te olhando. – Ele respirou fundo.
– Tem certeza?
– Claro que tenho. Por que eu mentiria? – perguntei, enquanto entrávamos no carro e o motorista dava partida.
– Porque você não quer namorar comigo. – Ele afirmou, e eu me assustei.
– O quê?!
– Você acha que eu sou bobo, S/n? Eu vi você colocando o papel em que ensaiei meu pedido embaixo da cama. – Disse, me deixando envergonhada.
– Ah... isso... – Abaixei a cabeça, esperando que ele continuasse, mas ele se calou. – Sunghoon...
– Foi melhor assim, S/n. – Ele me interrompeu. – Foi muito melhor ter meu pedido ignorado do que negado. Quer dizer, você rejeitou de qualquer jeito. – Falou, sem me olhar.
– Está bravo?
– Somente porque você mentiu pra mim. Em relação ao pedido, eu não posso ficar bravo. Não posso te odiar por não me amar de volta, S/n.
– Por que acha isso?
– Você nunca disse nada sobre o que realmente sente por mim. O que quer que eu pense?
– Me desculpa.
– Eu já estou farto de pedidos de desculpa. Não precisa, é sério. Vamos apenas fingir que eu nunca iria te pedir em namoro e pronto. – Ele virou o rosto e passou a mão pelo rosto.
– Você tá chorando?
– Me deixa quieto, S/n.
– Tudo bem... – Apenas concordei e fiquei observando o caminho pela janela. De repente, o carro parou.
– O que aconteceu? – Sunghoon perguntou ao motorista, que nos olhou com uma expressão preocupada.
– O carro parou de funcionar. Acho que deu problema no motor.
– E o que fazemos agora? – Sunghoon perguntou, surpreendentemente calmo.
– Vou ligar para outro motorista. Não se preocupe, senhor Sunghoon! Vamos dar um jeito. – Disse e saiu do carro com o telefone próximo ao rosto.
– Tá bem.
– Bem, já tá perto da minha casa. Acho que posso ir andando. – Falei, mas Sunghoon segurou meu braço quando abri a porta.
– Ele não vai demorar, S/n.
– Não tem perigo algum, Sunghoon. Me deixa ir.
– Já falei que não. – Ele insistiu, e eu fechei a porta.
– Podemos pelo menos esperar fora do carro?
– Podemos. – Ele respondeu, e descemos do carro, sentando-nos na calçada, um pouco afastados um do outro.
