GIZELLY
Os dias voaram, como na velocidade da luz.
Rafaella e eu resolvemos tudo que faltava para o casamento, inclusive nossa roupa. Já estava tudo pronto, faltando apenas a data chegar. Nossa mudança para a casa nova ocorreu aos poucos, conforme a reforma fora concluída. Porém, só entraríamos definitivamente na casa na semana do casamento. Tempo suficiente para organizar todas as coisas em seus devidos lugares, pois Rafa e eu viajaríamos um dia após a festa, e só retornaríamos para o Rio na semana seguinte. Ou seja, reservamos um quarto em um hotel fazenda para uma semana. Decisão essa, tomada por nós duas. E o destino seria Rio Grande do Sul.
Durante esses quatro meses que antecedeu a data do nosso casamento, aconteceu um tanto de coisas. Nosso caçula completou seu primeiro aninho há dois meses atrás, e com isso comemoramos em grande estilo. Sua festa de aniversário com o tema Circo, foi a melhor coisa que poderíamos ter feito, pois Theo se divertiu como nunca nesse dia. Rafaella fez questão de fantasia-lo de palhaço, e ele ficou a coisa mais linda desse mundo.
Também passamos pela data do meu aniversário e pelas festas de fim de ano. Onde no natal, comemoramos com a minha família em Vitória, e o réveillon com a família de Rafaella em Minas. Já no carnaval, viajamos com nossos amigos.
E diante de tantos acontecimentos, estou eu aqui, provando pela última vez o meu traje social do casamento.
A roupa em si é um terno feminino na cor cinza grafite com detalhes preto. Colete, fita gravata, e tudo que tenho direito. Já havia decidio o que seria usado em meus pés, e eu escolhi um sapato de salto, todo fechado, na cor preto.
- Perfeito, Gi!- A estilista chamou minha atenção, assim que terminou de pregar todos os alfinetes em meu corpo.
- Tem certeza que eu não preciso mais voltar aqui, dona Ana?- Perguntei apreensiva, com os braços abertos.
- Certeza absoluta. Só se a senhorita resolver emagrecer ou engordar. Caso contrário, estará tudo no lugar.-
- Ok! Posso me trocar então?-
- Pode!-
Após alguns minutos, saí do camarim segurando o terno no cabide. Dona Ana logo se aproximou, pegando-o de mim.
- Quando posso vir buscar?-
- Como a festa é no sábado, pode vir na sexta, um dia antes. Já combinei com sua noiva, e ela vem buscar o vestido dela também.-
- Certo! Então estou indo, e qualquer coisa pode me ligar.-
- Pode deixar! E fecha a boca, pois a Rafa disse que você anda ansiosa demais.- Seus olhos serrados por cima dos óculos, me fez rir de nervoso.
- Vou tentar!- Respondi por fim e nos despedimos.
Naquele mesmo dia à noite, tive plantão de setenta e duas horas. Rafaella já estava ciente, como sempre esteve de meus honorários. Portanto, passamos os três dias sem nos ver. O que foi uma tortura para mim, pois já estávamos morando juntas em seu apartamento desde a nossa última viajem em família. Falávamos apenas por vídeo chamada em meus intervalos à noite, pois durante o dia eu conseguia ver apenas nossos filhos em casa, enquanto ela trabalhava.
Na quinta-feira pela manhã fui liberada de meu expediente, tomada pelo anseio. O grande dia estava cada vez mais próximo, e eu já não aguentava mais a espera. Me despedi de meus colegas de trabalho e segui em direção ao meu carro no estacionamento do hospital.
Durante essa semana, o restante de nossa mudança foi para a casa nova. E no dia anterior, Rafa pegou folga para terminar de organiza-las. Eu me sentia incomodada de não ajuda-la por conta de meus plantões, pois precisei intensifica-los pela viajem de lua de mel.
