Capítulo 9

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POV: Petruchio

  — Eu escolho ocê, Catarina!!!

  — E qual pergunta você tem pra me fazer? — As lágrimas escorrem, molhando seu rosto, me instigando a dizer. De toda forma, nunca que eu ia conseguir esconder o quanto eu amo, o quanto eu me importo com ocê, meu favinho de mel.

  — Ocê sabe, eu já fiz ela pr'ocê — me aproximei e toquei as lágrimas que não param de correr — Casa comigo?

  — Mas você vai perder tudo...

  — Eu num vou perder tudo, porque eu só preciso d'ocê. Eu amo ocê!!

  — Eu amo você!!!

  Nossos lábios se encontraram da forma que tinha que ser. E eu senti a saudade transbordando, inundando todo meu ser. Seus lábios têm o mesmo gosto que eu me lembrava de ter, macios e capazes de transmitir tudo que eu preciso pra poder viver.

  — Ocê ainda precisa me responder — suspirei após o beijo que eu não queria desfazer.

  — Eu não queria que as coisas acontecessem da forma com que aconteceram, Petruchio. Eu, eu... fico noiva esta noite e tudo o que eu consigo pensar é em você, em não te perder, mesmo que a decisão que eu tenha tomado me afaste tanto. Eu tenho medo do que pode acontecer — suspirou sem saber o que dizer. O que me responder.

  — Num acho que ficar noiva daquela salsicha seja a solução — resmunguei, porque se ela não aceitar, eu não tenho muito o que fazer a não ser concordar e seguir.

  Mas isso num pode acabar. O que eu sinto por ela num tem fim nas palavras que ela diz, não tem fim, tanto que eu estou aqui, encarando seus olhos e me perdendo na imensidão de brilhos, torcendo e rezando para que ela me diga sim, para que me mantenha em sua vida e permita que sejamos felizes.

  Eu só quero o que a gente sempre teve, beijos, brigas e abraços intensos, palavras das quais não compreendo o contexto e seu calor em meu corpo, sem precisar contar o tempo.

  Eu quero ela pra mim, como nunca quis o mundo inteiro.

  — Eu não sei como resolver!

  — Eu posso raptar ocê — sorri me abaixando, tombando seu corpo sobre meu ombro, me levantei com ela se agitando.

  — Meu Deus, não faça isso, Petruchio, eu acabei de comer, eu vou vomitar em você!

  — Pode vomitar, eu já disse que num tenho nojo d'ocê.

  — Petruchio, tem uma coisa que eu preciso te dizer — sua voz está apavorada e temi realmente machucá-la.

  Me abaixo e a coloco novamente no chão, encaro seus olhos e juro que ouço os batimentos altos e acelerados de seu coração.

  — O que ocê precisa me dizer? — Minha voz sai mais rouca do que eu me lembro de ser.

  — Não posso te dizer aqui — suspira e sei que preciso dar um jeito de nos tirar daqui.

  — Me deixa eu te levar daqui? — pedi.

  Seus olhos dizem sim, sua respiração responde por si, mas eu preciso da confirmação e ela precisava vir dos lábios e da voz que eu mais gosto de ouvir.

  — Sim.

...

POV: Catarina

  Não sei como resolver, mas as palavras pareceram correr, pular da minha boca, sem que eu pudesse me conter. Sei que normalmente isso tende a acontecer, talvez eu esteja sendo inconsequente, mas é ele quem eu quero, ele quem eu sempre quis e o fato dele estar aqui me deixa sem argumentos, sem algo no que acreditar que não seja no amor que pulsa quando nossos olhos insistem em se encontrar.

Além da Verdade e da PaixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora