Capítulo Oito | "Precisar da sua ajuda..."

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G A E L

— Tudo certo para hoje? — Pergunto para o vapor do outro lado da linha, que me confirma que já está tudo certo para hoje a noite. Encerro a ligação sem me despedir e largo o celular sem risco de rastreamento dos filhos da puta da polícia na cama.

Tem poucas coisas que me deixam tão ansioso, sou uma pessoa um tanto quanto calma, mas essa surpresa para essas porras, está me deixando ansioso 'pra caralho. Infelizmente não poderei ver a cara de tacho deles, porque cadáver não tem expressão, mas eu vou aproveitar cada momento do mesmo jeito.

— Isso, ela mesmo… — Minha atenção automaticamente vai para a mulher que acaba de entrar no quarto, completamente concentrada. É muito excitante ver essa preta gostosa com um olhar tão centrado — Sério?!... Claro que sim! Eu vou adorar! — A olho com atenção enquanto a mesma caminha sem rumo pelo cômodo do quarto — Não, sem problemas… Obrigada, Arthur! — Cerro os olhos quando a mulher diz o que eu escutei.

— Arthur? — Ela encerra a ligação e revira os olhos vindo em minha direção. Rapidamente, entrelaço o meu braço tatuado envolta da sua cintura a trazendo obrigatoriamente para perto de mim. Sem chance de saída.

— Olha o ciúmes bobo.

— De bobo só a minha mão, preta — Retruco pegando na sua bunda. Ela balança a cabeça com um sorrisinho. Puta sorriso lindo, 'tá ligado? — Quem era o filho da puta?

— Diretor do posto de saúde que eu vou trabalhar… — Responde simples.

Minha preta é enfermeira, saco? A mulher pode, parceiro. Tem um coração gigante e uma mente de outro mundo. Busca sempre ajudar os outros e isso é tão encantador quanto o seu sorriso perfeitamente perfeito.

— E você vai começar quando? — Questiono alisando a sua cintura fina e me sinto satisfeito quando a noto com uma blusa minha.

— Amanhã! — A olho atento soltando uma risada maldosa — O que foi? — Questiona após perceber o meu sorriso. Balanço a cabeça em negação, pois sei que ela ainda não vai entender o que eu quero dizer.

— Nada, preta — Me aproximo do seu rosto, deixando um pequeno beijo em seus lábios gordinhos — Muitas pessoas vão realmente precisar da sua ajuda… — Murmuro — Se ainda estiverem vivas.

Starr me olha atentamente, com um olhar desconfiado e indagado. Essa mulher, ou melhor, a minha mulher é inteligente 'pra porra, ela vai entender rapidinho o que eu estou querendo dizer.

— Gael… — A beijo antes que ela começasse a entupir a minha mente de princípios empáticos e essas porras. Vou ter empatia com quem me deu um tiro, caralho?

Eu sei e é fácil perceber que a Starr não concorda com o meu trabalho, mas ela não aperta a minha cabeça o que deixa a nossa recente relação muito melhor. Eu não me envolvo nos bagulhos dela e ela não se envolve nos meus. A Starr parece ser uma mina firmeza, que acima de tudo, irá me apoiar mas eu sei que ela tem princípios pessoais e eu não posso fazer nada contra isso.

Ela foi escolhida pelos meus olhos para ser a minha mulher, a mulher que ficará ao meu lado, então independentemente dos princípios ou qualquer merda do que é certo e errado, ela ficará comigo. Eu me perdi nos olhos dessa bruxa e agora, ela que pague o pato.

[•••]

A campainha toca e a Starr caminha até a porta, abrindo a madeira logo depois.

— Martha? — Noto os olhos surpresos e indagados da minha mulher. Levanto do sofá, caminhando até às duas.

— Oi crianças! — A mesma diz com a sua animação diária e a olho.

Preta RaraOnde histórias criam vida. Descubra agora