Yasu Keisuke percebeu seus sentidos ficando turvos pelo excesso de fúria, a lâmina em seu estômago não doía, não agora, mas o cheiro do sangue inundava o ambiente lentamente, seu qipao branco agora estava com uma mancha avermelhada se formando no tecido, logo que instantaneamente, ficando cada vez maior a cada minuto. Ela só teve tempo o suficiente para arrancar aquela arma branca de seu corpo e retribuir o golpe em Takeo, a tentativa miseravelmente falha de se proteger irritou o homem à sua frente e foi nocauteada entre as pernas com o joelho, forçada a curvar seu corpo de dor e cair no chão, urrar e se contorcer.
"Está cavando a sua cova tentando me atacar, você precisa de mim! Precisa da máfia se quer ficar viva!" Ele vira o corpo dela de bruços no chão, suas mãos grandes e velozes puxam os pulsos pequenos e frágeis da moça, prendendo-as nas costas com a ponta do joelho, apertando sem dó contra o revestimento frio da madeira japonesa. "Não vai conseguir informação nenhuma comigo, atacando primeiro e perguntando depois, abaixa sua bola! Você não manda em mim, garotinha, eu sou o seu líder, se o orfanato não te ensinou bons modos, eu vou te ensinar a ter bons modos até você se comportar como uma mocinha."
"Não quero ser educada por um velho arrogante, você não é digno de meu respeito, verme!" Ela bradou raivosa e deu uma gargalhada, se debatendo no chão, tentando se soltar, sem sucesso. "Me educar? Logo você, mal-educado por natureza?"
"Cuidado com a língua, isso só vai aumentar sua chance de morrer hoje." Takeo aperta mais o joelho no meio das costas dela, forçando seu corpo e causando uma dor aguda, cada vez mais forte.
"Pare de ser um velho covarde e lute comigo! Sem joguinhos, sem capangas. eu e você." Respira fundo para manter a calma em sua voz, fazendo seu corpo relaxar, reafirmando a aposta. "Vamos colocar um ponto nessa história de uma vez, acabar com essa palhaçada!"
Ele gargalha com toda a força, um som penetrante e debochado.
"Você quer lutar comigo? Quer morrer assim tão cedo, querida? Você é uma garota forte, eu adoro isso em você, mas isso não te dá o poder suficiente para me matar! Saiba que você está fazendo uma tremenda burrice me provocando assim."
Suas palavras eram confiantes e arrogantes, com segundas intenções nelas. Ele sorria com uma confiança opressora a cada palavra. Yasu sentiu seu coração se descompassar, levando arrepios gélidos por toda sua espinha, e a bile subir pelo estômago. O pânico tomava conta de seus sentidos por completo, sentia uma repulsa muito forte daquele homem. As palavras de duplo sentido de Takeo martelavam a cabeça dela, tudo que sentia, fora substituído por uma raiva incessante.
O homem sabia perfeitamente a fúria que ele invocou da garota. Ótimo, a fúria perfeita para um combate, pensou ele. Takeo suspira e a liberta. A jovem mulher se levanta rapidamente do chão, tentando se manter em uma postura firme, mas para seu azar, esquece completamente do ferimento em sua barriga, o borrão que estava menor, aumentou-se depressa, a dor tornou-se aguda e ela praguejou baixo enquanto se recompõe.
O sorriso dele era maléfico, convencido de suas habilidades, ele andava pela sala de líder com uma confiança exagerada, ajeitando as mangas de seu kimono nos braços, se preparando para uma luta, claramente sem hora para o fim.
"Tem certeza disso, Yasu? Sabe que não vou pegar leve só por você ser mais nova que eu."
Vou fazer você engolir seu orgulho, ela pensou. A garota revirou os olhos e deu um sorriso de canto, enquanto rasgava a saia longa do seu vestido japonês caro, estancou o sangue na sua barriga, amarrando o tecido com toda sua força, seu corpo falhava de dor e sangue espalhando-se por todo o tecido, mas ela ainda se permanecia de pé, mesmo gritando de dor por dentro. Sua sede de vingança era o que a consumia, fazendo-a ganhar adrenalina para se manter de pé, provável de acelerar ainda mais sua morte assim que isso acabasse, ou não.
"Não vou morrer sozinha, esse verme vai comigo a todo custo!"
[...]
Yasu sai da sala do líder caminhando com confiança sobre o saltos altos, seu vestido justo branco, completamente cheio de respingos de sangue e uma grande mancha localizada em seu abdome no lado esquerdo. Os subordinados da máfia a olhavam surpresos enquanto ela caminhava até a mesa solitária destinada para o chefe, o batuque dos saltos, chamando a atenção pelo caminho que eles deixavam para que ela passasse, com sua aura amedrontadora.
Os olhos deles logo ficaram arregalados ao perceber que ela carregava uma coisa grotesca nas mãos, pelos cabelos, a cabeça pálida e ensanguentada do líder de todas as gangues e máfias, Takeo. O sangue pingando pelo caminho e a katana que Yasu carregava consigo, desembainhada e ensanguentada, posta sobre o ombro dela.
Sentindo-se vitoriosa, mesmo sentindo que seu corpo já estava fraquejando, pela perda de sangue durante o duelo, seu rosto não havia nenhuma expressão de dor, pelo contrário, o sorriso de orelha a ovelha em seu rosto pregava ainda mais medo na máfia, o salão de festas agora com uma aura fria e carregada de opressão, eles temiam aquela jovem mulher.
"Não me convidaram para a festa?" Negou com a cabeça e faz biquinho, brincando de uma forma fria e coloca a cabeça ensanguentada na mesa, joga a katana no chão e se senta na cadeira de couro vermelha, cruzando as pernas, seus olhos frios e cansados olhavam todos, um por um.
Alguns deles se levantam de suas mesas, receosos mas, prontos para uma luta. Ela sorri ao ver os membros da máfia com raiva, mas ela não deixou se intimidar, seus olhos negros transbordando frieza, encarando-os.
"Estão esperando o quê?! Se curvem perante a mim ou vou cortar a cabeça de cada um de vocês!" Ela aumenta o tom de voz, se levanta da cadeira com lentidão e uma calma fria e calculista, pega o vinho da mesa e abre com os dentes e bebe do gargalo, ela suspira pesadamente quando termina de beber e bate o fundo da garrafa na mesa, assustando alguns deles. "Não vou ter piedade com nenhum de vocês, como nunca tiveram comigo!."
A minoria se curva e se rende, e trocam de lugar, ficando do lado dela, mas uma grande parte se recusa a se curvar para ela. Não se curvam para uma mulher, é? Ela pensou. Eu vou fazê-los se curvarem, seja vivo ou morto!
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Astral Hell - Tokyo Revengers
Fanfiction"Queria poder voltar no tempo para apagar meu passado e refazê-lo, mas isso tava na cara que era impossível. Meu futuro já estava a beira do fracasso e eu não via, a sede por respostas sobre mim e meu passado me consumia e eu não percebia. Foi aí qu...