Cinco de dezembro

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Calma, era tudo o que Soobin precisava naquele momento.

Um pé depois do outro, lentamente; pacientemente.

Não precisava ser um gênio para saber que sua altura, a largura de suas pernas e o tamanho de seus pés não condiziam com o pequeno jardim vertical que ficava logo abaixo da janela de seu quarto. Mas mesmo assim, continuava a descer, agarrando cada buraco da pequena decoração e deslizando a ponta de seus tênis, vaso por vaso, como se o risco de cair dali e fazer um tremendo barulho em plena madrugada que acordaria todos em sua casa não existisse.

Quando seus pés finalmente tocaram o chão, soltou um suspiro aliviado, não tardando em pegar sua mochila que ao contrário dele, não havia tido tanta sorte quando foi jogada da janela assim que o relógio marcou uma e meia da manhã. Após colocá-la nas costas, não tardou em sair de seu jardim o mais rápido possível indo em direção a rua, para o local de encontro que havia sido solicitado por mensagem duas horas antes de forma inesperada.

A madrugada fria estava fazendo a ponta de seu nariz, juntamente com as maçãs de seu rosto ficarem vermelhas e a ponta dos dedos de suas mãos congelarem mesmo que estivessem dentro dos bolsos de seu sobretudo. Definitivamente aquela não era uma boa hora muito menos um bom clima para dar uma de fugitivo, mas ainda sim, andava rapidamente até o pequeno parque que ficava a duas quadras depois de sua casa para poder encontrá-lo.

Seu coração batia rápido e Soobin sabia que não era somente por causa dos passos acelerados que estava dando. Ele estava animado e até mesmo ansioso para finalmente poder vê-lo depois de quase dois meses.

Seu estômago gelou na mesma temperatura que fazia naquela madrugada, quando virou a curva de onde se encontrava o pequeno parque e deu de cara com o carro preto de Yeonjun que já se encontrava estacionado ali à sua espera. Seus fios loiros começaram a balançar por conta do vento que batia contra eles, já que começou a correr em direção ao automóvel.

Ao se aproximar abriu uma das portas de trás do carro, colocando sua mochila no banco e a fechando novamente, para depois então abrir a porta do carona e entrar. Ao bater a porta finalmente sentiu o ar gélido da noite se esvair e a lufada de ar quente do aquecedor preencher cada parte do seu corpo que havia perdido a sensibilidade por conta do frio.

Ao olhar para o lado, Soobin não pode evitar que um sorrisinho instantâneo se formasse em seus lábios ao perceber que Yeonjun o observava em silêncio com um sorriso ladino. Ele estava com o cotovelo esquerdo apoiado no pequeno espaço da janela, com seu rosto apoiado em seu punho, enquanto a mão direita segurava o volante.

- O que foi? - Soobin perguntou baixinho, se ajustando no banco e abrindo ainda mais um sorriso.

- Não posso mais te olhar? - Yeonjun retrucou, dando uma pequena risada.

- Claro que pode, só preferia que você fizesse outra coisa antes.

Sem dizer mais nenhuma palavra, Yeonjun apenas saiu da posição que se encontrava, ficando então de frente para Soobin. A mão que anteriormente se encontrava sobre o volante foi posta de forma sutil sobre a cintura do outro, enquanto a mão esquerda foi em direção ao rosto do loiro. Posicionando seu dedo indicador e o polegar sobre o queixo dele, Yeonjun trouxe o rosto de Soobin mais para perto, não demorando muito para que inclinasse seu rosto um pouco para baixo, para que finalmente pudesse beijá-lo depois de tanto tempo.

Por mais necessitado que estivesse do outro que acabara de chegar, ele não sentia tanta pressa.

Por isso, começou dando pequenos selinhos, como se quisesse se lembrar do gosto dos lábios de Soobin. A pontinha do nariz dele que batia levemente contra seu rosto estava gelada, o que fez o moreno abrir um sorrisinho devido a troca de temperaturas. Soobin tinha um cheiro doce e uma boca completamente macia, fazendo com que Yeonjun tivesse a sensação de estar sendo entorpecido.

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