Capitulo 12 - Pedido de desculpas

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Sakura acordou e olhou para o relógio, aliviada por ter conseguido dormir até tarde pela primeira vez desde que havia chegado ali. Apesar de não ser muito tarde quando se levantou, sentiu suas energias renovadas. A televisão na sala estava ligada e viu Konohamaru assistindo a ela quando saiu do quarto. Estava deitado de costas no sofá, com a cabeça enfiada no travesseiro e os olhos fixos na tela. Seu pescoço, que parecia estar pronto para ser arrancado por uma guilhotina, estava cheio de pedaços de bolinhos. Ele deu mais uma bocada no bolinho e espalhou mais migalhas em si mesmo e no tapete.

Ela não queria perguntar nada. Sabia que a resposta não faria sentido algum, mas não conseguiu se controlar.

-O que você está fazendo?

-Estou vendo televisão de cabeça para baixo – disse. Assistia a um daqueles desenhos japoneses irritantes, com criaturas de olhos esbugalhados, que ela nunca conseguiu entender direito.

-Por quê?

-Porque eu gosto.

-E por quê?

-Sei lá.

Sabia que nem devia ter perguntado. Em vez disso, olhou para a cozinha.

-Cadê o papai?

-Não sei.

-Não sabe onde o papai está?

-Não sou babá dele.

-Quando ele saiu?

-Não sei.

-Ele estava aqui quando você acordou?

-Ahã - respondeu, sem desviar o olhar da televisão. - Ele falou algo sobre a janela.

-E depois?

-Sei lá.

-Quer dizer que ele desapareceu do nada?

-Não, estou dizendo que depois disso o pastor Iruka veio aqui e eles saíram para conversar – falou como se parecesse óbvio.

-E por que não me disse logo? - Sakura ergueu as mãos com raiva.

-Porque estou tentando assistir televisão de cabeça para baixo e não é fácil falar com você quando o sangue está descendo para minha cabeça.

Com isso, ele tinha dado margem para várias respostas atravessadas dela - "Talvez você devesse ficar de cabeça para baixo mais vezes", seria uma delas -, mas ela resistiu à tentação. Estava de bom humor hoje. Talvez porque tivesse dormido até mais tarde. E o melhor de tudo, havia uma vozinha dentro de si que dizia: "Talvez você volte para casa hoje". Não haveria mais Karin, não haveria mais Kimimaro nem Shion, não haveria mais acordar com as galinhas.

E também não haveria mais Sasuke...

Esse pensamento a fez parar. Afinal de contas, ele não tinha sido tão mal. Na verdade, até tinha se divertido na companhia dele ontem, pelo menos até o jogo. Ela até lhe teria dito o que Shion havia falado, deveria ter se explicado. Mas Kimimaro apareceu...

Queria muito ir para o mais longe possível daquele lugar.

Abriu as cortinas e ficou olhando pela janela. Viu seu pai e o pastor Iruka na entrada da casa e lembrou-se de que não o via desde pequena. Ele não tinha mudado nada, apesar de precisar de bengala agora, a cabeleira branca e as sobrancelhas grossas continuavam memoráveis como sempre. Sakura sorriu, lembrando-se de como ele havia sido gentil após o funeral de seu avô. Sabia por que ele gostava tanto de seu pai, havia algo de infinitamente bom nele e ela se lembrou de que, depois do culto, ele havia lhe oferecido um copo de limonada, pois era mais doce que refrigerante. Parecia que conversavam com mais outra pessoa, mas não dava para ver quem era. Foi até a porta para poder ver melhor. Logo reconheceu o carro de polícia. O policial Yashiro estava dentro do carro de porta aberta, preparando-se para ir embora.

A última música - SasuSakuOnde histórias criam vida. Descubra agora