Descoberta

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"Eu não preciso do mundo para ver que eu fui o melhor que posso ser"

- Aquele lunático filho da puta! - Kazutora socou a mesa fazendo o prato e os talheres com os quais eu comia tremerem sobre a superfície. - Quando eu puser as mãos nele, eu vou-

- Kazu, por favor... Esquece isso. Eu só quero ficar longe dele.

- Tudo bem... - Suspirou - Mas já aviso que se eu esbarrar com ele na rua a porrada vai comer!

- Tudo bem. - Pousei o garfo sobre o prato vazio enquanto ria. Acima de tudo, Kazutora ainda possuía um grande senso de proteção com seus amigos. Ele definitivamente mudou nos anos que passou na cadeia.

De repente, uma batida na porta interrompeu nossa conversa. Kazu correu para abri-la. A figura de um homem alto de cabelos violeta tinha um semblante assustador, vestido com um terno preto e camisa entreaberta sem gravata.

O Hanemiya se desesperou ao notar a tatuagem com o símbolo no pescoço do homem, e começou a socá-lo repetidas vezes. Até que eu ouvi sua voz.

- Para com isso, seu maluco!

- Rin! - Me levantei e corri até a porta me atirando em seus braços.

- Kira! Eu estava tão preocupado... Você está bem? Me desculpe não ter vindo antes, eu tive que esperar Ran se acalmar. - Rindou roçou os lábios nos meus enquanto falava baixo.

- Tá tudo bem... Não se preocupe comigo. - Sussurrei escondendo o rosto em seu peito.

- Hã... Qual é a desse cara? - Kazutora parecia confuso com tudo aquilo.

- Esse é o cara de quem eu te falei, Rindou. Nós dois...

- Ah, entendi. - Sorriu - Espero que ele não seja como o irmão.

- Não se preocupe, eu amo a Akira e não vou fazer mal algum a ela. - Rindou me abraçou depositando um beijo no topo da minha cabeça.

- Então, o que nós vamos fazer? Quero dizer, alguma hora aquele maluco vai encontrar a Kira.

- Não tenho certeza. Ikumi e eu estamos pensando em algo para despistá-lo.

{...}

Meses se passaram e eu continuei morando com Kazutora. Com algum tempo, me senti segura o suficiente para ajudar nas tarefas do pet shop novamente, mesmo que nos fundos da loja para não ser descoberta. Rindou ia me visitar sempre que possível, e as vezes Ikumi também ia, embora mais raramente.

Eu estava ficando realmente feliz com a rotina nova, enquanto as coisas parcialmente voltavam ao normal e eu estava longe de Ran.

- Kira, me passa aquele saco de ração ali! - Chifuyu apontou para um saco no canto da sala dos fundos, a qual eu organizava.

- Ah, certo! - Segurei o saco pesado e me apressei para entregar a ele, caminhando desajeitadamente até o outro lado da sala.

Assim que Fuyu segurou o saco aliviando o peso dos meus braços, senti minha pressão cair bruscamente.

- Você tá bem? - Questionou preocupado - Você está pálida.

- Eu acho que não estou muito bem...

Send Me Orchids - Ran Haitani Onde histórias criam vida. Descubra agora