CAPÍTULO 03

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RAFE CAMERON

Acordei sentindo uma leve pontada na cabeça e o meu corpo inteiro doía. A luz que entrava pelas janelas aumentavam ainda mais minha dor de cabeça e isso era extremamente irritante. Sinto o celular vibrar em algum lugar do sofá e começo a procurar o mesmo, tentando acordar de fato e me localizar. Eu não lembrava de muita coisa, só da briga com o Maybank, a amiguinha dele me insultando. Depois vim para a casa do Barry, e depois disso, tudo o que eu me lembro é de estar acordando agora. Depois de alguns minutos procurando, encontro meu celular e vejo que havia várias chamadas perdidas de Hanna.

Reviro os olhos e jogo o celular para o lado, me sentando no sofá e passando a mão pelos cabelos na intenção de manter a calma. Hanna era o tipo de garota que grudava em você como um chiclete. Eu não sentia absolutamente nada por ela, de início foi só pelo sexo, mas ela virou uma pedra no meu sapato e está difícil para me livrar da mesma. Ouço alguns passos vindo do corredor da casa e encaro, vendo Barry caminhando em minha direção.

— Bom dia, Country Club. — ele joga uma garrafinha de água para mim e se senta na poltrona ao lado. — Você está horrível.

— Não fode, Barry. — reviro os olhos e bebo quase a garrafinha toda de água.

— Seu celular não parava de tocar. — ele estica os pés e apoia na mesinha em frente ao sofá. — Deixou a mulher preocupada.

Ele brinca, rindo da minha situação e reviro os olhos para ele mais uma vez. Barry conseguia ser um saco quando queria, mas também era um bom amigo. Ele tinha o que eu precisava e por mais que eu não gostasse de ficar dessa forma, uma hora acabava voltando. A cocaína estava me destruindo aos poucos, eu sabia disso, mas não era tão simples assim largar. Sempre que algo acontecia, na maioria das vezes as brigas com o meu pai, eu voltava a usar e me arrependia no dia seguinte.

— Eu preciso ir, acerto com você na semana que vem. — me levanto do sofá, mas Barry levanta junto e fica frente a frente comigo.

— Sua conta está ficando alta, Cameron. Espero que eu não tenha que ir até você. — ele da dois tapinhas no meu ombro e me da passagem para sair.

Respiro fundo e saio da casa dele imediatamente, me segurando para não socar o mesmo e causar problemas ainda maiores. Verifiquei a hora no celular e subi na minha moto, dando partida logo em seguida. Precisava chegar em casa antes do meu pai, ou teria que explicar o sumiço e as roupas sujas de sangue. Depois de uns longos minutos pilotando, finalmente chego em casa e me apresso para entrar. Verifico se não tinha sinal dele ou da Rose e após ver que estava tudo certo, entro sem fazer barulho e subo as escadas, caminhando em direção ao meu quarto.

— Rafe. — ouço a voz irritante de Sarah e me viro em sua direção. — Por que não voltou para casa ontem?

— Não é da sua conta. — sou grosso e viro de costas para a mesma, entrando no quarto e me deparando com Hanna sentada em minha cama, me olhando furiosa.

— Boa sorte para explicar para ela, idiota. — Sarah da dois tapinhas em minhas costas e entra em seu quarto, batendo a porta em seguida.

Respiro fundo mais uma vez e entro no quarto, fechando a porta atrás de mim e indo em direção ao banheiro, mas antes que eu pudesse chegar no mesmo, sinto as mãos de Hanna me puxar para encarar a mesma que continuava com fúria no olhar.

— Onde você estava, Rafe? — ela grita, dando o seu show de sempre.

— Não começa, Hanna. Eu estou aqui agora, não estou? — falo no mesmo tom, me soltando de seu aperto.

— Você sempre faz isso, Rafe. Sempre age como se não devesse nenhuma explicação, mas você é meu namorado e me deve explicações sim! — ela me empurra, fazendo com que eu bata as costas na mesinha ao lado da minha cama.

PARADISE ON EARTH - Rafe Cameron Onde histórias criam vida. Descubra agora