Capítulo 52

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                                                                                     Christian


Eu olho para o meu telefone, meu coração batendo com desgosto e fúria. Ela desligou na minha cara. Cortou meu pedido de desculpas com um "adeus" e desligou.

Eu ligo de volta, caso tenha sido uma conexão ruim, mas recebo a caixa postal imediatamente. Xingando baixinho, envio três mensagens e espero. Nada. Não há pontos em movimento para me dizer que ela está respondendo, nada para dar qualquer indicação de sua intenção. Aproveitando cada grama de paciência, ligo novamente. Caixa postal.

Direto para a porra da caixa postal.

Ela desligou o telefone ou está rejeitando minhas ligações. O telefone na minha mão parece uma bomba pronta a explodir ou talvez seja a bola de fúria no meu peito. Duas vezes ela fez isso comigo agora.

Por duas vezes ela tentou me fazer ir embora.

E a última vez eu fui. Como um idiota, eu me afastei, quase deixando-a estragar o que temos. Bem, não dessa vez.

Ela não entrará no avião até que retire o maldito "adeus".

*********************

Já me acalmei um pouco quando Taylor me leva pelas ruas recém-limpas até o Brooklyn. Em retrospectiva, talvez não entrar em contato com Anastasia desde domingo não tenha sido muito bom para mim. Foram apenas três dias, mas se ela sentir nossa conexão tão intensamente quanto eu, pareceria infinitamente mais longo.

Eu ainda estou chateado por ela ter desligado, mas posso entender.

De qualquer forma, quando o carro chega às pilhas de neve deixadas no meio-fio pelo limpa-neve, estou totalmente preparado para rastejar. Além de explicar como as coisas estavam caóticas no trabalho, vou oferecer minhas sinceras desculpas e jurar que nunca mais vou ignorá-la. Não foi o que fiz, apenas adiei contatá-la um pouco, mas é assim que ela deve ter percebido.

É a única explicação para esse "adeus" do nada.

Estou usando minhas botas impermeáveis, mas a neve entra pelas aberturas nas pernas enquanto atravesso as pilhas na altura da coxa no caminho para a porta de Anastasia. Ignorando a umidade gelada que encharca meus pés, toco a campainha.

Nada.

Sem resposta.

Dou alguns minutos e toco a campainha novamente. Nada ainda.

Frustrado, vou até a janela do porão ao virar da esquina. Como esperado, está coberta de neve, então, me abaixo e começo a limpá-la com minhas próprias mãos. Ela não vai me ignorar tão fácil assim. Não vou deixar.

— Com licença. O que você está fazendo?

Assustado com a voz estridente, levanto os olhos. Uma mulher mais velha e magra, vestida com uma jaqueta fofa, está de pé a alguns metros de distância, seu permanente loiro-acinzentado formando uma auréola crespa em volta da cabeça.

— E aí? — Ela exige com uma careta. — Você está invadindo minha propriedade. Explique-se, ou eu chamo a polícia.

Ela deve ser a senhoria de Anastasia.

Levanto-me, tirando a neve das palmas das mãos no casaco. — Me desculpe por isso. Eu estou procurando por Anastasia. Ela não está atendendo a porta por algum motivo.

Ela pisca para mim, sua carranca desaparecendo.

— Você está procurando por Anastasia?

— Sim. Você sabe onde ela está? Não consigo encontrá-la.

O Titã De Wall StreetOnde histórias criam vida. Descubra agora