Capítulo Único

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Em abril, Midoriya Izuku deixou a U.A.

Não tinha nem como julgá-lo. Apesar de que não foi nem um pouco bom sentir aquilo.

Eu nunca fui legal com Deku. Sempre fui bastante estúpido e babaca com ele. Minha personalidade é e sempre foi uma grande merda.

Eu o tratava mal desde a infância, e sempre foi assim, nunca pensei que me sentiria mal em tê-lo longe de mim, porque, bem ou mal, eu sempre o tinha em meus olhos.

Onde eu olhava, sabia que poderia vê-lo, mesmo que de longe, eu tinha ele no raio da minha visão e para mim aquilo era o suficiente.

Eu realmente nunca me desculpei formalmente pelos meus erros, mas olhando nos olhos dele, dia após dia, enquanto estudávamos, ele via que eu estava mudando, e aquilo parecia ser o suficiente para ele.

Apesar de sentir que não era o suficiente para mim.

Faltavam poucos minutos para ser vinte de abril, e com isso, uma sensação fodidamente angustiante surgia no meu peito, sufocando meus pulmões ao ponto de respirar doer.

Quanto mais chegava perto, mas doía, e aquilo já estava se tornando uma tortura.

Eu nunca gostei do meu aniversário. Eu, na verdade, sempre odiei meu aniversário.

Mas por algum motivo, Deku sempre estava lá, todo ano, no meu aniversário, ele me dava uma carta e uma caixa com algum presente besta que eu jogava no fundo do meu guarda-roupa, porque sabia que de lá nunca sumiria. Diferente dos presentes que recebia dos outros, que mais da metade eu havia perdido por não guardar bem.

As pilhas e pilhas de cartas guardadas numa caixinha de bombom velha, um cupcake com cobertura — ironicamente — verde, com alguns confetes, e uma sensação de abandono me corroendo no peito.

Era isso que eu possuía nesse momento.

Faltavam poucos minutos para dia vinte de abril, eu não iria para casa, passar o dia com meus pais, e também gostaria de ficar sozinho nos dormitórios, trancafiado no meu quarto até segunda-feira.

Aquela dor no meu peito era tão incômoda, uma sensação de abandono e traição, eu queria gritar e chorar, mas... Nada saia; e ninguém nunca notava o quão afetado, com tudo aquilo, eu estava.

Eu sabia que não tinha nada para fazer no meu aniversário, cairia num fim de semana, então não teria aula; eu poderia ir para casa, mas a sensação não iria sumir do meu peito, era tão angustiante e sem escapatória.

Tudo isso porque eu estaria sem ele, e aquilo era algo que nunca se passou pela minha cabeça acontecer. Eu sempre o tive no meu encalço, independente se eu o queria ali ou não, mas agora que eu preciso dele aqui, ele não está.

E ele não estar deixa um vazio no meu peito que simplesmente me deixa enjoado, me faz querer vomitar o que sequer comi. Me faz querer chorar, mesmo que as minhas lágrimas não escorram. Me faz querer gritar em pleno pulmão, imaginando que, uma hora, eu irei superar a partida dele.

It's my party and I'll cry if I want to
Cry if I want to (cry, cry, cry)
I'll cry until the candles burn down this place
I'll cry until my pity party's in flames

—Feliz aniversário para mim... – assopro a vela que tinha no pequeno cupcake que comprei.

I'm laughing, I'm crying
It feels like I'm dying
I'm dying...

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Resolvi postar essa obra porque está guardada nos meus rascunhos a muito tempo, talvez a um ano, já foi betado, mas pode ser que tenha algum erro ainda, porque mesmo revisando a gente deixa passar detalhes. Espero que gostei, foi algo que escrevi num momento ruim, e bem quando saiu o capítulo da "morte" do Bakugo, então eu estava meio depressivo quando escrevi. A ideia veio da música da Melanie Martinez e também de um TikTok que vi, a muito tempo.

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Segunda betagem feita dia 25/13/2023

Feliz natal, aliás, baby's.

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𝐏𝐢𝐭𝐭𝐲 𝐏𝐚𝐫𝐭𝐲, 𝗗𝗘𝗞𝗨𝗕𝗔𝗞𝗨Onde histórias criam vida. Descubra agora