extra! - Shinazugawa Sanemi

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Isso será a visão do Sanemi no último capítulo.

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Sanemi sentia seu coração parar.
Tomioka caía de joelhos no chão.

Sentia seu corpo gelar.
O coração dele batia desesperadamente em seu peito, como se quisesse sair.
Não conseguia respirar.

Ficava na frente dele

- 'Yuu!? 'Yuu!? - berrava, desesperado por uma resposta do outro homem. - Giyuu!!!

O homem não olhava para si, era como se estivesse olhando além dele, os olhos desfocados.

Percebia que o homem não respirava.
Oque fazer!?
Oque eu faço!?

Estava em pânico, não conseguia pensar.
Kocho.

Pegava Tomioka em seus bracos - ele era surpreendentemente leve - e corria até o estado da borboleta.

Quando ele chegou lá, Shinobu estava conversando com uma das garotas, e ao ver o homem seu rosto ficou pálido.
Ela o mandou ir para um quarto e deitar o Tomioka lá,

Fazendo isso, em poucos segundos a mulher já estava ali, ela manda o outro homem se retirar do quarto. E assim ele faz.

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Já no dia seguinte a mulher impedia ele de ir ver giyuu.

- ME DEIXA VER ELE, CARALHO - gritava, precisava ver o outro homem.
- Juro- ugh, okay, só não piore a situação - piorar? Há! Sanemi nunca faria isso.
- Hmp - murmurava entrando na sala.

Via o homem deitado
Seu coração apertava no peito.
Porra, ele deveria ter feito algo naquele momento.
Ter impedido de usar a décima primeira forma.
Qualquer coisa.
Qualquer.

Shinazugawa sempre odiou ser tocado.
Ele se lembra de vezes que pessoas apenas passavam perto dele e acabavam com um leve toque que resultava nele prestes a quebrar a pessoa no soco - mesmo que ela não tenha culpa -
Mas, nesse momento, Sanemi desejava, de modo desesperador, abraçar Tomioka.

Segurava a mão de Giyuu, e então beijava o topo da mão

O sentimento de medo de perder ele era angustiante.
Era bom saber que ele ainda estava bem, mas ainda sentia medo.
Sentia-se desconfortável.
Como se tivesse feito algo errado.
Como se alguma coisa, ali no meio de tudo isso, fosse culpa dele.

Também sentia que estava invadindo a privacidade do Homem.
Vê-lo num estado tão fraco parecia... Estranho.

Fazia um carinho no cabelo do Homem.
Aquele cabelo era tão estupidamente macio.
Fazia isso com cuidado, muito cuidado.

- Você me preocupou, sabia? - o homem disse. Sabia que Tomioka não estava acordado, não tinha como lhe escutar, mas ainda assim, parecia estranho não falar nada naquela situação - Eu não sei oque faria sem você..

Parava de fazer carinho, levando a mão para seu rosto.
Uma lágrima havia caído.

Merda.
Não posso chorar.
Não posso.

O único problema ao mandar a si mesmo parar de chorar, era que isso fazia ele chorar mais.

Deitava sua cabeça ao lado do corpo de Giyuu.
Iria permanecer ali até que o outro ficasse melhor.

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- Então, ele provavelmente não vai conseguir lutar por esse tempo, ficava os próximos mêses em repouso até que o vício acabe. - Shinobu dizia para Sanemi - Os pulmões se limpam sozinhos, então irão se regenerar em alguns meses.

Concordava com a cabeça.
Puta merda.
Não só Giyuu ficaria bem, como ele também poderia voltar a lutar!

- Finalmente acordou, Giyuu-san - escutou a mulher falar, então ela entregava dois copos ao pilar da água - Sabe, você ficou três dias aqui, sem acordar.

Observava o outro beber os dois líquidos, sentia um alívio em vê-lo acordado.

- Você tem noção de como foi quando Shinazugawa-san chegou correndo segurando você sem respirar? - se foi horrível pra você, imagina pra mim Sanemi pensava, mas não dizia nada.

Ela examinava o corpo de Tomioka.
Então Sanemi percebia.
Ele tinha diversas cicatrizes.
E ele era muito magro - e não no nível saudável.

Se ele puder, se ele tiver seus sentimentos retribuidos, irá cuidar desse homem, alimentar melhor, e com toda certeza apreciar cada uma das cicatrizes.
Podia não gostar das próprias cicatrizes.
Mas ver em Giyuu é outra história.

Em poucos minutos ela já havia terminado, estava prestes a sair, quando se virou para Giyuu

- Tenho duas coisas pra te contar. A primeira é que se você não parar AGORA - ela falou a última palavra mais alto, dando ênfase - de fumar, irá desenvolver um problema respiratório. E a segunda é que vou trazer comida para vocês dois. Shinazugawa-san se recusou de sair do teu lado.

Ela disse!
Sentia vontade de voar no pescoço da mulher, e ela soltava uma risadinha com isso.
Se ele pudesse iria esmerelhar aquela disgraçada no murro.

Então, quando ela saia, a sala ficava em silêncio.
Por mais que Sanemi odiasse silêncio, tinha algo de especial no silêncio que ficava entre ele e Giyuu naquele momento.

Mas hiperativo do jeito que o pilar do vento é, não iria ficar assim.
Pegava a mão do outro homem, levando para seu rosto, deixava um leve beijo antes de a colocar em sua bochecha.

- Eu prometo cuidar de você, okay? - dizia, a voz doce. Uma voz que só usou com seu irmão, quando menor - Irei ser um homem melhor por você.
- Não precisa. E você já é perfeito.
- Claro que precisa! Você está se matando, Yuu! - dizia, sem sequer perceber o apelido que saía.
- Hm, estava - huh? - Eu acho que posso sofrer por você, Shina.

Ouvir ele falar isso, a voz tão calma, tão relaxante.
Uma voz que com toda certeza fazia Shinazugawa se apaixonar cada dia mais pelo homem, chamando ele de Shina, dizendo que continuaria a viver, porra, ele não sabia oque fez de tão bom para merecer isso, mas agradecia à todos deuses por isso.

Se movia, o abraçando.

Ele o amava, com todo seu coração, e quase ter perdido ele foi horrível.
Mas, afinal, tudo estava bem.

Seis Passos do InfernoOnde histórias criam vida. Descubra agora