Capítulo 5

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(...)

Já estava na porta de casa. Pedi para sair mais cedo do café para ter tempo de me arrumar. Entro em casa e vou direto para o banheiro. Tomo um banho relaxante e sigo em direção ao meu quarto para escolher o que iria vestir. Dou uma olhada no meu guarda-roupa e pego uma calça jeans preta rasgada no joelho e um suéter mostarda curto, que deixa a mostra meu abdômen. Não faço a menor ideia do que as pessoas costumam vestir para assistir um desfile, mas tenho certeza que escolhi uma das minhas melhores roupas. Fiz uma maquiagem bem leve e arrumei o cabelo fazendo uma trança embutida de lado. Calcei um coturno preto com salto e peguei um par de argolas douradas, pequenas e grossas para pendurar nas orelhas.

Ao ouvir o som de uma buzina, que vinha do lado de fora, olho para o relógio e vejo que já são 18 horas em ponto. Rapidamente pego minha bolsa e ponho nela a chave de casa e minha carteira com dinheiro e identidade. Saio de casa, tranco a porta e entro no carro.

- Oi. - Digo ao abrir a porta do carro. - Eu demorei muito?

- Não se preocupe, estamos no horário. - Maya fala enquanto eu coloco o cinto.

Passaram-se alguns minutos em que um silêncio fúnebre estava instaurado no carro. Comecei a reparar melhor em Maya. Ela usava uma blusa branca de mangas compridas e uma saia cinza sobre uma meia calça preta. Como calçado, uma bota preta de salto alto e como acessório um relógio dourado e o seu amuleto. A maquiagem simples, muito parecida com a minha por sinal. O cabelo loiro curto, na altura dos ombros, solto como ela usa normalmente. Tirando toda essa fantasia, ela estava como de costume, quieta, observando a paisagem da cidade pela janela.

- Então... - Tento puxar assunto. - Do que seu avô trabalha?

- Ele é Químico, trabalha em laboratório com pesquisas. - Ela disse mantendo seus olhos fixos à janela.

- E seus pais? - Pergunto

- Meu pai era médico e minha mãe era dona de casa.

- Era? - Pergunto

- Sim, antes de morrerem em um acidente de carro. - Ela contou contendo qualquer tipo de reação.

- Sinto muito, eu não devia ter perguntado.

- Não, está tudo bem. - Ela olha pra mim. - Você não sabia.

- Então você mora com o seu avô agora?

- Sim, vai fazer 10 anos! - Ela afirma cabisbaixa

- Chegamos Srta. Charpentier! - O motorista nos informa estacionando o carro.

- Vamos fazer o seguinte, quando o evento estiver acabando eu te ligo e você vem nos buscar. Tudo bem para você Morrice?

- Sim Srta.Charpentier! - Ele respondeu.

Saímos do carro e fomos para a entrada do evento, onde tinha alguns seguranças. Mostramos os ingressos e entramos. É bem grande o local. A passarela se estendia pelo meio do salão e os assentos a rodeavam.

- Nossa, está lotado! - Maya comentou

- Precisamos de duas cadeiras vazias, você está vendo alguma? - pergunto enquanto procurava.

- Ali! - Ela me puxou pelo braço, nos levando até a última fileira, onde havia restado duas cadeiras na ponta. Nos sentamos e esperamos o desfile começar.

- É a coleção de inverno? - perguntei .

- Sim, tanto para adultos como para adolescentes. - Ela respondeu empolgada. - Brian Chevalier é meu estilista favorito. Além disso, ele tem um filho que é modelo e trabalha divulgando a sua marca. Sou super fã dele.

Vastel - Os Seis AmuletosOnde histórias criam vida. Descubra agora