Devo ficar?

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Dalua:

Fui empurrado dentro do portal caindo de joelhos e ouvindo o espirito da diversão dizer: Vingança por não ter me salvado no lago!

Maldito, como não imaginei?

O portal se fechou revelando uma parede esverdeada com desenhos de ovos de pascoa. Respirei fundo, esse era o último assunto mal resolvido.
Me virei procurando pelo coelho, porém não o avistei, mas apesar disso sabia que ele estava ali.

Lembro que no período das trevas Breu nunca conseguiu o pega-lo pois ele conhecia o terreno melhor que ninguém, sua habilidade de se camuflar era extraordinária que até eu conhecendo seus truques tinha dificuldade em encontra-lo.

- Unnymund! - berrei olhando em todos os lados. - Sei que está chateado, chateado não... provavelmente com raiva. - Disse o procurando, mas tudo estava silencioso. - Eu sinto muito, isso é culpa... - Enquanto falava pensei bem. - Isso não é culpa minha, eu não fiz nada - Disse parando e colocando a mão sobre a cintura.

O local estava escuro e as estatuas de ovos de pascoa me davam arrepios. - É, e digo mais, não tenho culpa que você é sentimental.... não é essa palavra... Dramático!

Gritei sentindo-me leve, de longe avistei um pequeno ovinho, ele tinha perninhas o que era fofo.

- Como pode um ser tão desajeitado criar essa coisinha tão delicada e fofinha. - Falei pegando a criaturinha. - Agora você é meu, vou te dar o nome de.... Bob Jack, Quer ir para casa comigo Bob Jack?

- Ele fica. - Disse a voz que vinha do alto.

Estralei a língua. - Você nem se importa, abra passagem. - ordenei e ele saltou de cima de uma estátua.

- Eu sou dramático? - Perguntou o homem de cabelos azulados que me deixou por um segundo hipnotizado.

Balance a cabeça em busca de sanidade.

- É, você é dramático! - Berrei e o ovinho começou a tremer. - Eu dou uma volta e a confiança que tem em mim acaba?

Ouvi um rosnado e logo o som do bumerangue vindo em minha direção.

A arma acertou no Bob e ele caiu no chão passando a correr em direção a grama.

- Ei, deixe de ser arrogante!

- Eu estou sendo? - Perguntou se aproximando. - Você que está desprezando meus sentimentos.

Ele chegou bem próximo, sua mão foi em direção ao meu cabelo, no entanto parou esperando permissão.

- Eu... Te amei desde o primeiro dia. - Ele olhou para o chão. - Eu não suporto a ideia de que me deixe, por que todos podem ser felizes menos eu?

Eu sorri puxando ele para um abraço. 
- Pobre criança, não estava indo a lugar algum. - Falei e ouvi um soluço.

- Você mesmo sabendo de meus sentimentos nunca disse que sentia o mesmo. Por isso sei que me abandonará de novo.

- Sei que é impossível saber se uma pessoa realmente mudou. É como não levar sombrinha em um dia de chuva e no lugar de aprender com o erro, voltar a fazê-lo. - Falei e ele abraçou minha cintura. - Mas as vezes ao invés de chover, um dia ensolarado se faça presente.

" O que quero dizer que apesar que a chuva seja fria, não devemos passar a vida com medo de nos molhar. ".

- Sabe que eu não posso ficar para sempre. - Falei e o mesmo congelou passando a chorar. - Apesar de tudo ainda sou o homem da lua.

- Não, por favor, não posso perde-lo de novo.

- Meu lugar não é aqui Unny - Disse me afastando para olhar em seu rosto. - Todos aqui tem seu propósito, é o meu se encerrou.

- O que quer dizer?!

- Meu propósito era dar dar forças a vocês contra as trevas.... mas agora não há missão para mim.

- Isso não é justo! - Falou colocando sua mão em meu rosto, o segurando com carinho. - Eu preciso de você.

Me silenciei, pois também precisava dele quase como precisava de ar.

- Eu.... - Tentei falar mas ele se aproximou novamente.

- Eu te amo. - Disse puxando meu queixo para o dele e parando no meio do percurso. - e você?

- Eu... Eu não... - Apesar de saber o que devia falar, eu o queria mais que tudo.

Queria permanecer do lado daquele transmorfo e também ter meu final feliz. No entanto eu não podia abandonar o veleiro.

- Apenas diga que me ama, e lhe prometo deixá-lo ir.

Eu devia ir.

- Eu te amo desde o primeiro encontro, desde que me chamou de princesa a primeira vez, desde que eu fui contenplado com seu beijo.

Ele abriu um sorriso e me beijou com carinho, no meio do mesmo o canto de sua boca se erguia para cima, como se estivesse feliz.

Nos separamos, é encostei minha cabeça em seu pescosso.

- É melhor eu partir.
Falei e ele abraçou minha cintura.

- Acho que não. - Falou distribuindo beijos em meu rosto.

- Mas... Você disse que. - Falei e ele me deu mais um beijo, dessa vez em minha mandíbula.

- Tem coisas que não devem ser evitadas. - Disse pegando minha mão e colocando algo, era boby - Como você disse, podemos ter medo de nos molhar ou podemos apreciar e dançar durante ela. - Ele deu uma gargalhada. -  tá, mudei um  pouco, mas isso não importa.

- Mas...

- Dalua sei que quer isso, sei que também me quer. Não negue.

A toca foi aberta no mesmo instante.

- Você não é um prisioneiro, por essa razão não te impedirei.

Olhei para a saída e para minha mão.

A pergunta ecoava em minha mente, devia partir?
Devia me telestranportar e abandola-lo de novo?

....
Continua.




Origem dos Guardiões: Frio e TrevasOnde histórias criam vida. Descubra agora