10 de abril de 1912 (2)

91 10 0
                                    


Naquele mesmo dia dez de abril de 1912, horas mais tarde, o Sol já tinha se posto e iniciava-se a primeira noite da viagem inaugural do RMS Titanic. Ainda estavam em território britânico naquela altura e na manhã seguinte fariam sua última escala na Europa, na cidade de Queenstown, Irlanda, antes de oficialemnte iniciar a travessia do Atlântico.

Eram 19:00 horas da noite, horário local do Reino Unido, e Natália estava sentada em um banco diante de uma penteadeira entalhada de carvalho e a contra gosto, ela se arrumava para o elegantíssimo jantar no opulento salão na Primeira Classe.

Natália vestia um vestido preto de brilhos com forro em vermelho e seus cabelos ruivos estavam presos em um coque, com um adereço de pedras que circundava o coque. Sua maquiagem era muito simples e seus lábios eram pintados em carmim.

Desde mais cedo, quando viu o rapaz loiro do convés de passeio da Terceira Classe desde o convés da Primeira Classe, Natália não conseguia parar de pensar nele. Seu rosto angelical vinha em sua mente quando fechava os olhos e ela se perguntava como ele se chamava.

Infelizmente, Natália não saberia a resposta e nem poderia falar com ele. Seus pais não poderiam sequer sonhar que ela se sentira atraída por alguém que fosse da Terceira Classe, ainda mais quando estava noiva.




-Наталья, ей-богу, поторопитесь, девочка! (Natália por deus! Se apresse garota!) - sua mãe, Melina, esbraveja ao abrir a porta da cabine onde as filhas estavam e ver que as duas meninas não tinham ficado prontas ainda.



Ao olhar para Yelena, Melina bufa ainda mais raivosa ao notar que a filha mais nova estava deitada de barriga para cima em sua cama (a da direita), vestida com seu lindo vestido de festa azul marinho com brilhos e seu cabelo amarrado em um coque.



-вы двое выглядите так, будто делаете все, чтобы разозлить меня и смутить меня и вашего отца! (vocês duas parecem que fazem de tudo para irritarem e envergonharem a mim e seu pai!) - Melina briga com elas e Yelena e Natália apenas a escutam, caladas e acostumadas com o comportamento da mãe. Toda vez era a mesma coisa. Sempre Melina se vitimizava e acusava as filhas de conspirar contra ela em tudo.

-Natália, quantas vezes preciso lhe recordar que sem espartilho você fica gorda? O que vão pensar de você, minha filha? Quer ser ridicularizada na sociedade? Por favor, coloque esse espartilho imediatamente! - Melina se volta para a primogênita e se aproxima dela, com raiva. Natália apenas olhava para a mãe

-Mas o espartilho me aperta e me machuca - Natália tenta se explicar, mas é interrompida pela autoridade de sua mãe

-Sem poréns, peça à criada que lhe ponha o espartilho - Melina ordena e Natália se levanta do banco, bufando

-A criada, como você a chama, tem nome e é Carol. Ela é uma excelente pessoa, mas você não se importa não é mesmo, mamãe? - Natália lhe responde seca e caminha a passos fortes até o vestiário de sua cabine, onde Carol separava as jóias que as irmãs Romanoff usariam aquela noite. Melina a segue com o olhar e suspira fundo, de olhos fechados, se concentrando para manter a calma e não meter um tapa bem dado na filha mais velha. Melina abre os olhos e olha para Yelena, se aproximando a passos lentos da cama onde a menina estava.



-Ainda bem que a Natália vai se casar em breve, assim você não estará sob a influência da insolência da sua irmã. Essa proximidade de vocês duas vai acabar lhe prejudicando - Melina diz à Yelena e dá meia volta para andar em direção à porta da cabine das filhas. Ela abre a porta, mas antes de sair, olha pela última vez para Yelena, e diz: - e quanto à você, peço que não enrrole. Temos um jantar, portanto, levanta já dessa cama e termine de ae arrumar como uma bela e educada dama, sem gracinhas como hoje mais cedo nos fizeste passar por apuros - Melina se retira, brava, em seguida.



TITANIC (Romanogers)Onde histórias criam vida. Descubra agora