A agente da CIA, Mary Jane Taylor, era uma das mais habilidosas agentes que a agência de inteligência tinha, mas ainda era humana e estava exausta. Depois de passar sete anos viajando por todo o mundo se disfarçando, criando novas personalidades que...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
QUÂNTICO, DC
MARYJANE ACHAVA SEU NOME REAL ESTÚPIDO, parecia algo saído diretamente de um quadrinho de super herói - bom, ela não estava exatamente errada. Mas esse era seu nome, mesmo que não soasse como ela.
Iris, Daisy, Alicia, Megan... Nina. Esses nomes combinavam com seu rosto. Mas seu real nome era Mary Jane Taylor e ela não estava mais em missão; ela não estava mais disfarçada e tinha que aprender a viver assim, com seu nome verdadeiro e a sua vida verdadeira, mesmo que não soubesse que vida era essa. Ou que verdades ela podia chamar de verdadeiras.
A escolha de não mergulhar em outro caso foi dela, depois de sete anos pulando de missão em missão, Mary - e de novo o nome soando estranho em sua mente - estava ficando entediada. Apesar de extremamente perigosas, era sempre a mesma coisa.
Criar uma vida do zero, um novo nome, uma nova personalidade. Se infiltrar em um grupo criminoso - às vezes era uma célula terrorista, às vezes alguns traficantes de armas ou de pessoas; mas os objetivos e a forma dela agir eram sempre semelhantes. Mary sentia falta das missões curtas, eram mais interessantes e o imediatismo lhe dava adrenalina, não era a melhor atiradora de sua equipe, mas se saía bem quando necessário. Por isso não foi difícil conseguir sua transferência para um cargo mais fixo, escolheu treinar novos agentes.
Apesar da idade, Mary foi recrutada com vinte e dois anos, mal tinha conseguido seu diploma em psicologia e começou seu próprio treinamento para ser uma agente. Por isso, no último ano ela vinha se dedicando para construir a sua vida em vez da de um personagem. No meio de seu mestrado em psicologia criminal, estava construindo uma tese sobre como a psicanálise pode atuar junto às técnicas de interrogatórios existentes - aquelas que, claro, não envolviam técnicas físicas e ilegais para a maior parte do mundo. Não para ela.
Semelhantemente a James Bond, Mary Jane Taylor tinha permissão para muitas coisas.
Combinando com sua tese, ela dava aula de interrogatório e era mentora de três novos agentes, auxiliando-os em combate corpo a corpo e as táticas que os agentes usavam. Mesmo que não tivesse a adrenalina da sua antiga atribuição, era prazeroso estar com pessoas que ainda não estavam marcadas com os horrores do mundo real - ela soava como uma senhora de setenta e dois anos, mas era assim que se sentia, como se tivesse vivido várias vidas nesses sete anos.
Enquanto colocava o pó de café na cafeteira para acordar de verdade, Mary pensou como era esquisito descobrir seus gostos. Ela não se lembrava que odiava capuccino e qualquer outra bebida com café que levava leite e, sendo honesta, mal gostava do café, apenas da sensação quentinha e da energia que lhe dava, mas sempre acabava tomando - com muito açúcar, embora; preferia a bebida doce.