Uma chance de amar?

Um passado traumático- 2

Hanna Agnes:

Acordei e vi que estava coberta, mas sem a parte de baixo, vi que era 5 da manhã, ele tinha ido ao meu quarto as 11:00, então se passou umas horas deis de que fiquei desacordada, agradeci por ele não estar do meu lado, então tinha um espelho no guarda roupa, quando me olhei, vi alguns pequenos hematomas roxos em minha perna, eu senti um nojo enorme de mim e principalmente dele. Me troquei e fui tomar um banho, escovei os dentes e fui pro meu quarto brincar um pouco, se distrair dessa bagunça, era segunda, eu tinha aula às 11:30 e saia as 17:00, tava torcendo pra já chegar o horário de eu ir para a escola. Desci 9 horas, tomei um café e vi meu tio, meu vô e minha vó sentados na mesa, tomando café todos juntos, então me sentei com eles também, eu não conseguia olhar para meu "tio" e não lembrar da noite horrível, até que minha vó olhou pra baixo e viu um dos hematomas roxo pequeno em minha perna, me perguntou o que havia acontecido, meu tio me olhou sério, como se estivesse me ameaçando, eu por medo disse a ela: "só caí quando estava brincando, aí bati esse lado da perna" ela acreditando ou não, disse "Hum, tanto faz, vai pra escola semana inteira né? Graças a Deus, mas no final de semana vc irá limpar o que eu mandar!" eu respondi "Ah, ok." é, vou aproveitar nada de infância que ao menos eu queria ter.
Bom passando-se os 5 dias, veio sábado, então minha vó me acordou às 7 horas da manhã, me colocando para limpar o quarto deles sendo que a faxineira tinha limpado ontem e me colocou para lavar toda louça, que eles fizeram questão de almoçar, jantar e tomar café e não lavar ou deixar os que cuida da casa limpar, para sobrar pra mim, bom eu limpei tudo, fui para louça secar, até que fui pegar o prato para secar e deixar derrubar no chão pois não estava alcançando o armário, quebrou, meu vô veio gritando perguntando o que tinha acontecido, eu com medo dos gritos dele, pedi desculpas, ele simplesmente não ligou e tirou a cinta para me bater e me bateu, até que me levou para o quarto e me trancou com ele, eu já não estava com nenhuma força, ele me olhou com um olhar de ódio e desprezo e o que eu mais temia se repetiu, o olhar de malícia.. Ele me disse coisas horríveis, me disse que eu era um estorvo pra todo mundo, que até meus pais não me aguentaram, mas que deveriam ter me deixado na rua ao invés daqui, eu concordei com a última fala dele, preferia ter ficado na rua do que nessa casa, eu de tanto chorar só simplesmente tava implorando para me ansiedade vir e eu desmaiar, sabia o que iria acontecer, não queria ficar acordada pra ver, foi aí que ele me jogou na cama e tudo começou, de novo e de novo, isso se repetia por anos, meu tio e meu vô me puniam desta forma, davam mil desculpas para algo que nem era considerado errado pelas minhas ações e vinha com aquela malícia sobre mim, cresci escutando todo mundo da casa em que eu morava me odiar, me usarem criança para "prazer" e eu me pergunto, como que um monstro deste sente prazer em uma criança ou em algo que ninguém quer? É por isso que todos estes abusadores tem que morrer!

7 anos depois:

Bom, completei meus 14 anos, com 13 eu tinha decidido conversar com minha vó, dizer o que os dois monstros faziam comigo, quando ela achava que só estavam me batendo, o de se esperar foi, ela não acreditou e me disse que eu era um lixo, deveria morrer, mas eu realmente queria isso, só que falhava, pq eu acordava no dia seguinte, apesar de aos olhos dos outros eu ser bonita, eu me sentia horrível e um lixo, nunca achei que alguém iria me amar a não ser só pra me usar, porém odiava que me achavam bonita, queria que todos tivessem meus olhos, para que ninguém quisesse me usar para aquilo e nem fazer nada contra minha vontade, queria que, todos me odiassem, odiava chegar perto de meninos, além do medo e nojo, eu nunca achei que iriam me amar, então sempre me mantive distante de qualquer papo que viam. Ninguém daquela casa ligava pra mim ou pra meu bem estar, estavam pouco se fudendo, só davam ordens nós empregados para que fizessem comida, mas geralmente falavam pra fazer só pra eles, então eu tive que sempre pesquisar e aprender a marra a ajeitar comida para mim se alimentar. Fazia de tudo para que nada queimasse, quebrasse ou sujasse, se não eu teria punição, mas uma coisa que eu fazia era me dopar inteira quando ouvia passos deles, pq aí pronto, era bem mais fácil pra mim. Passei a escola me isolando de todos, com medos e inseguranças.
Nos meus 13 anos eu saia de mais não parava em casa, independente se fosse pra ficar até 6 horas da manhã na rua, eu ficava, aliás eles nem ligava mesmo, com 14, eu comecei a me drogar, fumar e beber, fazer tudo aquilo que iria arriscar minha vida de morte, porém aquilo me fazia esquecer e se sentir calma, pra mim, era totalmente bom isso.
Até que, na escola conheci um garoto, ele era bem bonito, o nome dele era Jake, Jake se tornou meu 1° namorado e o pior de todos. No começo era uma maravilha, ele fazia com que eu se sentia "protegida" ou ao menos me passava um sentimento bom, algo novo pra mim, só que dps de 3 meses de namoro, ele começou a sair com outras garotas e dizia para mim parar com ciúmes, eu, com medo de ser abandonada de novo, sempre deixava passar, colocava na cabeça que relacionamento assim era normal, aliás, foi meu primeiro, até que descobri nudes dele com uma menina, fique aterrorizada com o que vi, queria terminar, mas ao mesmo tempo não conseguia, ele queria mandar em mim, em tudo! Bom depois de 1 ano tentando sair desse relacionamento tóxico, eu terminei no meu aniversário de 15, me libertei, porém, no relacionamento com ele, eu só ficava na casa dele, mesmo que ele saísse e me deixava lá, eu ficava junto com a mãe dele que era um amor de pessoa! Só que tive que voltar pro inferno, bom dps de 5 meses aparentemente eles tinham mudado a atitude de querer fazer aquilo comigo. Eu senti um pequeno alívio nisso, porém as agressões não acabaram, seja elas fisicamente ou verbalmente.

2 anos depois: