Ficamos ali esperando uma resposta de Amy, ela se abaixou e se sentou na frente de uma caixa e começou a guardar algumas coisas dentro dela.
— Então? — Chamo sua atenção.
— Eu só estou me desfazendo dessas coisas nada de mais. — Ela dá de ombros.
— Mas vai se livrar de tudo? — Kendra pergunta.
— E quem liga? São apenas bens materiais, posso recuperar no futuro, só quero ir sem me preocupar com essas coisas. — Ela se levanta com a caixa em mãos e caminha até a cozinha.
Amy só nos dava respostas curtas e secas, parecia estar nem aí com o que acontecia ao seu redor, a última vez que a vimos ela estava bem e agora parecia que tinha medo de algo. Olhei para as meninas e mantivemos os olhares iguais, apenas aceitar o que podia estar acontecendo e deixar ela nos dizer com o tempo, o jeito era ajudar e entrar no ritmo dela para descobrir.
— Precisa de ajuda com algo? — Me ofereço junto com as meninas.
— Uma mão ajudaria sim, só preciso de ajuda de levar todas essas fechadas que estão na cozinha para perto da porta. — Ela nos respondeu.
Atendemos seu pedido e começamos a pegar algumas caixas e levar até a porta como ela havia nos pedido, no entanto Sharon parecia mais curiosa em olhar dentro de algumas caixas, ela caminhou um pouco pela cozinha e ficou olhando para uma caixa de documentos, ela estava meio aberta e Sharon logo foi mexer nela.
— Por favor, não mexe nessa caixa, ela é bem pessoal para mim, não mexe nela! — Amy fala em um tom de aviso.
Amy voltou a fazer o que estava fazendo antes e Sharon apenas a olhou e voltou sua atenção para aquela caixa, ela literalmente ignorou Amy. Naquele momento eu apenas vi Amy dando a volta na mesa, pegando a tampa da caixa e batendo com força para fechá-la e encarou Sharon.
— Eu disse para não mexer nela, eu disse que é pessoal… Não é para mexer nessa! — Amy a pega e a leva dali sumindo pela casa.
Confesso que fiquei com um pouco de medo, pois Sharon odeia que falem com ela em tom autoritário, odeia levar ordens, em sua cabeça somente ela dá as ordens. Eu tentava entender como Sharon não demonstrou nenhuma expressão de raiva por ter sido repreendida, pelo contrário, ela esboçou só um pequeno sorriso e uma expressão de curiosidade.
O restante do dia foi bem quieto, continuamos ajudando Amy com as caixas e ela passou o restante do dia em silêncio, parecia meia chateada e Sharon simplesmente sumiu, não sabemos para onde foi.
— Amy… — Vicki tenta chama-la. — Para um pouco, pelo menos para descansar, você não parou nem um pouco até agora!
— Tá tudo bem… Eu não estou nem um pouco cansada… — Sua voz saiu meia fraca.
Amy tenta nos convencer que está bem, mas está bem visível que ela não está, ela continua sem parar e ao pegar a caixa ela acaba deixando cair e algumas coisas de vidro acabam se quebrando dentro.
— DROGA! — Ela grita consigo mesma.
Ela se abaixa para arrumar os cacos, mas ela acaba contando a mão em sua tentativa de pegar a caixa de volta.
— ¡Infierno! — Ela se levanta com um pouco de raiva.
Nós tentamos acalmá-la de todo jeito, mas era em vão, até que Vicki agarra seu braço e a vira de frente para nós.
— Ei, Amy, olha para mim, se acalma um pouco e respira. — Vicki falava olhando em seus olhos.
Amy aos poucos foi se acalmando e Vicki a soltou.
— Posso ver? — Vicki pergunta.
Amy apenas lhe estende a mão com o corte.
— Fica tranquila, não foi um corte fundo, não sei o motivo dessa sua raiva. — Diz Vicki.
Ela apenas pega um pano, o molha na pia e passa no pequeno corte.
— ¡Hijo de puta! — Murmurava.
Ela parecia estar falando em outra língua, não entendemos nada do que dizia, mas por seu tom de voz parecia que o pano molhado fazia arder.
— Agora sim, então, o que acha de você descansar um pouco em? — Vicki pergunta.
— No puedo parar ahora, todavía tengo mucho que hacer. — Amy nos deu isso como resposta.
Olhamos umas para as outras e logo voltamos a olhar para ela.
— E se a gente te disser que não entendemos nada do que disse? — Kendra pergunta.
Amy solta um sorriso meio fraco, não era muito, mas já era algo.
— Desculpa, acho que fiquei igual a minha tia, ela tinha esse costume de responder a maioria das coisas em espanhol, estou fazendo igual a ela. — Ela explica. — Eu havia dito que não posso parar por agora, tenho muito o que fazer ainda!
— Mas você está muito cansada, descanse pelo menos um pouco por favor, depois você faz isso e a gente ajuda você para não ficar sobrecarregada. — Explico para ela. — Vamos?
Amy fez uma expressão de derrota, com isso conseguimos levá-la até o sofá para se deitar pelo menos um pouco, com sucesso nós conseguimos fazer isso.
Não demorou muito tempo para Amy acabar dormindo de vez, ela foi vencida pelo cansaço, aproveitamos a deixa e tentamos organizar o lugar o mais rápido possível, quando nós terminamos a organização já era bem tarde da noite, então voltamos para a sala para fazer companhia para Amy e em tanta hora para aparecer, Sharon decide aparecer bem naquela hora.
— Temos que ir! — Ela dá um aviso.
— Sério isso? — A enfrento. — Já viu o estado dela? Não vamos deixar ela assim!
— Tudo bem… Podemos passar a noite aqui com ela então. — Ela se dá por vencida.
— Você sabe que não nos vence no argumento né? — Eu a provoco.
— Eu sej. — Ela responde. — Não sei porquê ainda tento.
Sharon se sentou em uma poltrona ali e a dividiu com Kendra, Vicki se deitou no chão mesmo ao lado do sofá para ficar de olho em Amy e eu escolhi por me sentar e encostar no sofá, todas nós queríamos ficar perto dela, só queríamos o seu bem, não conseguia imaginar o que seríamos capazes de fazer se alguém a fizesse mal.
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Roubo ao Dólar
AksiAmy, uma jovem moça de vinte anos que vivia com sua tia, e mesmo sem sua tia saber, Amy tirava seus lucros roubando carteiras de pessoas nas ruas de Los Angeles Um dia a sorte ficou contra ela quando acabou roubando a carteira de um grupo de mulhere...