Capítulo Dezessete

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— A sua mãe te deixou e o seu pai fez o mesmo - o homem ria sarcástico.

NÃO, MEU PAI NUNCA FARIA ISSO - gritei chorando.

— Para de gritar garota! - ele segurou meu rosto com força.

Tá machucando.

Eu chorava compulsivamente, senti meu rosto arder com o tapa forte que ele havia me dado, sendo seguido de mais dois.

O homem cansou e me jogou no chão.

— Não irá comer hoje por causa desse seu comportamento! - disse raivoso e saiu.

Eu só conseguia chorar pensando em meu pai.

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Filha, acorda - ouvia uma voz no fundo me chamando — Filha! - pulei de susto me despertando.

— Ei ei, tá tudo bem? - Sina perguntou preocupada.

Concordei com a cabeça coçando os olhos.

As duas ainda me olhavam preocupadas.

— Foi só um desadelo, tudo bem - falei me deitando no peito de Sina.

Ela automaticamente começou a fazer carinho em meus cabelos.

As duas me chamaram pra dormir aqui hoje, me sinto uma criança dormindo com as mães quando têm um péssimo dia.

Mama me abraçou por trás.

— Será se aquela velha asquerosa ainda está aí? - perguntei e ouvi a risada das duas mulheres.

— Velha asquerosa, amei - Sina disse risonha.

— Ela deve estar com Lamar - Mama deu de ombros.

— Aah, o filhinho e a mamãe do ano - debochei.

Mama repreendeu o meu deboche, chata.

São 07:49, não vou mais conseguir dormir aqui.

— Vocês se importam de eu ir pro meu quarto? - perguntei e elas negaram.

— Tudo bem, meu amor, pode ir - Mama falou e deixou um beijo no meu rosto.

Sina fez o mesmo e me deu tchau.

Meu quarto? Ah, não.

Bati na porta do meu quarto favorito e esperei alguém abrir.

Já estava desistindo e indo para o meu quarto mas ouvi a porta abrir.

— Oi, amor - a voz rouca de Joalin me fez virar de volta — Desculpa, eu tava em dúvida se estavam batendo mesmo - ela coçou os olhos.

— Tudo bem, desculpa te acordar - pedi realmente me sentindo culpa.

— Para com isso - revirou os olhos — Vem, entra - segurou a minha mão.

Deitei no meio das duas, Sabina dormia tranquilamente, sorri com a cena, Joalin deitou do meu lado e dormimos juntas.

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— Tem razão, seu pai não foi embora, ele está aqui -  escutei a voz daquele homem.

— Papai?? - chamei animada esticando os braços para lhe tocar.

Mas não senti nada.

— Oi, filhinha, o Raul papai está aqui.

Meu olhos encheram de lágrimas por ouvir a voz dele de novo depois de um tempo.

— O seu pai veio se despedir - o homem risada sarcástica de sempre — Né, Raul? - ele perguntou ao meu pai.

Alternative (Joalina/you)Onde histórias criam vida. Descubra agora