26. UM LIBERTINO ENFEITIÇADO

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Fecho as portas duplas com um sorriso falso, que some assim que Rose não pode mais me ver

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Fecho as portas duplas com um sorriso falso, que some assim que Rose não pode mais me ver. Tenho certeza de que o tal chá foi só um pretexto e que a sua aparição foi um pedido de vovô para nos espionar e ter certeza de que estávamos apenas conversando, o que me deixa um tanto irritado. O meu avô sabe ser bastante inconveniente quando quer.

"Desculpe-me por isso", eu me volto para Antonella, que ficou praticamente congelada no banco do piano durante todo o momento que Rose levou para colocar os utensílios de chá sobre a mesa de centro. Todavia, a Lady não parece me ouvir e noto tardiamente que é porque ela está falando com alguém por telefone.

Aproximo-me de onde a Princesa está e a fito com certa preocupação crescente, mas Antonella nada diz, apenas escuta e vai ficando cada vez mais pálida.

"Princesa?" Ela ergue as írises acinzentadas para mim, mas não fala até que a ligação chegue ao fim. "Aconteceu alguma coisa?".

Vem à minha mente quando nos encontramos no Begônia Rouge há algumas semanas e ela teve uma reação semelhante ao falar com a mãe, mas também cogito ser algum possível retorno do canalha do Neal e acabo preocupado. Não quero acreditar que ele vai tentar perturbá-la de novo depois de saber quem Antonella é, mas existe sem noção para tudo. Se ele tentar, serei eu a enquadrá-lo dessa vez. A Princesa não merece que ele continue a perturbando nessa altura dos fatos.

"Era a editora da Huang Jin Mi", ela explica após um tempo em silêncio e levo algum tempo para lembrar que Huang Jin Mi é como ela assina os seus livros.

"Ah", não entendo como isso pode tê-la deixado tão pálida. "E o que ela queria?".

Antonella me fita e, aos poucos, a cor vai retornando ao seu rosto e sua expressão meio assustada muda para um sorriso de lua crescente.

"Queria avisar que eu posso publicar o meu livro".

Não entendo muito bem o quanto isso é digno de felicidade, mas Antonella está exultante e sorri para mim como nunca antes de ficar de pé e me abraçar de repente.

"Desculpe, mas eu precisava fazer isso para saber que é real. Não consigo acreditar", ela quase saltita enquanto me envolve, inebriando-me com o perfume doce de tangerina.

"Tudo bem", murmuro um pouco atordoado. Devolvo o abraço de maneira atipicamente tímida e tento ficar feliz por ela. Posso não compreender totalmente o quanto isso é importante para a Lady, mas é óbvio que, de alguma forma, é. "Meus parabéns, Princesa".

"Obrigada", ela desfaz o abraço, embora ainda fique muito perto. Perto o suficiente para que eu note lágrimas brilhando no canto de seus olhos, embora seja óbvio que são de felicidade. "Você não tem ideia do quanto isso significa para mim. Acabei de me livrar de um problemão e ainda posso realizar o meu sonho. É simplesmente perfeito! Estou até com receio de comemorar muito e dar tudo errado em seguida, que é o que costuma acontecer quando se trata de mim".

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