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Capítulo 11

POV. Jungkook

— Espaguete pronto. Camarão pronto. E de sobremesa temos torta de pêssego.

Jeonghee foi citando e apontando os devidos pratos na mesa.

Nossa cozinha era pequena, levando em consideração os plantões no hospital de mamãe, e a faculdade da Jihyo e a minha, nem tínhamos tempo para cozinhar direito.

A mesa de seis lugares estava perfeitamente posta, com guardanapos brancos, pratos brilhantes e taças bonitas. Minha mãe girou a garrafa de vinho até o rótulo estar como desejava.

Jihyo, em pé e apoiada numa cadeira, olhou para mim.

— Essa blusa é minha?

— Não. - menti.

Minha irmã revirou os olhos.

— Vocês dois sentam daquele lado, - Minha mãe falou, apontando - e Jinwoo e eu sentamos aqui.

Cruzei os braços sobre a blusa branca que roubei do guarda roupa de Jihyo.

— Ji, você também sente que a mamãe está estranha? - apontei.

Ela assentiu, roubando uma uva da cesta de frutas e analisando nossa mãe da cabeça aos pés.

— Totalmente. Ela até comprou um vestido novo para essa noite. - virou para mim, confidenciando como se nossa mãe nem estivesse no local - Acha que quer nos contar algo?

— Se tiver haver com um anel brilhante, aviso desde já que darei o primeiro discurso. - pisquei.

— De jeito nenhum. - Jihyo protestou - Eu sou a mais velha, tenho direitos.

— Até parece.

— Não tenho nada para contar. - mamãe interveio, alisando o vestido azul que usava - Só quero que esse jantar dê certo. E conhecendo vocês dois, até o fim da noite esse macarrão vai estar na cabeça de alguém.

Jihyo e eu a olhamos, profundamente magoados.

— Que ultraje. - reclamei.

— Somos anjinhos. - Jihyo sorriu irônica.

— Me sinto desacreditado.

Mamãe nem respondeu. Checou o cabelo uma última vez e então a campainha tocou, anunciando a chegada de Jinwoo.

O jantar correu muito bem. Entre conversas e risadas, a sobremesa veio e acabou e ainda continuávamos a mesa.

— Você tem uma casa no lago? - sorri grande, me inclinando para frente - Isso é muito massa. Mas não convide a Ji, ela vai matar seus peixes com vômito radioativo.

Jinwoo, que bebia seu vinho, riu entretido.

Era um homem de aparência fofinha. O cabelo já começando a esbranquiçar, óculos de aros finos e uma facilidade para rir.

Jihyo bateu no meu braço.

— Aquilo foi só uma vez! - ela se virou para Jinwoo - Fico enjoada em barcos. - voltou a olhar para mim - Você tem uma coleção de cuecas do Bob Esponja e do Homem de ferro.

— Isso foi totalmente desnecessário. - apontei - Se quer começar uma guerrinha, eu tô dentro. Não devia usar tanta maquiagem, acumula no seu bigode.

— Pelo menos o meu bigode cresce. - ela rebateu.

— Crianças. - Mamãe interrompeu, a voz tão calma que indicava que estava se segurando para não nos puxar pela orelha - Vão brincar em outro lugar. Jinwoo, me ajuda com a louça?