capitulo 20

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Stella Marin

Se tem uma coisa que eu nunca pensei na vida é que o Dom seria tão bom com outra pessoa em uma relacionamento quanto ele é comigo, ao menos nesses dois dias que estamos "juntos".

Eu me cocei umas cinquenta vezes de vontade de perguntar se estamos juntos mesmo ou se tudo isso é só a forma que ele encontrou pra impedir que eu me case, mas pra falar a verdade eu até agradeço por não ter perguntado, não sei se gostaria da resposta se ela viesse de forma tão direta quanto todas as respostas do Dom costumam ser.

De qualquer forma já esta chegando o dia que eu vou saber disso sem precisar me sentir completamente humilhada.

Nós vamos voltar para a Italia hoje e eu vou aproveitar que o Nicco enviou uma mensagem dizendo que vai me encontrar no aeroporto para acabar logo com isso.

Seria bem mais facil se eu ainda tivesse a camisa dele pra devolver, mas graças ao Domenico a pobre coitada já não existe a dias.

Terminei de dobrar as minhas roupas dentro da mala e fui acabar de me arrumar, falto apenas prender o meu cabelo em um rabo de cavalo auto para que não fique esquentando o meu pescoço. Feito isso eu peguei a mala, o meu celular e desci encontrando boa parte da familia já reunida no andar de baixo.

- Buogiorno piccola mia.- Tio Tom fala assim que me vê chegar com um sorriso no rosto.

É engraçado como uma pessoa que a um pouco mais de dois anos nem me conhecia possa ter se tornado a melhor versão de "pai" que eu já tive. Muito melhor que o meu pai de verdade que ao invez de me proteger e cuidar de mim me entregou como forma de pagamento por uma divida que ele mesmo contraiu. Ele me entregou sem se preocupar com o tipo de futuro que eu teria, se é que teria algum.

Eu sou a unica filha dele e as pessoas que me livraram de um destino terrivel nem mesmo tem o mesmo sangue que o meu.

- Buogiorno tio, cadê o restante da familia?- Perguntei me sentando no sofá.

- O Marco,  a Ana, o Rael e os meus pais estão se despedindo dos pais da Ana. - Bea disse aparecendo no corredor que sai da cozinha comendo uma fatia grande de bolo de cenoura com cobertura de chocolate, ela realmente viciou nesse tipo de guloseima.

Assenti e esperei eles voltarem.

O primeiro a aparecer correndo como um foguete foi o Rael que aproveitou a oportunidade de se jogar no meu colo, logo depois o Dom desceu as escadas com a maior cara de sono e sentou do meu lado no sofá apoiando a cabeça no meu ombro.

- Já podemos ir.- Marco disse saindo do escritorio com a Ana e com os seus pais a reboque.

A familia da Ana acabou não tendo como nos acompanhar por que surgiu um problema com a venda de narcoticos que exigia a atenção imediata dos chefes, mas nos disponibilizaram dois motoristas para nos levarem ate a pista de pouso onde o jatinho já está aguardando.

Eu não teria me importado de viajar em um avião comum, mas o Marco disse que era imprenssindivel cada membro da familia ter um jatinho particular a disposição, por que eles ganham muito dinheiro e podem se dar ao luxo de gastar com qualquer coisa que ninguem mais gastaria com tanta facilidade.

Como deve ser bom saber que por mais que gaste, a fonte de dinheiro nunca vai secar.

Eu nunca pesso um dinheiro extra durante o mês, tio Tom me dá uma boa quantia de mesada e eu ganho uma quantia por trabalhos que eu faço para a famiglia, mas caso o dinheiro acabe antes de chegar a data em que eu recebo de novo, vou ficar sem até lá.

Pouco mais de meia hora depois chegamos ao ponto de embarque, achei otimo já que eu tenho infinitas coisas para pensar.

Eu nunca terminei com alguem antes e não sei como fazer isso sem magoar a outra pessoa, então quando entrei no avião eu me forcei a lembrar que eu e o Nicco não chegamos a ter um relacionamento de fato, afinal nenhuma promessa chegou a ser feita, nós estavamos apenas saindo para ver onde isso daria.

O Príncipe Monstro - Livro 2 da série: Família Fontenelle Onde histórias criam vida. Descubra agora