Capítulo 57

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Lyon...

Quando eu ouvi a voz da Hellen do outro lado da porta, eu quase surtei, tive que me segurar muito para não perder o controle, eu queria matar aquela filha da puta!

Eu ia resolver tudo, por isso pedi Majú para ficar dentro de casa, queria evitar todo esse estresse, mas diante das falas de Hellen, nem eu ia ficar em casa calado.

Depois de ver que Majú estava no limite dela, eu sai arrastando Hellen pra casa, ela gritava, geral olhando e a minha raiva só aumentava.

— Você está maluca porra! Perdeu noção do perigo! Grito jogando ela no sofá, assim que entramos em casa.

— Não! Eu não estou maluca Lyon! Eu também não sou otária... O que vocês estavam fazendo tanto tempo sozinho? Ela se levanta do sofá e me peita.

— Não te interessa! Estamos cara a cara, quase que com o rosto grudado.

— Claro que me interessa! Você é meu marido, me deve respeito assim como eu devo a você!

— Eu sou seu marido aonde Hellen? Te pedi em casamento? Não! Aliás, eu nem posso casar!

— Já escutou o ditado que diz: “Juntado de fé, casado é!”

— Eu já sou casado porra! De papel passado e tudo.
Digo fazendo ela calar a boca na hora, ela fica pensativa e volta a falar um tempo depois.

— Não me diga que você é casado com aquela vag... Nem deixo ela terminar a frase.

— Se você continuar, não vou me segurar Hellen! E sim, sou casado com ela, com direito a padre e tudo!

— Pede o divórcio! Não tem cabimento você estar comigo e ser casado com ela!
Gargalho ironicamente com seu pedido.

— Não viaja Hellen, não vou pedir divórcio nenhum e ouça bem o que vou te falar, fica longe dela e do meu filho, da próxima vez não vai ter conversa!

Dou as costas a ela e saio de casa, eu precisava relaxa, eu precisava de paz. Eu tinha tanta coisa pra resolver, mas essas duas se juntaram para me infernizar. Eu tinha Rebeca para ir atrás, tinha Sandro, tinha a polícia que ainda me caçava, eu não tenho paz!!

Chego na boca e assim que sento em minha mesa já vou abrindo a gaveta, de lá tiro um pino de cocaína e já faço uma carreira, enrolo uma nota de cem e quando vou dá uma cheirada Fael entra na sala.

— Tá doidão porra! Ele passa a mão na mesa espalhando toda minha droga. — Essa porra vicia caralho, aqui a gente só vende, lembra? Usar nunca!

— Eu preciso relaxar, caralho!

— Acende uma ceda porra, mais cocaína não!

Eu e Fael tínhamos um acordo, nunca usaríamos drogas pesadas, no máximo uma maconha, só para alcançar em momentos de estresse, cocaína, crack e drogas sintéticas nunca!  Essa porra vicia e faz a gente perder o controle sobre nós mesmo, perdemos nossa identidade, personalidade e até o caráter. Então depois desse esculacho de Fael só me resta respirar fundo e socar a mesa.

— O que tá acontecendo Lyon? Fael senta em uma cadeira a minha frente.

— Estava no apê da Majú e você acredita que Hellen bateu lá?

— Eta porra!! E aí?

— E aí que as duas bateram boca e eu fui obrigado a arrastar Hellen de lá por que já estava vendo a hora da Majú socar a cara dela.

— Você sabe que não vai dar certo as duas nesse morro neh? Cedo ou tarde alguém vai ter que sair!

— Eu sei cara... Ahhhh caralho, inferno de vida!

— Bom, vamos deixar esse papo pra depois. Se liga só, Ramon disse que os canas querem subir o morro de novo, não tem data e nem hora, mas é pra gente ficar esperto.

— Ainda mais essa!!! Reclamo.

Complexo de Israel - Segundo ato.    Degustação Onde histórias criam vida. Descubra agora