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Lorena

Encaro o caminho que eu ainda tinha que andar até chegar na minha residência. Trabalhar pra de manter, estudar pra ser alguém e ainda por cima tentar ter vida social.

Sinceramente odeio tudo isso, nunca tive ninguém pra me ajudar ou muito menos passar mão na minha cabeça e dizer "calma Lorena, vai ficar tudo bem". Cresci em um orfanato na Vila Maria em São paulo.

Apanhei pra caralho é ainda fui vítima de estrupo, a vida não e fácil. Aos 15 conheci ZS é foi só merda, depois de conseguir fugir daquele inferno eu vim pro Rio.

Me arrumei aqui é agora eu vivo uma vida um tanto confortável ao meu ver. Apanhei muito da vida pra compreender a maldade humana e que ninguém nunca vai ter a mesma compreensão que temos pelo próximo.

Abro a porta de casa vendo a loira jogada no sofá com os olhos vermelhos é o cheiro forte de maconha.

- Que idéia é essa de fumar dentro da minha casa?

Coloco a mochila no sofá e começo a abrir as janelas da casa, odeio esse cheiro.

Lara: Sempre a mesma merda - suspiro já sabendo o que era - Ele chega em casa cheirando puta e ainda me bate.

Ela tira o cabelo de perto da bochecha e dava pra ver a marca de mão.

- Cansada de te falar pra você sair dessa Lara - me sento do seu lado puxando ela pra perto - pô, esse bagulho de colocar mão não e maneiro não, cê tá ligada né?

Lara: Eu sei Lorena - respira fundo - é difícil sair dessa merda, na minha cabeça não tem ninguém como ele.

- Continua nessa tua idéia de que ninguém e como ele que ele não tá nem aí pra tu - levanto do sofá indo pra cozinha - Tá na hora de acordar Lara ou agora ou depois de levar uma surra boa e morrer.

Tô cansada do dia e ainda ter que ouvir Lara me mágoa, garota e foda num nível absurdo porém se submete a essas merda tudo. Parto o pão no meio passo manteira e coloco na frigideira. Aqui na favela tu não pode se meter em relacionamento alheio, pode ser até tua mãe e teu pai, só se mete se tiver quase morrendo.

Faço dois pães coloco suco nos dois copos e saio em direção a sala entregando um pra Lara.

Lara: Tá ligada que eu te amo muito né?  - concordo - Obrigada por tanto que tu faz.

- Cê é quase como uma irmã pô - ligo a Tv e coloco um filme - Fica ligada que quanto mas você adiar você quem paga depois.

Fico ali com ela um tempo até ela resolver ir embora pra casa, fecho todas as janelas, subo pro meu quarto entro no banheiro tirando minha roupa e parto pro banho. Coloco uma blusa larga e uma calcinha vermelha, me jogo na cama logo sentindo o cansaço bater com tudo.

𝐀 𝐦𝐞𝐮 𝐟𝐚𝐯𝐨𝐫 - 𝐅𝐑 (em pausa)Onde histórias criam vida. Descubra agora