De volta para mim

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"Estou mais do que disposto a apodrecer no inferno com você"

- Sei que não é um bom momento, então eu entendo se você quiser pensar um pouco...

- Eu aceito! - O interrompi com um grande sorriso no rosto.

- Tem certeza? Eu não quero te pressionar...

- Rin, eu amo você. Há muito mais tempo do que você imagina. - Ele sorriu de volta, visivelmente tranquilo.

- Eu também te amo.

Poucos dias depois nós fomos ao médico, e ao fazer um ultrassom descobrimos que era uma menina. Embora a gravidez fosse de risco, a criança era saudável, e os médicos nos alertaram sobre possíveis chances de complicações durante o parto.

Cerca de uma semana se passou e Rindou me garantiu que eu poderia sair na rua tranquilamente. Eu não sabia o que ele havia feito, mas se ele dizia que eu estava segura, eu confiava de olhos fechados.

Ele e Ikumi vinham andando muito ocupados com os assuntos da Bonten, por isso me deu um cartão para comprar todo o enxoval da minha filha. Ikumi me visitava frequentemente para que eu pudesse ver Yumi, já que Ran havia a dado para ela e Kakucho.

Tudo parecia estar finalmente dando certo.

...

- Que lugar lindo! Vamos, Rin! - Dei pequenos pulos de animação ao ver o grande campo à nossa frente.

Rindou havia ganhado alguns dias de folga da Bonten, por isso nós resolvemos fazer um piquenique em um parque um pouco afastado da cidade.

Era grande e cheio de flores, árvores e arbustos, e nós até podíamos ver alguns coelhos às vezes. Era como o paraíso.

Enquanto eu corria animadamente até uma grande cerejeira no topo de uma pequena elevação, a qual provavelmente nós teríamos uma vista incrível do resto do parque, Rin lutava para me acompanhar com uma enorme cesta nas mãos e uma toalha de mesa laranja no ombro.

- Baby, vá devagar! Não consigo te acompanhar com essa cesta pesada!

- Não seja mole! Um executivo da Bonten não consegue correr mais que uma grávida?

Ele riu sacudindo a cabeça, e logo me alcançou. Debaixo da árvore havia uma grande sombra, o que tornava o lugar mais aconchegante e confortável já que não ficaríamos no sol quente.

Rin estendeu a toalha sobre a grama e pôs a cesta sobre ela enquanto nos sentavámos ao chão.

Ao abrir a cesta, percebi que havia muitas, muitas coisas nela. Não comeríamos nem metade daquilo.

- Rin, pra que tanta comida? - Questionei o vendo tirar mais e mais coisas.

- Você está grávida, precisa se alimentar bem. Não queremos que nossa filha nasça fraquinha.

- Como você é exagerado!

- Não sou exagerado, estou apenas me preocupando com o bem-estar da minha esposa e da minha filha. -  Sorriu tirando as últimas coisas da cesta, alguns pratos, copos e talheres descartáveis.

Nós comemos algumas coisas e conversamos por um bom tempo até o por do sol, do qual tivemos uma ótima visão graças ao nosso lugar. Rindou se encostou no tronco da árvore e eu me sentei entre suas pernas, encostando minha cabeça em seu peito.

O silêncio do ambiente era cortado apenas pelo som das folhas das árvores que se balançavam com a leve brisa da tarde. Era um ambiente tão pacífico que eu sentia até mesmo meu corpo relaxar.

- Sabe, eu acho que você deveria começar a usar roupas mais largas. - Rin comentou enquanto alisava minha barriga com ambas as mãos.

- O quê?

- Ah! Espera, eu não quis parecer controlador. É que eu acho que será mais seguro se mantivermos essa gravidez em segredo até a hora do parto.

- Acho que tem razão... Vou providenciar isso depois.

- Você já pensou em algum nome? Eu acho que Hana é um nome lindo, definitivamente combina com a nossa filha, por que...

- Rin...

- Inclusive, eu preparei uma lista com alguns nomes que você pode gostar, alguns são até estrangeiros mas...

- Rin!

- Ah! O que foi, você está bem?!

Sem dizer nenhuma resposta, peguei as mãos de Rindou e as coloquei sobre a minha barriga novamente. Eu sentia o bebê me chutar diversas vezes, e era até mesmo visível a marca dos seus pezinhos em relevo na minha pele.

Rin estava em silêncio, seus olhos brilhavam e ele não esboçava reação alguma.

- Ela... Está se mexendo?

Sacudi a cabeça em um sinal positivo diversas vezes, com um sorriso animado no rosto. Rindou parecia sentir várias coisas ao mesmo tempo.

{...}

- Nós compramos tantas coisas lindas! Tenho certeza que o Rindou vai adorar! - Chifuyu comentou animadamente enquanto caminhávamos até o elevador do shopping.

Nós compramos uma porção de coisas para o meu bebê, como roupas, brinquedos, cobertores e algumas outras coisas. Embora eu tenha insistido para levar algumas sacolas, Fuyu não deixou e levou tudo sozinho.

- Eu estou ficando tão ansiosa... Faltam poucas semanas para o parto. - Comentei acariciando minha barriga disfarçada pelo vestido extremamente largo.

- Não se preocupe, tenho certeza que vai dar tudo certo. - Me assegurou enquanto nós saíamos do elevador para o estacionamento.

Chifuyu estava colocando as compras no porta malas enquanto eu entrava no carro. Assim que mandei uma mensagem para Rindou avisando que estávamos voltando para casa, ouvi um som de disparo ecoar pelo estacionamento. Eu imediatamente me assustei, não conseguia ver Chifuyu pois o capô do carro estava levantado.

Eu habilmente pulei para a parte de trás do carro e me abaixei tentando me esconder. Passos lentos de sapatos sociais ecoaram pelo lugar e eu cobri minha boca para não fazer barulho.

- Where in the world... Can my lover be...? - Uma voz masculina cantava tranquilamente. - Where in this wonderful world... Is there someone for me...?

Minha respiração estava desregulada e eu estava entrando em pânico. Conhecia perfeitamente aquela voz e implorava a Deus para que ele não me encontrasse ali.

A porta do carro se abriu bruscamente e a expressão séria deu lugar a um sorriso cheio de ternura.

- Achei você! - A voz de Ran soou cheia de empolgação, mas logo sua expressão se tornou sombria e o sorriso desapareceu. - Pensou mesmo que podia fugir, querida?

Eu não era capaz de reagir. Ran não esperou por uma resposta e agarrou meus cabelos me puxando para fora do carro e me atirando no chão. De onde estava, eu podia ver Chifuyu no chão, e sob ele uma grande poça de sangue.

... Ele estava morto?

Ran se aproximou de mim e se abaixou apontando um revólver para a minha cabeça. Meus olhos se arregalaram.

- P-por favor...

- Você não vale nada. Me trocou pelo meu irmão na primeira oportunidade... EU DEVERIA MATAR VOCÊ!

- EU TÔ GRÁVIDA! - Acidentalmente confessei em um momento de desespero.

De forma alguma eu queria que Ran soubesse daquela gravidez, mas se eu não dissesse nada naquele momento morreriamos meu bebê e eu.

A expressão de ódio de Ran se desfez imediatamente dando lugar a uma expressão de pura surpresa e admiração.

- ... Grávida? - Sussurrou - Nós vamos ter um bebê...?

Send Me Orchids - Ran Haitani Onde histórias criam vida. Descubra agora