Seis Passos do Inferno

dia 3 - Gyomei Himejima

Talvez eu tenha me esquecido de que o wattpad ainda existe...

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Tomioka estava a sair da reunião de pilares, quando escutou Himejima o chamar.

- Tomioka-san, posso conversar com você? - O homem disse, e Tomioka se virou.

Ao olhar pra ele, o pilar da Pedra começou a deixar lágrimas caírem em seu rosto.

- Se importaria de ir tomar um chá em meu estado? - perguntava, e Tomioka sentia seu corpo começar a tremer - Gostaria de conversar com você.

Por algum motivo, ao terminar a frase o outro pilar começou a rezar.

- Tem.. Certeza? - Perguntava Tomioka, não gostaria de incomodar o pilar que ele tanto respeitava.

Mas iria de qualquer forma. Não iria recusar um chá, afinal de contas.

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Chegando lá, era recebido por diversos gatos, filhotes, adultos e idosos.
Aquela visão acalmou o pilar da água, que logo percebeu o movimento do outro homem e o seguiu.

Sentavam-se, em silêncio, e Tomioka sentia uma onda de adrenalina o atacar.
Por algum motivo sua consciência dizia que nada ali era real, e ele quase acreditava, pois ser convidado por alguém a livre vontade parecia surreal para Tomioka - quem iria querer a detestavel companhia de alguém tão lamentável como tomioka?

Queria fugir, se esconder urgentemente.
Estava envergonhado, acovardado.
Os redores de sua visão escureciam.
Isso por simplismente um outro ser humano estar na sua frente.

Talvez esse fosse o principal problema de sua ansiedade social, porque a dependência de cigarro era resolvida com alguns Ienes, mas esse medo criado? Não.
Essa ameaça criada pela mente dele era impossível de livrar-se.

Não, era sim possível.
Por isso ele fumava.
Por isso ele se escondia, fugia.
No final do dia, ele não passava de um covarde.

Mas neste momento ele não podia fugir, muito menos se esconder.
O coração palpitava.

- Aqui está o chá, Tomioka-san - o grande homem disse, servindo Tomioka
- Obrigado, Himejima-san - respondia, segurando o copo mas não o bebendo, vendo a fumaça branca - Oque o senhor desejava conversar?
- Shinazugawa-san me contou sobre o acontecimento de ontem - que acontecimento? Eu fiz algo de errado? - Porque não cuidou de seu machucado? Como esta sua costas?
- Uhm, eu.. Não achei que fosse necessário. Não estava fundo.
- Não adianta mentir para mim, Tomioka-san. Mas caso não deseja falar, não irei te obrigar.

Dizia o outro homem, levando o copo a sua boca e bebendo, e Giyuu imitou a ação.

- Você pode conversar comigo. Eu sei que você precisa disso.
- Não desejo incomodar o senhor mais, Himejima-san.
- Voce sabe porque é tão difícil lidar com seus problemas mentais? - O homem perguntava, mas era retórica, Tomioka sabia - Quando você fica com medo de algo físico, você pode fugir, se defender. Mas quando esse medo vem de dentro não tem para onde fugir. Voce nao pode se esconder de si.

Ficava quieto.
Era assim tão fácil ler Giyuu?
Não.
Ele sabia que não.
Mas Gyomei era um homem bom, e tinha uma facilidade em compreender os sentimentos dos outros.

Suspirava.

- Eu quero morrer, Himejima-san. Quero morrer mais do que tudo. Não tenho chances de recuperação. Não importa oque eu faça, como eu faça, estou destinado a falhar. Estou destinado a perder tudo oque me resta - dizia, percebendo o pilar da Pedra colocando suas mãos juntas, deixando as lágrimas escorrerem em seu rosto. - Sinto muito.
- Não sinta. Você passou por muito, você.. Deveria deixar-se chorar, Tomioka-san.
- Eu não consigo.
- Você está sofrendo, em silêncio.
- Eu perdi tudo, Himejima-san, isso inclui minha capacidade de sofrer. Eu não consigo mais me entristecer pelos acontecimentos do meu passado, e nem me preocupar com meu futuro.