Novidade.

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A caverna perto da cidade era fria e escura. Ela encontrava-se no meio de árvores e arbustos, escondida entre um ou outro galho do local verde. Ao lado de fora, uma paisagem sombria e nublada pintava o céu, indicando que a chuva continuaria ocorrendo por mais tempo do que o esperado. E ao lado de dentro, onde uma fogueira estava acesa dado aos troncos que queimavam, certamente muitas coisas estavam prestes a acontecer.

O chão se encontrava gelado quando Jeon Jimin conseguiu despertar. A sua mente estava zonza e uma dor aguda machucava as suas têmporas, fazendo-lhe fechar os olhos com força e resmungar, voltando a sentir o piso de sabe se lá onde estava chocando contra a sua bochecha machucada e a pressionando sem cuidado algum. A pequena ferida perto de seus lábios era a que mais ardia.

Sentindo uma brisa fria abrigar o seu corpo, Jimin tentou se mexer, mas parou no instante em que notou que as suas mãos e pernas estavam presas. Estava amarrado. Percebendo que o zumbido agoniante que vibrava em seu ouvido estava passando enquanto os instantes prosseguiam, ele tentou abrir os olhos novamente, praguejando-se por sua visão estar embaçada.

Virando o corpo com lentidão, ficando de barriga para cima — visto que outrora estava de bruços —, o rapaz deixou a cabeça cair para o lado onde tinha um pouco de luz e tentou ver o que estava acontecendo e onde estava. Um suspiro longo e baixo o escapou dos lábios. Estava vivo, pelo menos.

O lugar era frio, foi o que ele constatou antes de tudo; estava deitado sobre pedras e sendo protegido por elas da chuva que caía ao lado de fora, do vento que derrubava as árvores e dos comedores de pele, que, certamente, ainda andavam de um lado para o outro sem destino. Sentindo a sua visão desembaçar, Jimin avistou a não muitos metros dali uma fogueira. A fogueira parecia ter sido feita há pouco tempo, com cores beirando ao laranja, vermelho, amarelo e azul. Ela o esquentava do frio. Tinha sido feita por alguém.

A fim de procurar por seu filho e por seu marido aos arredores, Jimin ergueu o rosto e tentou olhar para cima, assustando-se logo após por encontrar um rostinho infantil lhe fitando de forma curiosa e interessada. A face não era de seu filho. Observando o garotinho sorrir em sua direção e lhe fitar ainda por cima de sua cabeça, acenando com a mãozinha pequena em sua direção, o Jeon buscou entender o que estava ocorrendo.

— Q-Quem é você? — A sua voz estava baixa e rouca. — Quem é você? — repetiu a pergunta, os seus olhos indo para os lados e voltando mais uma vez para fitar a criança. — Onde estou? Onde... onde está o meu marido? O meu filho?

— Olá, senhor! — O menino não parecia se importar pela turbulência de expressões que o outro passava. Ele apenas sorria e se encontrava maravilhado por estar vendo uma pessoa. — O meu nome é Min Hoseok, prazer! Qual é o nome do senhor? — O seu tom transmitia alegria enquanto o seu queixo tremia pela temperatura extremamente baixa que aquela caverna fazia.

— Jimin... Jeon Jimin... — murmurou. — Onde estou?

— Papai trouxe você pra cá — disse em forma de segredo, bem baixinho. — O senhor desmaiou quando estávamos fugindo dos monstros. Mas não conta pra ninguém que eu te disse isso! — Riu, cobrindo os lábios com as mãozinhas.

— Hum... Jungkook? Jungkook, cadê você? — Jimin desviou a atenção da criança, almejando encontrar o marido, mas não obtendo sucesso. Os seus pulsos doíam quando tentava se mexer. — Cadê o meu filho, Hoseok? Onde ele está? O que vocês fizeram? — Continuava a falar de forma sutil, sem querer se desesperar.

— Jungkook tá bem — respondeu, usando o nome que Jimin falou. — Papai disse que ele começou a sentir muita falta de ar quando estávamos correndo pra cá.

— Mas ele está bem?

— Sim, sim.

— E o meu filho? Cadê ele?

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