A Ultima Carta • NamJin

Único

Há muito tempo atrás

Onde os campos eram belos e as aguas dos rios corriam azuis como céus, dois jovens de famílias diferentes estavam apaixonados.

Um amor que veio crescendo da inocência de duas crianças que foram criados juntos.

Em uma madrugada calorosa, no alto de suas janelas, que se encontravam uma de frente para outra eles fizeram o mesmo pedido para a estrela cadente que descia o céu de forma magnífica e urgente.

“A liberdade de amar qualquer pessoa “

Aquele fora o pedido. Naquele momento; sorrisos se encontraram juntamente aos olhares intensos, mas agora de uma forma diferente. Os corações estavam acelerados, as mãos suavam frio e se juntavam às borboletas azuis que flutuavam dentro de suas barrigas, formando assim, uma orquestra onde seus sentimentos dançavam a mais bela e pura melodia já ouvida em todo o mundo.

Naquela noite estrelada e calorosa seria a última vez que ambos teriam a chance de se ver.

Algumas semanas depois.

Carta de N.104 – Kim SeokJin

 
Querido NamJoon, perdoe-me por não lhe escrever com tanta frequência. Há coisas que tenho que fazer, e isso me deixa quase sem tempo algum. Mas isso não significa que meu amor por ti esteja diminuindo, ou que já não sinta falta tua. Pois, meu peito arde e queima em pura saudade de ti, meu amor. Todas as noites me pego imaginando a seguinte cena: me imagino acordando junto a ti, a pouca luz do sol entrando pela fresta da janela, iluminando seu belo rosto e teus olhos ainda sonolentos, e tua doce voz rouca me chamando, baixinho. Ah meu amor, este é o meu maior sonho.

Sinto tanta a tua falta, querido.

Não me diz que ainda brigas com teus pais. Não os enfrente sem eu bebê, temo que lhe façam algum mal e eu não possa te proteger, estou longe no momento e infelizmente, não posso te assegurar de coisa alguma.

Amo-te. Amo-te tanto que chega a doer, a saudade me consome as madrugas frias em que minhas lagrimas não podem ser contidas, seu cheiro faz falta, teus abraços e mimos fazem falta ao meu corpo, tua boca faz falta junto a minha, e a tua voz aos meus ouvidos.

Logo voltarei para ti, e assim poderemos sair desta cidade que tanto lhe atormenta. Espere por mim, meu amor. Quero levar-te para caminhar nas noites estreladas e estar contigo aos amanheceres diante de nossa própria janela, onde nos encontraremos enrolados em nossa coberta grossa e quente enquanto amamos nossos corpos.

Quando acordo procuro por ti sob os lençóis bagunçados e gélidos, abraço com força o travesseiro e respiro fundo, lembro-me do teu cheiro que era impregnando a sua cama, e ficava em minhas roupas. Tento imaginar como seria acordar novamente com você em meu peito dormindo calmamente, enquanto te admiro calmo e sereno.

Sinto tua falta.

Amo-te Kim NamJoon, cuide-se.

NamJoon leu e releu a carta em mãos. As lágrimas eram insistentes e não paravam de rolar teimosas sobre seu rosto bonito. O vento gélido da noite fria sem SeokJin o pegava novamente, se sentia vazio desde que ele fora para o exercido. Temia pelo o que pudesse lhe acontecer por lá, sabia do perigo dos japoneses que invadiam no silencio e matavam sem piedade.

Buscou por um papel e uma caneta.

Carta de N.105— Kim NamJoon.

Querido, SeokJin-Hyung. Me sinto cada vez mais solitário sem ti para me esquentar, toda vez que me deito; durmo agarrado a uma roupa tua que, cuido e guardo com cuidado para que seu cheiro dela não se vá.