Injustiça.
Isso estava sendo totalmente injusto, quem seu pai estava pensando que era para levá-lo embora assim? Ele não queria ir, de jeito nenhum! E também, por que deveria? Podia ficar com sua mãe, bem aqui.
O jovem tirou seus fones de ouvido e desceu para cozinha, na intenção de beber um copo de água já que ainda estava em greve de fome. Este comportamento "rebelde" passou a ser frequente depois que os pais passaram a ter um relacionamento ruim, ninguém nunca fora ferido mas o amor ali já não era presente.
— Bom dia, suas coisas estão prontas?
— Eu não vou.
— Kirishima, já passamos disso, por favor.
— Eu vou ficar com a minha mãe!
O pai do garoto se sentia bastante frustado pela relutância da parte do filho e queria que o mesmo pudesse entender que a mudança não era um castigo ou coisa assim, apenas que era uma coisa necessária e que ele ainda o recompensaria pelo sacrifício de mudar de vida.
O mais velho percebeu que o filho não mexeria um fio de cabelo para que a mudança acontecesse, então, foi arrumar as coisas de Kirishima sozinho. Em partes ele entendia o quão difícil era para o filho mas sua paciência certamente estaria se esgotando.
— Que merda você está fazendo? Sai de perto das minhas coisas, para!
— Filho, isso é para o seu bem! Por favor pare de ser tão teimoso.
— Eu te odeio.
Após uma luta para finalmente acabar a organização de caixas, convenceu Kirishima a entrar no carro pois a viagem seria longa. Mesmo com o humor amargo do filho, o mais velho se mantinha otimista que haveria mais oportunidades na nova cidade e que as amizades viriam fácil.
— Eu ouvi dizer que tem uma loja de guitarras vintages uns 15 minutos da nova casa.
— Hm, tanto faz.
— Tsc, eu queria que você pudesse entender melhor a situação, amigão. Nem tudo é o que parece.
— Então não parece que você está acabando com minha vida e me distanciando da minha mãe?
Kirishima teria magoado seu pai naquele mesmo instante, as palavras o destruíram, jamais pretendeu arruinar a vida do filho e saber que o mesmo enxergava a si como um monstro, doía.
Quando chegaram já era bastante tarde, o restante da mudança chegaria só amanhã em um caminhão, mas isso já era motivo suficiente para irritar o ruivo que procurava em sua bolsa sua caixinha metálica de bala. Era irônico porque odiava essa bala, então ele a usava para guardar outras coisas.
— Então... O que achou?
— Do que?
— Da casa, deixei o maior quarto para você, tem uma sacada. É legal, não é?
— É, tanto faz. Vou dar uma volta.
Seu pai apenas deixou porque de alguma forma achou que seu filho estivesse tentando mudar de ideia sobre o novo lugar, mal sabia que o garoto estaria o dispistando para poder fumar.
Kirishima parou em um banco de uma praça não tão distante de sua casa, abriu a caixinha metálica e pegou o cigarro de maconha já bolado, o fitou pensando sobre o tempo que teria tentado parar com o mal hábito mas o que importaria agora? Acendeu o cigarro e tragou, sua respiração fora segurada e por alguns segundos fechou os olhos.
— Então, é assim que você vai receber os vizinhos?
— Hein?
Abriu os olhos soltando toda a fumaça que estaria armazenando e avistou uma garota de cabelos rosa o observando, ela estava com um vestido preto meio colado e uma jaqueta jeans quase 3 vezes seu tamanho, ela calçava lindos coturnos. Kirishima se endireitou e tragou mais uma vez.

VOCÊ ESTÁ LENDO
photography club
FanfictionApós o divórcio de seus pais Eijirou Kirishima, o mesmo se encontrou obrigado a esquecer a vida que construiu para mudar-se junto ao seu pai para uma cidade nova. O jovem já não era tão próximo de seu pai e a barreira existente entre eles passou a...