𝓬𝓪𝓹𝓲́𝓽𝓾𝓵𝓸 |10|

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Ao chegarmos no nosso apartamento alugado de Buford nós decidimos juntar as peças.

Joseph: Apostador, viúvo, duas filhas que não moram com ele, uma perfeitinha que mora em Londres, a outra rebelde que fugiu com o namorado. Possui um amigo, e aparentemente um inimigo.

Laura: Filha mais velha, vive em Londres e trabalha em uma clínica de estética.

Clara: Filha perdida (a revoltada), não se sabe o paradeiro, fugiu com o namorado.

Namorado de Clara: Desconhecido.

Leonardo: Amigo de Joseph, frio, desconfiado, não parece comovido com a falta do amigo.

Daniel: Suposto inimigo, ainda não interrogado.

Luva ensangüentada: Objeto encontrado na praça próxima ao lote abandonado, não se sabe a ligação com o assassinato de Joseph.

— É isso que sabemos. — Comento olhando para o papel no qual havíamos escrito as informações do caso.

— Certo, temos que interrogar o Daniel. Outra coisa que podemos fazer também é ir até a casa do Joseph e procurar por evidências, ou algo que nos leve até o paradeiro da filha desaparecida. — O loiro analisa.

— É uma boa ideia, mas tenho certeza que a polícia já fez isso, não deve ter mais nada lá. — Digo frustrada.

— Podemos ir mesmo assim.

— Só vamos perder tempo, Jimin. Não compensa. — Ele suspira após me escutar.

— Tudo bem, fazemos do seu jeito então. — Ele se afasta e senta na cama me olhando.

— Vamos atrás desse Daniel Collins.

— Como pretende fazer isso? — Park pergunta com uma cara de tédio.

— Vamos esperar até ele sair do bar hoje a noite e seguir ele.

— Sério? Vamos madrugar só para fazer aquele interrogatório chato com um velho viciado e ainda mais bêbado?! — Ele ironiza claramente recusando.

— Podemos esperar ele chegar então, ele não vai estar bêbado.

Park levanta inquieto e suspira massageando o cenho.

— Isso não vai nos levar a lugar algum.

— Ir até a casa dos Williams depois da polícia ter mexido em tudo também não vai! Jimin estamos colhendo informações isso é útil e você disse que poderíamos fazer do meu jeito. — Eu levanto erguendo o tom de voz.

— Tudo bem, tudo bem, faremos do seu jeito então. — Ele vira para mim com um semblante sério.

— Eu posso continuar sozinha se você estiver cansado, eu mesma vou lá.

— Não vou deixar você ir sozinha, não sabe com quem estamos mexendo, aqueles caras não são boa pessoa, ele pode ser mesmo o assassino. Quer ser a próxima?! — É a minha vez de suspirar cedendo a sua palavra final. — Eu tô cansado, você tá cansada, parece que não vamos a lugar algum com isso. Desculpa descontar em você. — Suas mãos vão de encontro ao meu rosto.

O clima entre a gente parece tenso desde a noite do sonho, a noite do beijo, a noite em que tudo ficou diferente entre a gente. Tenho medo de me entregar, mas talvez eu inconscientemente já tenha deixado isso acontecer.

— Tá tudo bem. — Levo as minhas mãos em cima das dele fazendo um carinho na região, ele da um beijo em minha testa e se afasta.

— Vamos fazer isso então, hoje a noite iremos até o bar, esperamos ele chegar e paramos ele. — O loiro diz e eu assinto.

***

Roupas pretas camufladas na escuridão que víamos diante o painel do carro alugado, chegamos a mais ou menos meia hora e não vimos ninguém que possa ser Daniel Collins. Uma lamborghini preta estaciona no local, com os olhos fixos no automóvel uma porta se abre revelando a imagem de um homem de aparentemente 45 anos, o cabelo loiro bem penteado a barba grisalha aparada e óculos que refletiam a luz da lua. É ele! Jimin se remexe no banco dando indícios de que sairia do carro, eu seguro seu braço e logo outros dois homens de terno saem do carro, seguranças.

— Deixa comigo. — Eu saio antes de ouvir seu sermão e vou de encontro a Daniel. — Boa noite, Sr Collins né?

Os 2 homens entram na minha frente, mas o suposto Daniel faz um sinal para eles.

— Está tudo bem, sou sim. Posso ajudar? — Ele pergunta se aproximando.

— Sou Laura Williams prazer. — Eu minto com um sorriso no rosto.

— Williams? — O Collins franze o cenho.

— Sim, meu pai tinha uma dívida com você, certo?

— Já resolvemos essa dívida a alguns anos, mas ele não me pagou por completo.

— Nós podemos negociar? A sós — Complemento me referindo a seus seguranças.

— Claro, senhores escolham meu lugar. Eu entro logo. — Ele avisa para seus seguranças que logo lhe obedecem.

— Ótimo, bom eu não sou Laura, na verdade não tenho nada haver com a família, estou apenas investigando o caso. — Seu semblante enrijece. — Vou te fazer algumas perguntas sobre o Joseph, e você me responde, caso contrário o número da placa do seu carro será entregue para polícia e você provavelmente será preso por ser cúmplice de um cassino ilegal.

— Desgraçada. — Ele murmura entre os dentes.

— Ótimo, qual foi a última vez que viu Joseph?

— Quarta a noite. — Responde olhando pra dentro do estabelecimento.

— Quando ele fez uma dívida com você?

— 2 anos, ele me pediu um dinheiro para mandar para a filha e só me pagou após 8 meses não me dando o valor inteiro. — Ele coça a barba.

— Você continuou o cobrando?

— Não.

— E por que não se davam bem?

— Porque ele é um caloteiro! — Eu só murmuro, ele parecia alterado.

— Guarda rancor dele?

— Isso é uma acusação? — Ele se aproxima com o maxilar trincado.

— É uma pergunta, que você não respondeu.

— Não, não tenho rancor, só não me envolvo com caloteiro. — Responde.

— Quando esteve em Pocatello?

— Sexta.

— Então você esteve em Pocatello? — Ele arregala os olhos, bufa e me empurra.

— O interrogatório acabou! Saia do meu caminho ou não demorará muito para ser a próxima! — Ele entra furioso e eu volto pro carro.

— Acelera! — Eu mando colocando o cinto.

— O que? O que aconteceu? — O loiro pergunta sem entender.

— Acelere Jimin!! — Ele assusta, mas desce o freio de mão.

Pisa no acelerador e em pouco tempo estamos longe do bar.

— Não me diga que arrumamos um inimigo? — Pergunta preocupado.

— Quase isso, mas eu descobri algumas coisas. 

''Criminals''Onde histórias criam vida. Descubra agora