Capítulo Único

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A raid de Tóquio estava sendo mais fácil do que eu havia imaginado. Sem contar que eu consegui uma informação valiosa sobre o que estava acontecendo.

Aquele foi meu primeiro encontro com um Monarca.

Jin-Hoo teve que voltar mais cedo do que o esperado, e eu tinha a sensação de que sabia qual era a razão.

Ele voltou para a Coreia assim que recebeu a ligação da mãe. Um pequeno sentimento de culpa surgiu no meu peito.

O pai de Jin-Hoo estava com a doença do Sono Eterno. Minha mãe tinha essa doença, e de todos os doentes, ela foi a única que acordou.

Yoo Myunghan me ofereceu dinheiro, ele queria comprar o remédio que eu havia dado à minha mãe.

Talvez tenha sido uma escolha egoísta, mas eu neguei. Ter algo com Yoo Jin-Hoo não fazia com que eu tivesse dever algum com o pai dele.

Foi o que eu disse a mim mesmo.

Conhecer e ter um laço com Jin-Hoo é uma coisa, mas eu não conhecia Yoo Myunghan, ele era um total estranho para mim.

Pouco tempo depois de Jin-Hoo voltar para a Coreia, eu troquei com a sombra que eu havia deixado no Myunghan.

Ver Jin-Hoo chorando não foi nem um pouco bom. Foi doloroso. Ele parecia tão frágil e vulnerável, segurando aquele bendito caderno.

—Você também não precisava chorar… Me sinto culpado agora – murmurei para mim mesmo, vendo cada vez mais Jin-Hoo se afastar

Foi decisão minha negar o remédio para Yoo Myunghan, mas ver como o moreno havia reagido me fez ceder.

Três dias se passaram após a raid na cidade de Tóquio, e de ter curado o Sono Eterno de Yoo Myunghan.

Jin-Hoo parecia mais aéreo que o comum, e eu notava essa mudança no menor.

—Ei, o que foi? – fui direto, me sentando ao lado do menor, que suspirou me olhando

—E-eu – gaguejou meio sem jeito, franzi o cenho – obrigado, hyung-nim, por ter curado meu pai – ele sorriu fraco

Vi algumas lágrimas se formando nos olhos escuros do mesmo. Me senti mais culpado ainda.

Eu poderia ter cedido antes do pai dele ter entrado em coma, e assim teria evitado que ele sofresse com a sensação de perder o próprio pai, mas eu não o fiz.

—Foi mal, eu não gosto de chorar na frente do hyung-nim – ele levantou, limpando o rosto e indo encher um copo de água para si mesmo

—Tudo bem, Jin-Hoo – sorri para ele

—Mas de verdade, eu agradeço – ele me olhou, me levantei andando até ele – eu fiquei com tanto medo de perder ele, ver meu pai daquela forma, e parte da culpa era minha, porque eu não sei controlar minha mana – mais lágrimas.

Era estranho ver ele chorar, digo, ele chorava quando estava bêbado, mas isso não fazia com que ficasse vulnerável daquela forma.

E eu não fazia a mínima ideia de como reagir àquilo, então eu somente suspirei e abracei ele.

—Não chore – sussurrei calmo, senti ele apertar os braços à minha volta, suspirei – não fique bravo comigo, ok? – encarei o mesmo, que se afastou minimamente para me olhar, limpou o rosto molhado pelas lágrimas – eu sabia que seu pai estava com o Sono Eterno – fui direto.

Talvez direto demais, afinal o menor me encarou tão atordoado, que eu pensei ter feito seu sistema entrar em pane.

—O que? – foi a única coisa que ele pronunciou

❝𝐍𝐚̃𝐨 𝐅𝐢𝐪𝐮𝐞 𝐁𝐫𝐚𝐯𝐨❞, 𝗦𝗢𝗟𝗢 𝗟𝗘𝗩𝗘𝗟𝗜𝗡𝗚Onde histórias criam vida. Descubra agora