Não revisado✨️
Isso só pode ser uma brincadeira de muito mal gosto.
Senti minha hiperventilação começar.Andei até Vitor que tinha se levantado do sofá para me dar privacidade.
- Onde você conseguiu isso, se isso for uma brincadeira estúpida, eu juro.
Minha voz se alterou, pude ouvir, eu queria gritar, mas minha voz parou de sair.Sei que sensação é essa, tenho tido muitos pesadelos assim, mas dessa vez eu estava acordada.
O oxigênio do local simplesmente havia sumido, meus pulmões não conseguiam puxar mais o ar.Recebi um olhar preocupado do que estava comigo.
- Preciso que você respire comigo, você consegue certo amor?
Escutei uma voz lá no fundo e o calor de duas palmas, agora estavam sobre os meus ombros.
Vi leves tons de verde embaçados, seus olhos emanam calma, eu tentei focar minha visão neles, mas não consegui.
Também falhei ao tentar acalmar minha respiração, a única coisa que em que consegui focar foi em meu pulmão pegando fogo.
- Cecília, eu to aqui.
O calor que antes estava em meus ombros se transferiu para minhas bochechas.
Meus olhos finalmente focaram na figura que estava à minha frente.- Oi pequena.
Sua voz reverberou todo meu corpo.
- Vamos tentar uma coisa ok?
Acho que acenei com a cabeça, já que ele continuou falando.- Quero que me diga cinco coisas que você pode ver.
Demorei mais do que necessário para respondê-lo, e comecei a olhar nos meus arredores.
- Você, meu sofá, um pano de prato- Engoli a seco.
- O que mais?
- Um fogão e um tapete.
- Agora, quatro coisas que você pode tocar.Não sei o que ele estava fazendo, mas minha respiração tinha começado a se acalmar.
Toquei minha blusa devagar sentindo cada fiapo de costura, em seguida encostei em meus cabelos, agarrei o papel da carta que ainda estava em minhas mãos e por fim pousei minhas mãos sobre as suas que estavam em meu rosto.
- Bom, muito bom- Seus lábios se encontram aos meus apenas como um lembrete de presença.
- Três coisas que você pode ouvir.
Por um momento, meu mundo tinha ficado silencioso, então fechei os olhos.
Tapar um sentido, para aguçar outro.
- Escuto os carros na rua.
- Continue.
- Sua voz. Escuto sua voz. E o barulho irritante da torneira pingando.Disse finalmente abrindo os olhos.
- Duas coisas que você pode sentir o cheiro.- Seu tom de voz passou a ser de preocupação, para um pouco divertido.
- Café, e manteiga torrada.
- Última coisa, prometo. Me diz algo que você possa sentir o sabor.
Vitor me soltou, e em menos de segundos me inclinou um prato com torradas, peguei uma relutante, mas pude sentir o sabor de:
- Manteiga, e orégano?
- Era só uma coisa, mas tudo bem.- Sua expressão era de total alívio.
- Obrigada por isso.Foi a primeira vez desde que meu pai se foi, em que consegui controlar um ataque de pânico.
-Não foi nada.- Ele deixou um beijo em minha testa.- E sobre a carta, eu sei não o que tem nela, vi seu nome e o de Pedro e achei importante te trazer, estava na sala do meu pai. Senta lá, temos muita coisa sobre o que conversar.
Fiz o que ele disse e me sentei na mesinha, ele veio logo atrás colocando o café na minha frente.
- Come, enquanto ouve minha história, sei que não anda se alimentando bem, e depois se quiser me conta sobre a carta.
Ele se sentou à minha frente e eu me servi de café, e da mesma torrada que ele havia feito, e então ele começou.
- Uma tempo antes de Pedro ficar internado, eu comecei a apostar, a grana tava curta pra mim, e o trabalho com meu pai estava me dando mais prejuízo do que lucro. Uma semana aqui e outra ali, eu estava indo bem.
Ele passou as mãos nos cachos e descansou elas na nuca.
- Não entrando em grandes detalhes, eu me dei muito mal, fiquei devendo uma grana absurda, minha solução foi sair do país, eu sei que eu vacilei por não ter te falado nada na época, e nem por ter te dado notícias e nem nada do tipo. Sei que você sentiu minha falta, pois eu senti a sua.
Eu ia interromper sua fala, mas ele acenou para que pudesse continuar.
- Me deixe terminar, Cecília, por favor.
Continuei a comer o que parecia a melhor refeição da minha vida, pude ver o quanto eu estava com fome.
- Apanhei feio do meu pai naquela época, e passado um mês ele percebeu que seria mais lucrativo acabar de pagar minha dívida e me fazer trabalhar pra ele, então eu voltei.
- Por que não me falou nada? -Beberiquei o café preto.
- Tive medo por você, parece estupido agora falando em voz alta.
- Não, não parece.
- E esses machucados no seu rosto?
- Meu pai me atingiu quando tentei pegar a carta dele.
- Sinto muito.
O silêncio se restaurou de novo, mas na minha cabeça tinha um tumulto que parecia uma escola de samba.
A saliva desceu com dificuldade pela minha garganta.
- Pedro era meu pai. Meu pai biológico.
Vi a surpresa em seus olhos, deduzi que ele não leu a carta.
- Será que seu pai saberia se essa carta é de verdade?
- A gente pode conversar com ele se você quiser.
-Não precisa ir, posso fazer isso sozinha- Não é verdade, queria muito que ele fosse comigo, mas sei o jeito que o pai dele é.
-Não, eu vou com você sem problemas.
-Obrigada.
Ele apenas acenou
-Quer ir agora?- Vitor bebericou seu café depois de ter colocado 3kg de açúcar.
-Claro!- Larguei o café na mesa e fui em direção ao banheiro.
Escovei os dentes, botei uma camiseta branca com uma frase em japonês, não sei o que está escrito só achei ela bonita, e uma calça marrom, tênis nos pés. Quando eu saí do banheiro, Cavalcante não estava com uma expressão nada boa pro celular, mas assim que me viu alterou rapidamente.
-Bom que você colocou calça.- Ele tinha um sorriso bem exagerado no rosto, e eu uma expressão confusa.
-Vamos de moto
Capítulo novo saindo fresquinho do forno!
A autora teve uns problemas técnicos, mas estamos resolvidos kk
Enfim não esquece daquele voto (☆)
maroto pra me deixar feliz.
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Amigos que se beijam
AcakCecilia (Quase) sempre foi uma daddy girl, mas um acontecimento mudou isso pra sempre na vida dela. Agora ela tem que lidar com seus próprios sentimentos confusos . Conto inspirado na banda Chase Atlantic, recomendo a leitura com as musicas indicada...