🔹Capítulo III🔹

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𓁭 Guilherme 𓁭

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𓁭 Guilherme 𓁭

— Não acredito...

— Olha, você é difícil de convencer, viu?! Já estou cansada de você, humano chato.

— Me deixa em paz, alucinação! — bato o pé e saio de frente do espelho, mas aonde eu vá, ela ressurge em qualquer fonte reflexiva.

— Eu não sou uma alucinação! — ela berra na tela da TV. — Sou apenas uma deusa amaldiçoada injustamente, sobrevivendo apenas pelo sacrifício de uma devota de dois mil anos atrás e que precisa da ajuda do reencarnado do primeiro avatar para ser libertada.

O medo me mantém alerta, mas a curiosidade se sobrepõe. Devagar eu me sento na cama de frente para a TV, colocando um travesseiro a minha frente como uma proteção contra a... Deusa?

— Como assim "sacrifício de uma devota de dois mil anos atrás"? Quer dizer a rainha Safyia I?

— Resolveu parar de fazer escândalo e me escutar? — ela cruza os braços em desdém.

— Então não vai me contar? Beleza, estou indo dormir.

— Não! — ela diz exasperada quando ameaço me deitar. Ela coça a garganta. — Sim, estou falando da Safyia.

— O que aconteceu? — questiono curioso.

— Só conto o restante se prometer me ajudar no ritual.

— Que ritual?

— O ritual para me libertar da minha estatueta estúpida e devolver a minha forma real.

Assim que suas palavras são proferidas sinto meu corpo gelar e me dou conta que estou falando com uma imagem que provavelmente é fruto da minha mente cansada. Preciso marcar uma consulta com um psiquiatra.

— Deixa para lá, não quero mais saber, estou ótimo sem rituais e assombrações na minha cola — me arrasto para debaixo da coberta. Está na hora de acabar com essa loucura.

— Você é um medroso! Covarde!

— Na verdade, eu tenho amor à minha vida — retruco suas ofensas.

— É um ritual indolor — ela tenta argumentar, mas fecho meus olhos para ignorá-la.

— Quem me garante? Eu vou dormir, isso sim é indolor — passo um travesseiro sobre meu ouvido para abafar suas palavras. — Adeus, alucinação.

— Me escute, humano. Não vai ser nada demais e...

Estou tão cansado que nem é preciso muita pressão do travesseiro para que suas palavras fiquem distantes. Pouco a pouco a inconsciência vai tomando meu corpo e um alívio me preenche por deixar essa alucinação longe da minha cabeça.

Amanhã eu vou acordar e tudo isso não vai ter passado de um sonho louco.

𓁭 𓁭 𓁭

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