Capítulo 3 - Confusão do dia do nome

230 30 16
                                    


𝐃𝐚𝐞𝐦𝐨𝐧 𝐓𝐚𝐫𝐠𝐚𝐫𝐲𝐞𝐧

𝐏𝐞𝐧𝐭𝐨𝐬

[...]


───── Algumas semanas haviam se passado e Laena criou mais amor e afeto pela bebê, assim como as gêmeas. A pequena havia se acostumado com nossos rostos.
Eu estava surtando. Não aguentava mais aquela criança, ao mesmo tempo que criava afeto por ela.

Não visitávamos a cidade para evitar os olhares de curiosos. Não foi fácil esconder um bebê e já estavam me perguntando sobre Laena e as gêmeas. As desculpas eram sempre as mesmas: que Laena estava indisposta ou que estava em uma temporada junto aos seus pais.
As servas não diziam nada, mas era certo que cochichavam pelos cantos do castelo, sobre a origem da criança...

Longos três meses passaram, enquanto eu evitava os cochichos e os olhares dos servos. Isso me irritava de tal forma que eu não suportava mais. Os burburinhos continuavam e minha paciência cada vez menor.

Como estava escrito no pequeno pergaminho que viera com Lainerys, quando a encontrei na mata, ela tinha apenas 9 meses, o que indicava que o primeiro dia de seu nome estava perto. Como não sabíamos quando, de fato, foi o dia de seu nascimento, resolvemos nomear seu dia de nome, o dia que a encontrei. Laena planejava uma comemoração em nome da pequena, mas eu não queria. Eu não estava gostando nada daquilo.

Laena balançava em seus braços a criança, com amor e carinho, sempre tão doce, enquanto a olhava. Eu a ouvia dizer que ela cuidaria da criança quando um estrondo vindo de fora, nos chamou atenção.
Vimos adentrar a mulher mais velha, com uma expressão segura. No mesmo instante que viu a filha com um bebê nos braços, estreitou uma das sobrancelhas.

— Agora começa as lamentações! — murmurei, me virando para ver o rosto dela melhor.

— De quem é esse bebê? — questionou ela.

— Nosso! — Laena respondeu a mãe, sem pensar.

— Não a vi nascer, então, certamente, não é sua, nem de seu marido. — seus olhos se voltaram pra mim, porra... — Ou é?

Se olhar matasse, eu estaria morto.

— Duvida tanto de mim, prima? — a retruquei, com provocação.

— Me responda! — rebateu ela e no estresse palpável de sua voz, a bebê começou a chorar, me causando mais dor de cabeça.

Aquele choro me fazia lembrar do motivo para odiar tanto bebês e crianças. Oh, Sete Infernos!

— A considero minha. — Laena entrou na frente.

— Não diga bobagens! — afirmei, colocando as mãos na têmpora, irritado com o choro da bebê.

— Ela não é nossa, minha sogra, mas a partir de agora, você vai agir como se essa criança fosse sua neta legítima. — as palavras escorregaram da minha boca em tom de ameaça.

— Ela será tão sua neta quanto os filhos do meu irmão.

— Laena soltou a imposição com cuidado. — Lucerys e Jacaerys. 

— Não tem como, todos tem olhos. — ela apontou para a criança que parava de gritar, conforme Laena a balançava. — Essa garota é dornesa!

𝐒𝐄𝐂𝐑𝐄𝐓 𝐀𝐃𝐌𝐈𝐑𝐄𝐑  - 𝐀𝐄𝐌𝐎𝐍𝐃 𝐓𝐀𝐑𝐆𝐀𝐑𝐘𝐄𝐍 Onde histórias criam vida. Descubra agora