CLAIRE

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Eu e Arturo fomos até Bea, a garota de cabelos escuros e pele alva nos olhou friamente.

"Dois contra um? Isso parece divertido." Ela disse sorrindo.

"Você está fodida." Arturo disse olhando para ela.

"Sabe do que eu tenho mais pena de vocês dois? É que são dois imbecis, ficam fazendo de tudo uns pelos outros sem receber porra nenhuma em troca... Patético." Ela disse.

"A diferença entre a gente e você, Bea. É que temos uma família, alguém para voltar para casa, alguém que sente saudade de nós. E você? Você não tem nada, você não é nada." Falei olhando diretamente em seus olhos negros.

"Você pode até estar certa, Claire... Eu posso ser um nada, mas você também é um nada sem eles, não?" Na mesma hora Bea atira uma de suas flechas em Arturo, o meu irmão com prontidão desvia e dá tiros nela se escondendo atrás de destroços. Bea foge de seus tiros e eu vou atrás dela com minha katana, comecei a tentar cortá-la, mas a garota deu um chute na minha espada fazendo com que caísse. Nesse sentido, peguei minha arma e dei um tiro em sua perna, Bea gemeu de dor e pegou minha cabeça e meteu na parede.

"Sua-" Ela estava falando quando meu irmão chegou por trás e empurrou ela, a menina enquanto caia deu uma flechada rápida em seu ombro.

"ARTURO!" Gritei e meu irmão caiu no chão, sem pensar duas vezes peguei minha arma e comecei a atirar na direção dela, mas a menina se escondeu. Desse modo peguei minha katana e corri para Arturo lhe ajudando a levantar.

"Vamos." Falei. Bea se levantou e deu outra flechada, mas consegui cortar a flecha no meio com a minha espada. Arturo, então, correu até ela e começou a tentar lutar corpo a corpo, ele na frente e eu atrás. Bea era uma militar treinada, não era fácil. Dessa forma, Arturo deu um chute em sua barriga, mas ela deu uns murros nele, consegui dar vários chutes na perna em que dei um tiro. A menina se virou para mim e deu uma flechada na minha panturrilha. Porra! Que dor do caralho. Cai no chão instantemente. Arturo pegou ela com seus braços e jogou no chão, depois ele segurou sua arma e deu um tiro no braço dela fazendo com que ela gritasse. Bea, sem pensar muito, deu uma flechada no abdômen do meu irmão.

"Arturo!" Gritei, o garoto caiu no chão pela dor, a flecha entrou de jeito, eu ia me levantar, mas Bea deu uma flechada em minha mão  prendendo ela no chão. Olhei para baixo e vi um buraco no qual a flecha atravessa a minha mão esquerda e prendia ela no chão. Acho que vou vomitar.

"Caralho!" Chorei de dor. Bea foi mancando em direção a Arturo e deu outra flechada em seu braço, o garoto não aguentava mais. A menina chegou perto dele e começou a girar a flecha que estava fincada em seu abdômen.

"Eu amo essa sua cara de dor." Ela disse rindo, Arturo foi se soltar, mas Bea prontamente começou a lhe enforcar, ela segurou seu corpo com suas pernas e lhe enforcou com seu braço.

"Solta ele!" Gritei e ela me ignorou. Nesse sentido, olhei meu irmão tentando lutar por sua vida, sua face cada vez mais vermelha devido a falta de passagem do ar. Observei minha mão e puxei a flecha de uma vez dando um grito de dor, me levantei e olhei Bea, não tem o que fazer. Segurei a flecha e enfiei em meu pulso o suficiente para sangrar.

"Se você não soltar ele agora, eu juro que eu me mato aqui. Sem mim não tem porra de cura nenhuma, Bea. Solta ele agora ou eu me mato." Bea deu um sorriso e pude ver o aperto do meu irmão em seu braço falhar.

"Você não tem coragem, Claire." Ela disse rindo, duvidando da minha fala.

"SOLTA ELE!" Gritei mais uma vez e dessa vez enfiei fundo, o sangue já escorria muito mais.

"Cla-ire, nã-o" Arturo falou tentando respirar, Bea por outro lado, percebeu que eu falava a verdade e deixou o menino ir. O som do meu irmão buscando por ar me aliviou, a garota lhe soltou e se levantou fazendo um pose de calma.

"Claire, solte isso." Bea disse.

"Saia de perto, Bea... Eu quero pedir algo." Ela assentiu indicando que eu devia prosseguir.

"Cla-ire, não... Você prometeu." Dei um sorriso dolorido para Arturo.

"Bea... Deixa eles irem, todos eles... Eu fico com vocês, dessa vez sem jogos. Eu coopero, só deixa eles irem." Bea olhou para Arturo e pareceu pensar.

"Sem jogos?" Bea perguntou.

"Nenhum." Respondi.

"Tudo bem...Agora tira isso do seu punho." Bea disse se aproximando. Lentamente puxei o objeto fincado em mim, porém à medida que ela se aproximava dei uma olhada para Arturo. Ele sabia o que significava.

"Sabe, Bea... Você fala que a gente é ingênuo.. E você?" Falei olhando para ela.

"Que?" A menina respondeu, de repente, Arturo enfiou uma faca em sua costas por trás. A garota abriu os olhos e nos olhou, assim, ela caiu no chão. Desse jeito, Arturo segurou ela e eu comecei a enforcar seu pescoço fortemente. Eu olhava a cara de Bea, minha ex-melhor amiga, morrendo por minhas mãos. Ela batia em mim, mas eu não soltava, eu olhava para ela e lágrimas se formavam em meus olhos. Memórias da gente, memórias falsas, mas que para mim eram reais. Nesse contexto, Arturo me olhou assegurando que estava tudo bem, mas eu não conseguia pensar. Quando a menina estava quase morrendo, eu simplesmente soltei. Eu soltei minhas mãos e me joguei sentada no chão chorando.

"Claire, eu sei o que você está pensando. Ela não é sua amiga, Claire... Eu sei que dói, mas não tem o que fazer." Arturo disse se aproximando de mim e segurando minha mão. Como ela conseguiu mentir tão bem? Achei que ela me entendesse, mas era tudo fachada? Que coração frio da porra. Escutei suas tosses secas e ela riu, mesmo fodida não perde essa pose ai.

"Sabe... É por isso que digo que são fracos, eu menti esse tempo todo, destruí a vida da sua família e você ainda sente piedade em me matar? Uma tola, isso que você é. Tola que nem Maly e Kerol. Eu matei elas e mataria de novo. Maly eu vi o zumbi morder e não fiz nada por querer e Kerol... a flecha que atravessou a cabeça dela não foi sem querer, acha mesmo que eu erraria? Eu digo e repito matei elas, mataria de novo e vou matar vocês assim que eu conseguir, eu vou caçar vocês até eu enfiar uma flecha na cabeça de cada um, um por-" Em um movimento rápido peguei minha katana e enfiei ele em seu peito até o fim.

"AAAAAAAA!" Gritei à medida que enfiava, o sangue escorria de sua boca e Bea ficou estendida no chão sem vida. Ainda apoiada na espada comecei a chorar copiosamente..

"Está tudo bem Claire... Não tinha outro jeito."

"Eu sei.. É só que..."

"Eu sei..." Arturo disse me abraçando de lado.

"Eu vou ajudar Peter, veja como a Lou está ok?" Arturo falou.

"Tá bom. Cuidado, Arth..." O garoto deu um riso leve e me ajudou a levantar.

"Toma cuidado também tá bom? Qualquer coisa grita ou fala no WalkieTalkie." Ele disse.

"Certo." Dei um abraço forte nele e o garoto deu um beijo na minha cabeça, assim, saímos correndo para direções opostas. A sensação depois de matar Bea gerou um certo alívio, porém a angústia que me consome ainda corrói, por que ela não sai... Vou correndo em direção a Lou, mas meus pensamento me atormenta, será que tudo vai ficar bem mesmo?

THE LAST ONES STANDING - CONCLUÍDA - APOCALIPSE AUOnde histórias criam vida. Descubra agora