Capítulo 11

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Enid Sinclair

Eu havia acabado de sair de casa, e no momento, estava dentro do ônibus. Minha mãe e Mia não falaram comigo hoje pela manhã, mas eu tentei não me abalar com isso e fazer com que acabasse com o meu dia. Óbvio que me doía não falar com a minha irmã, mas eu não podia fazer nada a respeito. Sei que minha mãe é extremamente manipuladora quando quer, então não posso colocar a culpa toda nela por suas atitudes.

Peguei os meus fones de ouvido e coloquei a minha playlist no aleatório. Sempre quando me sinto muito para baixo, escuto músicas e mais músicas. Sinto que assim consigo desligar minha mente, mesmo que por alguns minutos, e definitivamente faz o meu dia ter um andamento melhor. Uma hora depois, eu já estava no ponto perto da empresa. Desci do ônibus, e fui andando até a Connection. Xavier não estava na portaria, então apenas passei direto e fui para o meu andar. Yoko estava no telefone, então apenas acenei para ela, e fui para a minha sala.

Hoje eu não teria que vir, mas Wednesday me mandou uma mensagem mais cedo avisando a que tinham novas fotos para serem revisadas e corrigidas. Eu poderia até fazer de casa, mas realmente, vir para a empresa me parecia a melhor opção. Minhas mãos estavam com algumas machinhas roxas, especificamente nos lugares que a pancada na parede foi mais forte. Eu não me orgulho disso. Não me orgulho dessas crises de raiva que as vezes me atingem, mas eu sei que com paciência e calma, isso passa e logo eu fico melhor.

Liguei o computador e abri o e-mail, onde os arquivos com as fotos haviam sido enviados. Não tinha muita coisa para fazer ali, era bem fácil até, então eu não teria muito trabalho e aparentemente, não tomaria muito do meu tempo. Escutei a porta ser aberta, e vi Yoko e Bianca entrarem na sala.

–Bom dia para a loirinha mais linda que essa empresa tem. –Yoko me abraçou por trás, e deixou um beijo em minha testa.

–Meu Deus, está tão carinhosa hoje. –Falei rindo. –Isso é saudade?

–É que ontem a gente quase não conversou, e eu senti falta. –Fez uma carinha triste, e eu ri.

–Eu odeio essa melação, mas tenho que concordar com essa retardada. –Bianca revirou os olhos, e me abraçou também. –Você está melhor, loira?

–Estou sim. –Sorri. –Fiquem tranquilas.

–Então está ótimo, era isso mesmo que eu queria ouvir. –Yoko fez uma dancinha, e a minha risada foi inevitável. Coloquei as minhas mãos por baixo da mesa para que elas não vissem o estado que estavam, e para não preocupá-las com nada também. –Posso te pedir uma coisa, loirinha? –Piscou os olhos rapidamente, acredito que na tentativa de de fazer uma carinha fofa.

Lá vem.

–Olha, se for sobre a Lina, eu não já te dei o número dela, criatura? –Brinquei, e ela negou com a cabeça.

–Fica tranquila que o que acontece entre eu e a sua irmã fica entre a gente. –Falou com um tom de voz estranho, e uma cara nada normal.

–Vocês se conhecem a dois dias! –Falei espantada.

–E até parece que você não conhece a Yoko, não é? Essa daí tem um fogo que nem caminhão pipa apaga mais. –Bianca deu um tapa na nuca da garota.

–Aí credo. –Yoko revirou os olhos. –Vou tomar um banho de sal grosso para me purificar.

–Ah meu amor, você está bem errada da cabeça. –Bianca ergueu uma sobrancelha. –Para purificar você, só com muita água sanitária, e se bobear não resolve também.

–Falando assim parece até que eu sou uma pervertida. –Yoko cruzou os braços. Eu observava a cena segurando a risada.

–Não parece não, minha linda, você é. –Sorriu cinicamente.

Photograph || WenclairOnde histórias criam vida. Descubra agora