Capítulo único.“Pat podia mentir para o pai.
Pran poderia fingir odiar novamente o vizinho para a mãe achar que ela tinha
o controle de tudo sobre ele, como sempre,
em relação à casa ao lado.
Mas em uma realidade só deles,
Pran era de Pat e é assim que seria.
Eles não eram a geração de brigas daquela história toda.”
♪
— Ei, Pat! Solte agora esse pacote de balas. Não viemos aqui fazer isso.
Era como estar com uma criança no supermercado. Pat girou os calcanhares encontrando meus olhos, curvou os ombros e fez uma cara derrotada. Permaneci de braços cruzados enquanto ele tentava me persuadir.
— Vá pegar tomates pra mim, por favor.
— Praaan – disse ele — só dessa vez, vai. É fim de semana, e é só uma balinha.
Fechei os olhos. Ouvi ele caminhando para perto, quando abri os olhos novamente ele estava em minha frente.
Olhar pidão como todo cachorro carente. Se eu olhasse aquelas jabuticabas brilhantes eu facilmente me renderia. Efeito Napat.
— Por favor, amorzinho.
Uma risada escapou e notei Pat com a cabeça apoiada em meu ombro. Ainda com a sua melhor cara de carência crônica, ele sorriu sem mostrar os dentes, mas largo o suficiente para que enrrugasse os cantinhos de seus olhos redondos. Estávamos sozinhos no corredor naquele momento, mas ainda assim, era totalmente arriscado aquele tipo de contato tão publicamente. Alguém podia ver.
— Tsc, Pat, estamos em público! – Empurrei ele pra longe. Seus ombros caíram. Senti uma fisgada ruim no peito. Eu genuinamente queria poder retribuir e receber os carinhos do meu namorado em qualquer lugar daquela cidade. — Desculpa. Mas alguém pode n-
— Nos ver. Eu sei, foi mal. Às vezes eu esqueço que somos completos prisioneiros dentro do nosso próprio namoro. – Ele respirou fundo, levantando o pacote de balas que ainda tinha em mãos. — Vou indo pegar os tomates.
Pat seguiu pelo corredor até estar próximo da prateleira de onde tinha tirado o pacote. Apertei os olhos e corri até ele, porque mesmo com o charme, ganharia as balas de qualquer forma – gosto de ver como ele fica feliz comendo elas. Segurei seu pulso parando.
— Você pode levar elas. – Sorri e corri os dedos até os dele e segurei forte.
Ele retribuiu o sorriso e balançou a cabeça agitado. Pegou nossas mãos fracamente unidas e levou ao rosto. Inspirou fundo e rimos juntos.
Depois dele cuidar dos tomates, eu estava agora riscando da lista de compras os itens que já tínhamos. Estava usando o celular de Pat porque tinha esquecido o bloco de anotações que anotei as coisas em casa. Por sorte, eu consegui lembrar do que estava lá para refazer tudo. Meu violão estava dentro do carrinho de compras, tinha o levado para trocar as cordas na loja de músicas que sempre íamos.
— Pran, não consegui encontrar o ketchup que você gosta.
— Podemos achar perto de casa, eu acho. Você conseguiu o pacote de pão?
— Aqui, senhor – disse colocando o pacote no carrinho.
Agradeci e seguimos procurando mais algumas coisas faltantes em casa. Pat tem suas preferências em comida, mas sempre aceita tudo que preparo para nós quando estamos juntos. Ele não tem tantas habilidades culinárias, mas quando quer ser uma gracinha, consegue não queimar nenhum pão na torradeira. Gosto de cozinhar só para ver ele apoiado na bancada esperando qualquer oportunidade que apareça para que possa experimentar um pouco. É claro que eu aceito ele ser um degustador, é bem adorável o ver assim.

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Supermarket - PatPran
ФанфикPat só queria um pacotes de balas na compra do dia, mesmo que Pran estivesse com o pensamento longe, no fim de tudo - sem encontrar o pai - Napat faria o namorado terminar o dia bem. ~ Se o episódio 10 continuasse o fluxo de PatPran sendo doméstico...