15. Competição

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Minutos depois de Liz, Ben e Roy sairem para ir à faculdade, a casa ficou num silêncio absoluto, assim dando para perceber que não havia ninguém dentro dela. Achei estranho, pois meu pai não tinha o costume de sair quando era noite e ainda mais sem avisar. Eu estava em meu quarto; abri a porta e o corredor estava escuro. Andei até a sala e ela também estava escura; enquanto eu andava ia acendendo as luzes. Fui averiguar a cozinha e lá estava ele fazendo seus pratos sofisticados, com extrema cautela. Fiquei pensando por que ele tinha apagado as luzes deixando a casa toda numa escuridão.

- O que está fazendo, pai? - perguntei sentando se numa cadeira exposta em frente à mesa.

- Nada de mais. Só matando a saudade - ele me respondeu continuando a preparar seus pratos finos.

- Que mal lhe pergunte. Por que apagou todas as luzes da casa deixando apenas esta acesa?

- Pensei ter escutado barulhos por perto. Prefiro evitar visitas inesperadas.

- Visitas inesperadas?

- Sim - ele disse e depois não disse mais nada. Eu percebi que ele não queria falar sobre o assunto. Então eu não quis forçar nada.

Fiquei em silêncio, observando como ele preparava o prato.

- Roy comentou comigo sobre uma tal Veronika... - Ele começou.

Estremeci; eu não pretendia contar tão já sobre ela. Tentei pensar numa maneira de me explicar, mas não sabia nem por onde começar; de repente aquilo começou a parecer tão errado.

- Eu queria ter te contado...

- Mas não é nada demais, é?

- Olha, pai... Já conversei com Liz sobre nós. Eu preciso primeiramente entender a mim mesmo... Ainda não estou totalmente certo do que quero; mas sei que o que sinto por essa garota é diferente do que sinto pela Liz.

- Você pode não acreditar, mas eu te entendo perfeitamente. A vida nunca é tão certa; não pense no que deve ou não deve sentir; apenas sinta.

- Eu conversei com ela no dia do treino... Cheguei perto, bem... perto - arrisquei dizer.

- Quanto perto?

- Na verdade eu não tinha a intenção... Ela veio até mim e eu não pude impedir. Mas eu não oscilei em nenhum momento; talvez eu não seja tão fraco quanto Ben diz.

- James, você tem que entender que não pode se submeter a esses tipo de situações. Você ainda está em fase de treinamento; não sabe seu limite.

- Você não ouviu o que eu disse? Eu não senti nenhuma vontade de atacar ela!

- Mas você sabe que relação entre humanos e vampiros é muito arriscado, né? Eu acho que agora não é o momento certo pra apostar numa relação assim; você ainda é novo, não está totalmente controlado.

- E o que acabou de dizer? Sobre não pensar no que devo ou não devo sentir?

- Não estou dizendo para não se permitir sentir algo por ela ou por qualquer outra garota; muito pelo contrário, amar é a maneira mais próxima de se sentir humano... Mas você não pode arriscar a vida dessa garota.

- Sabe que amanhã quero ir à competição pra ver ela, não sabe? - Fui franco.

- Eu sei. E sei também que ela vai fazer parte dessa competição; você vai vê-la de longe. E não se preocupe, pois um show desse porte, sempre tem area vip; me certifiquei de que tenha uma vista boa com um número bem pequeno de pessoas. Em todo caso, Roy estará lá.

- Não tem medo que eu faça algum mal para alguma dessas pessoas?

- Não vai fazer. Já está na hora de começar a se virar sozinho; Roy só será uma precaução.

Entre Nossas DiferençasOnde histórias criam vida. Descubra agora