Capítulo 12

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Wednesday Addams

-Mas e aí, Yoko? O que está rolando entre você e a irmã da Enid? -Perguntei enquanto dirigia, e ouvi uma risadinha vindo dela.

-Por enquanto nada, Wed. Estamos apenas nos conhecendo. -Deu de ombros. -Lina é incrível.

-Conheço muito bem quando começa a falar de alguém assim. -Falei rindo, e ela deu um tapa no meu braço.

-Mas e você? Seu coração não está batendo mais forte por ninguém não? -Começou a se curvar para o meu lado, e eu a empurrei, fazendo com que ela risse alto.

-Não, Tanaka. Meu coração não está batendo forte por ninguém. Não quero mais esquentar cabeça com homem. -Revirei os olhos.

-E quem disse que estou falando apenas de homens? -Deu ênfase na última palavra, e eu a olhei confusa.

-O que? Do que está falando, Yoko?

-Que não estou falando apenas de homens, ué. -Falou, como se fosse algo óbvio. -Estou generalizando, entendeu? Homens e mulheres.

-Eu não gosto de mulheres, Yoko. -Revirei os olhos.

-E você já ficou com alguma mulher? -Deu um sorrisinho. -Sabe, um selinho só?

-Ah, uma vez no ensino médio, mas foi em verdade ou desafio, e não foi nada demais. Foi literalmente apenas um selinho que não durou mais de dois segundos. -Balancei os ombros, e ela se agitou ao meu lado.

-Viu? Já é um começo! -Sorriu. -E você exitou muito quando te desafiaram?

-Hum...Eu acho que não. -A olhei, e logo aquela cara maliciosa surgiu. -Mas isso não quer dizer nada! Eu tinha quinze anos, e foi uma situação totalmente solta.

-Mas você se sentiu estranha ou se arrependeu? -Me olhou, e eu neguei com a cabeça, um pouco exitante. -Bom, óbvio que isso não vai definir do que você gosta ou não, mas você é solteira, incrivelmente linda, nova, e ainda tem muito o que viver. Não acha que está na hora de tentar novas experiências? Digo, não quero te forçar a nada, até porque você já é grandinha para fazer o que quiser, mas é só um conselho.

-Não acha que sou muito velha para ficar fazendo essas coisas? -Ergui uma sobrancelha, e ela prontamente balançou a cabeça em negação.

-Você só tem vinte e três anos, e para ser sincera, acho que você deixa de aproveitar certos prazeres da vida por conta do trabalho. -Suspirou. -Para falar a verdade, eu amo quando você sai com a gente e se diverte, sorri para o nada e fala um monte de besteiras. -Riu fraco. -Já pensou como seria ruim, assim como Bianca falou uma vez, você ser uma idosa amargurada por não ter aproveitado enquanto podia? -Tombou a cabeça para o lado. -Como já dizia a filósofa, melhor se arrepender do que passar vontade, então faz o que der na telha, e se der merda, é história para contar. -Deu de ombros.

-Chega me dar orgulho ver você me aconselhando, sabia? -Falei rindo. -Mas eu acho que, em partes, você pode estar certa. -Pensei um pouco, e suspirei logo depois. -Mas eu não sou muito de ir em festas igual você. Como vou viver novas experiências se nem de casa eu saio?

-Você não precisa ir necessariamente em festas para fazer isso. Faça o que se sentir a vontade, e tenho certeza que você vai ver que não é tão difícil quanto parece. -Sorriu. -Mas se quiser ir a alguma festa duvidosa que eu vou, pode me avisar que eu te levo e ainda carrego as outras duas junto. -Bateu palmas, e logo já estávamos em frente a sua casa. -Eu vou indo, mas pensa nisso, ok?

-Eu vou pensar. -Sorri, e destravei as portas. Assim que ela entrou em casa, dei partida e fui para a minha.

Depois de guardar o carro, entrei em casa e me joguei no sofá. Não posso dizer que essa é a parte favorita do meu dia, até porquê, ao meu ver, não é tão bom ficar tanto tempo sozinha em casa quanto eu pensei que seria. Óbvio que a sensação de saber que eu posso fazer o que eu quiser é libertadora, porém, no geral, eu me sinto muito sozinha em um lugar tão grande, mas não arrisco sair daqui.

Photograph || WenclairOnde histórias criam vida. Descubra agora