4° Capítulo

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Zoe

-Você vai trabalhar no Vilmer? Como assim garota?!

-Fala baixo, Francis.

Contei para os dois que vou começar a trabalhar na lanchonete, óbvio que eles acharam que estava muito cedo para começar a trabalhar, mas eu quero me conectar com a minha mãe de algum jeito.

-Minha mãe já trabalhou lá, me faz lembrar dela e de qualquer forma, eu me sinto mais próxima.

-Isso vai te fazer bem? - Pergunta a Carla.

-Acho que sim.

Estávamos andando pelo corredor normalmente enquanto eu contava a novidade, porém nossa paz foi levada quando um garoto aparece falando merda.

-Conseguiram mais uma esquisita para o grupo de vocês?

Eu achei que demorou.

O garoto tinha o cabelo baixo, sobrancelhas grossas e usava a camisa do time, claro.

-Não enche, Bruce.

-Ah qual é! Ela tem até o cabelo rosa. - Ele dá um sorriso sarcástico. - Três aberrações.

Então ele nos deixa em paz.

Por enquanto.

-Não liga pra ele, é só um idiota.

Tínhamos aula de espanhol nesse horário e fomos para a sala.

-Meu irmão chega hoje. - Avisa. - Sinto muito meninas, mas não vai ser possível levar vocês hoje.

A Carla abre a boca surpresa.

-Não vai aguentar ficar sem mim, Carlinha?

-Vou ficar muito feliz, na verdade.

-Admita que você não consegue passar duas horas sem mim.

Esses dois, não sei não.

-Cala a boca, Francis.

A professora entra na sala e eles param com a discussão boba. Eu gosto de espanhol, pena que o tempo passou tão rápido. Francis já foi pra casa, eu liguei para o meu tio vir buscar eu e a Carla, se possível, a mãe dela trabalha o dia todo e não tem ninguém para busca-lá.

Ele veio.

-Oi, senhor Summers.

-Oi Carla, como está?

-Estou bem, obrigada. - Responde sentando no banco traseiro junto comigo.

-Vamos primeiro deixar ela? - Perguntei.

-Sim, sua casa fica no caminho para a lanchonete.

-O que foi? - Pergunto quando a Carla sai do carro.

-Zoe, não é uma boa ideia você começar a trabalhar agora. Acabou de chegar, precisa conhecer mais os lugares e as pessoas.

-Minha mãe gostaria disso.

-Mas eu não sou sua mãe.

Suspirei irritada.

-Desculpa, eu não quis falar isso.

-Aqui já tá bom. - Falo saindo do carro.

-O quê? Eu não vou deixar você aqui.

-Mas eu quero. - Começo a andar. - Que pena, você não é a minha mãe.

-Zoe!

Apresso os passos até finalmente chegar na lanchonete.

-Senhor Vilmer?

ZoeOnde histórias criam vida. Descubra agora